Estou a imaginar os negociadores estrangeiros, em pleno Cais do Sodré, a dizerem: "O passe para o Seixal tem de aumentar 15% e o do Montijo também!".
Aliás, eles conhecem muito bem o Seixal, o Montijo, o Barreiro... a Parede, então!...
O Memorando não diz "Aumentem os passes!" ou então também diria: "Não aumentem o número de gestores da Caixa Geral de Depósitos! Já basta de boys nos jobs!".
Quando os órgãos de poder se desculpam, dizendo que as medidas que se tomam são estas ou aquelas porque "está no memorando assinado com a troika", apetece-me ler-lhes esta passagem:
«(...) embora todos os homens sejam capazes do bom e do mau, os piores são sempre aqueles que, quando administram o mal, o fazem amparando-se na autoridade de outros, na subordinação ou no pretexto das ordens recebidas. (...) A ter de escolher quem enfrentar na hora, às vezes inevitável, de se relacionar com gente que pratica o mal, preferi sempre aqueles capazes de se justificarem apenas com a sua própria responsabilidade.»
Arturo Pérez-Reverte, Limpeza de sangue
Como se diz em português rústico: "É uma questão de tomates!"
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