"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

The Good, the Bad and the Ugly



 


Make the troubles great again


Reality show de alta política 

A negociata não avançou (como Trump queria), mas a Ucrânia está "entalada" (e a UE com ela!).
(e Putin está a rir-se)

P.S. - Entrudo chocalheiro


Centro Interpretativo do Estado Novo (1926-1974)

Pacheco Pereira assinou, em nome da Ephemera, um acordo de cooperação com a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, em que aquela associação cultural fica responsável pelo Centro Interpretativo do Estado Novo (1926-1974), a instalar na antiga escola primária de António de Oliveira Salazar.

À distância, parece-me ser a acção e a pessoa mais indicadas.

Ler no Público


Pink Floyd - novo Live at Pompeii

Foi anunciada a versão restaurada de Live At Pompeii, o filme-concerto que documenta o concerto dos Pink Floyd no anfiteatro vazio de Pompeia, em 1971. Será também editado um álbum (em vinil e CD) com o mesmo título.

O filme original, de Adrian Maben, intitulava-se Pink Floyd at Pompeii - MCMLXXII e foi originalmente estreado em 1972.

Um documento raro e único da banda a tocar ao vivo, no período anterior a The Dark Side of the Moon, a não perder pelos "órfãos" dos PF.



As terras-raras do Far East europeu


Os norte-americanos num novo gold rush...

A caminho do Far East


Neil Young, After the Gold Rush


Idiotas, imbecis ou débeis mentais


Porque era assim:

Idiotas, imbecis ou débeis mentais... em que categoria se inscreve Javier Milei?


Hotel a hotel, enche a cidade o papo

«Viajar é (…) deixar um sítio onde se estava comendo num hotel triste, um boeuf-à-la-mode triste, para ir, através de poeira, confusão e bagagem, comer a outro hotel mais triste, outro boeuf-à-la-mode mais triste; e as igrejas, as lojas, os homens, sendo por toda a parte iguais, não vale a pena partir para ir apenas e em definitivo, sentir a melancolia infinita que inspiram as multidões estranhas.»

Eça de Queirós, Correspondência (Carta à condessa de Ficalho, 21 de outubro de 1885)

Há cidades que vão ficando iguais às outras que se vão parecendo com as primeiras. 



Lisboa
Estas placas não são as verdadeiras, mas podiam ser...


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Pronúncias dos Açores

Com conhecimento, inteligência e bom humor.

Pelo Professor Victor Rui Dores, natural de Santa Cruz da Graciosa.



domingo, 23 de fevereiro de 2025

Oh, Canadá

Por um Canadá total...
Com a dose de humor que os autocratas não conseguem ter.


Oh Canada
With your face sketched on it twice
Oh you're in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet…



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Mais um hotel de luxo, acabam-se as lendas


«Há neste bairro, que os transeuntes não suspeitavam tão interessante, um casarão, sobre que pairam lendas há já séculos. Todos as mencionam, e ninguém as sabe ao certo; todos prestam ouvidos para as escutar, e ninguém as ouve; todos as perguntam, e ninguém as explica. Falo do palácio chamado do Cunhal das Bolas, nas ruas do Carvalho e da Rosa. É um prédio enigmático, e, há poucos anos ainda, que quase lúgubre aspecto, hoje porém, desde 1866, convertido num alegre pombal de beneficência francesa, e portanto perfumado de benquerença pelas bondosas irmãs. É hospital, e escola; o corpo e a alma aí encontram o seu remédio.»

Júlio de Castilho, Lisboa Antiga - O Bairro Alto (vol. I), (1879)

Hospital de S. Luís, entrada (1959)

O palácio fora vendido ao "Governo Imperial Francês", tendo-se nele estabelecido, «sob a inspecção do Ministro plenipotenciário de França, e direcção do Superior dos Lazaristas de S. Luís, o Asile Saint-Louis, onde se ensinam, com um carinho notável, as disciplinas da instrução primária. Faz gosto entrar aí; há um bem estar comunicativo, que só se poderia encontrar numa escola bafejada, como aquela, pela Religião.»

Ex-Palácio do Cunhal das Bolas a caminho de um bem estar bafejado pelo dinheiro de quem vem ver uma Lisboa convertida pervertida ao turismo.


Peoa num jogo maior

Sobre o que se passa, lembrei-me...
(é do Expresso - Economia de 24 de Janeiro passado)
 


domingo, 16 de fevereiro de 2025

Centenário de Carlos Paredes - Concerto comemorativo

Agora...

As televisões estão entre as pimbalhadas dominicais e o velório de Pinto da Costa. 

A Antena 1, durante toda a semana, teve um bom conjunto de programas sobre o génio da guitarra.  


Carlos Paredes - 100 anos do bom gigante da guitarra

«Não posso estar com uma guitarra nos braços sem ter vontade de a tocar.

No momento de tocar, a música fica a fazer parte de nós próprios.»

Carlos Paredes (entrevista ao Público, 18 de Março de 1992)

Cantiga para Minha Mãe

Parabéns, Carlos Paredes!
 

Ou é o pacote completo ou não é democracia

«(…)

Eleito com uma maioria significativa, não aquela de que ele se gaba, Trump disse ao que vinha –​ antes, durante, e depois, se houver um depois. O que ele disse põe em causa a democracia americana, o primado da lei e o funcionamento regular de todas as instituições e, se há coisa pela qual ele não pode ser criticado, é por não ter dito ao que vinha. Quem votou nele sabia o que ele ia fazer e, por isso, assume uma responsabilidade directa no que está a acontecer. A ideia de que não se pode criticar as opções populares numa democracia é absurda, quando essa opção põe em causa a própria democracia. Foi assim com Hitler, com Perón, com Milei, com Trump, como com os eleitores da Frente Nacional, da AfD, do Vox, etc., por uma razão muito simples: é que a democracia parte da vontade popular, mas implica o primado da lei, os direitos humanos, a igualdade dos homens e das mulheres, a recusa do racismo. Ou é o pacote completo ou não é democracia. E o que Trump está a fazer nada tem que ver com a democracia.

(…)»
José Pacheco Pereira, Com que então Trump não ia fazer o que dizia que ia fazer?
Público, 15 de Fevereiro de 2025


sábado, 15 de fevereiro de 2025

A nova ordem mundial: Manda quem pode, obedece quem deve


O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse na Conferência de Munique que a comunidade internacional terá que lidar com o desrespeito do novo governo dos EUA pelas regras diplomáticas estabelecidas.

O chefe de Estado alemão afirmou que o novo governo americano tem uma visão de mundo muito diferente, não respeitando regras estabelecidas, parcerias e confiança.

Considerando que o líder americano não deve mudar, acaba por dizer que «Temos que aceitar isso e podemos lidar com isso. Mas estou convencido de que não é do interesse da comunidade internacional que essa visão de mundo se torne o paradigma dominante».

Pois...
Temos que aceitar? Podemos lidar com isso?



Entre a utilidade idiota e a chocante inutilidade


Para os EUA, a Europa...

... foi "o idiota útil".

... é "o idiota inútil".

 Parece-me que o mais importante para Trump é atrair a Rússia e afastá-la do raio de acção da China.


An evening with... a não perder!

Saturday


A Saucerful of Secrets - Live at Pompeii (1971)


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Candidata a Árvore Europeia do Ano 2025

 


A mesma árvore, com 28 anos a menos e o peso de uns jovens a mais...

A Figueira da Austrália, plantada no século XIX, na Quinta das Lágrimas (Coimbra), eleita Árvore do Ano em Portugal (2024) e que agora concorre a Árvore Europeia do Ano 2025.
A votação decorre até ao próximo dia 24 de Fevereiro, no site www.treeoftheyear.org/. 

Em 1997, antes da viagem aos Açores, o 9.º 8 visitou a Quinta das Lágrimas, na pista dos amores de Pedro e Inês. Antes, passáramos por Alcobaça... 
Os jovens "assentaram-se" nas raízes que brotam e se espalham pelo chão para sustentar o tronco e os ramos.



terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Maria Teresa Horta (1937 - 2025)

«Percebi, na forma como conta a sua vida, que a mística de Maria Teresa Horta é a sua constante viagem ao passado, à infância. É uma vida de abandonos e desilusões que surgiram cedo demais e que deixaram cicatrizes. Lá está, uma existência que nada deve ao equilíbrio, embora sempre rica em acontecimentos e, acima de tudo, centrada num caminho literário que é exclusivamente seu. Mas com a Teresa podemos falar de tudo: Salazar, os costumes, a oposição, a clandestinidade, o partido, as mulheres-machistas, o conservadorismo, o jornalismo, a literatura, a crítica literária, o cinema, a música... Não existem temas que possam ser excluídos, ela interessa-se por tudo e rende-se sobretudo a uma ideia de beleza que, para ela, é um princípio civilizacional.»

Patrícia Reis, A Desobediente - Biografia de Maria Teresa Horta


"Aquilo que eu sei não tem ruído"


sábado, 1 de fevereiro de 2025

O pessoal ainda não está vacinado!


No Estado Novo não houve um único Presidente da República civil.

Após o 25 de Abril, no PREC e no período imediatamente posterior, andava o centro-direita a clamar pelo afastamento dos militares da vida política (embora a AD tivesse apoiado o General Soares Carneiro... contra o General Ramalho Eanes).

É a percepção de que a "tropa" significa Ordem e Segurança.
Mas as percepções nem sempre estão alinhadas com a realidade...