Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Make the troubles great again
Centro Interpretativo do Estado Novo (1926-1974)
Pacheco Pereira assinou, em nome da Ephemera, um acordo de cooperação com a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, em que aquela associação cultural fica responsável pelo Centro Interpretativo do Estado Novo (1926-1974), a instalar na antiga escola primária de António de Oliveira Salazar.
À distância, parece-me ser a acção e a pessoa mais indicadas.
Pink Floyd - novo Live at Pompeii
Foi anunciada a versão restaurada de Live At Pompeii, o filme-concerto que documenta o concerto dos Pink Floyd no anfiteatro vazio de Pompeia, em 1971. Será também editado um álbum (em vinil e CD) com o mesmo título.
O filme original, de Adrian Maben, intitulava-se Pink Floyd at Pompeii - MCMLXXII e foi originalmente estreado em 1972.
Um documento raro e único da banda a tocar ao vivo, no período anterior a The Dark Side of the Moon, a não perder pelos "órfãos" dos PF.
Hotel a hotel, enche a cidade o papo
«Viajar
é (…) deixar um sítio onde se estava comendo num hotel triste, um boeuf-à-la-mode
triste, para ir, através de poeira, confusão e bagagem, comer a outro hotel
mais triste, outro boeuf-à-la-mode mais triste; e as igrejas, as lojas, os
homens, sendo por toda a parte iguais, não vale a pena partir para ir apenas e
em definitivo, sentir a melancolia infinita que inspiram as multidões
estranhas.»
Eça
de Queirós, Correspondência (Carta à condessa de Ficalho, 21 de outubro de
1885)
Há cidades que vão ficando iguais às outras que se vão parecendo com as primeiras.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Pronúncias dos Açores
Com conhecimento, inteligência e bom humor.
Pelo Professor Victor Rui Dores, natural de Santa Cruz da Graciosa.
domingo, 23 de fevereiro de 2025
Oh, Canadá
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
Mais um hotel de luxo, acabam-se as lendas
«Há neste bairro, que os transeuntes não suspeitavam tão interessante, um casarão, sobre que pairam lendas há já séculos. Todos as mencionam, e ninguém as sabe ao certo; todos prestam ouvidos para as escutar, e ninguém as ouve; todos as perguntam, e ninguém as explica. Falo do palácio chamado do Cunhal das Bolas, nas ruas do Carvalho e da Rosa. É um prédio enigmático, e, há poucos anos ainda, que quase lúgubre aspecto, hoje porém, desde 1866, convertido num alegre pombal de beneficência francesa, e portanto perfumado de benquerença pelas bondosas irmãs. É hospital, e escola; o corpo e a alma aí encontram o seu remédio.»
Júlio de Castilho, Lisboa Antiga - O Bairro Alto (vol. I), (1879)
O palácio fora vendido ao "Governo Imperial Francês", tendo-se nele estabelecido, «sob a inspecção do Ministro plenipotenciário de França, e direcção do Superior dos Lazaristas de S. Luís, o Asile Saint-Louis, onde se ensinam, com um carinho notável, as disciplinas da instrução primária. Faz gosto entrar aí; há um bem estar comunicativo, que só se poderia encontrar numa escola bafejada, como aquela, pela Religião.»
Ex-Palácio do Cunhal das Bolas a caminho de um bem estar bafejado pelo dinheiro de quem vem ver uma Lisboa convertida pervertida ao turismo.
domingo, 16 de fevereiro de 2025
Centenário de Carlos Paredes - Concerto comemorativo
Agora...
As televisões estão entre as pimbalhadas dominicais e o velório de Pinto da Costa.
A Antena 1, durante toda a semana, teve um bom conjunto de programas sobre o génio da guitarra.
Carlos Paredes - 100 anos do bom gigante da guitarra
«Não posso estar com uma guitarra nos braços sem ter vontade de a tocar.
No momento de tocar, a música fica a fazer parte de nós
próprios.»
Carlos Paredes (entrevista ao Público, 18 de Março de 1992)
Ou é o pacote completo ou não é democracia
«(…)
Eleito com uma maioria significativa, não aquela de que ele se gaba,
Trump disse ao que vinha – antes, durante, e depois, se houver um depois. O que ele disse põe em causa a democracia americana, o primado da lei e o
funcionamento regular de todas as instituições e, se
há coisa pela qual ele não pode ser criticado, é por não ter dito ao que vinha. Quem votou nele sabia o que ele ia
fazer e, por isso, assume uma responsabilidade directa no que está a acontecer. A ideia de que não se pode criticar as opções populares
numa democracia é absurda, quando essa opção põe em causa a própria democracia.
Foi assim com Hitler, com Perón, com Milei, com Trump, como com os eleitores da
Frente Nacional, da AfD, do Vox, etc., por uma razão muito simples: é que a
democracia parte da vontade popular, mas implica o primado da lei, os direitos
humanos, a igualdade dos homens e das mulheres, a recusa do racismo. Ou é o
pacote completo ou não é democracia. E o que Trump está a fazer nada tem que
ver com a democracia.
sábado, 15 de fevereiro de 2025
A nova ordem mundial: Manda quem pode, obedece quem deve
O chefe de Estado alemão afirmou que o novo governo americano tem uma visão de mundo muito diferente, não respeitando regras estabelecidas, parcerias e confiança.
Considerando que o líder americano não deve mudar, acaba por dizer que «Temos que aceitar isso e podemos lidar com isso. Mas estou convencido de que não é do interesse da comunidade internacional que essa visão de mundo se torne o paradigma dominante».
Entre a utilidade idiota e a chocante inutilidade
Parece-me que o mais importante para Trump é atrair a Rússia e afastá-la do raio de acção da China.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Candidata a Árvore Europeia do Ano 2025
terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Maria Teresa Horta (1937 - 2025)
«Percebi, na forma como conta a sua vida, que a mística de Maria Teresa Horta é a sua constante viagem ao passado, à infância. É uma vida de abandonos e desilusões que surgiram cedo demais e que deixaram cicatrizes. Lá está, uma existência que nada deve ao equilíbrio, embora sempre rica em acontecimentos e, acima de tudo, centrada num caminho literário que é exclusivamente seu. Mas com a Teresa podemos falar de tudo: Salazar, os costumes, a oposição, a clandestinidade, o partido, as mulheres-machistas, o conservadorismo, o jornalismo, a literatura, a crítica literária, o cinema, a música... Não existem temas que possam ser excluídos, ela interessa-se por tudo e rende-se sobretudo a uma ideia de beleza que, para ela, é um princípio civilizacional.»
Patrícia Reis, A Desobediente - Biografia de Maria Teresa Horta