"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Transtejo - redução de carreiras
Do jornal Público, hoje:
Transtejo prepara redução de ligações em horas de ponta
Desde há meses que a pouca procura daquelas carreiras [ligações Seixal-Cais do Sodré e Trafaria-Porto Brandão-Belém] tem sido referida pelo secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca. Em Maio declarou mesmo que a Transtejo "conheceu uma grande perda de passageiros nos últimos anos, podendo-se questionar por que é que uma empresa que apresenta estes problemas continua a investir".
Eu diria mais do que o Secretário de Estado.
Eu questionaria a própria existência da Transtejo. Olha o luxo de se atravessar o Tejo naqueles barcos! Eu acabava com eles e, quando muito, recuperaria as velhas faluas - era um acto, já, de extrema generosidade!
Mais, dados os prejuízos de todas as empresas de transportes públicos, acabava mesmo com todas.
E mais, ainda: acabava com o cargo de Secretário de Estado dos Transportes!
E para comemorar, atirava com este ao Tejo!
A notícia continua com afirmações do presidente da Transtejo.
O grupo constituído pela Transtejo e pela Soflusa (barcos para o Barreiro) faz parte do leque de empresas estatais que terão de reduzir 15 por cento os seus custos operacionais. Para alcançar essa meta "seria preciso reduzir significativamente a oferta", afirmou há duas semanas à TSF o presidente da Transtejo, João Pintassilgo, acrescentando que não lhe parece "que isso seja de todo aconselhável". Contudo, disse o gestor, o plano de cortes da empresa não chega ao exigido pelo Governo.
Também não me parece aconselhável! Aliás, quando se resolve cortar em carreiras que funcionam à hora de ponta – as que mais passageiros transportam – não me parece mesmo nada!
Talvez no plano de cortes da empresa deva fazer parte a redução significativa do número de directores, vice-directores e assessores e do vencimento dos directores que assim falam.
Outro que devia ser atirado à água! Sem bóia!
Iria sentir a falta dos barcos!
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