«(...) o meu mundo também não era o das letras, mas o dos pássaros e do vento, o das águas e dos amieiros. Essa era a "poesia" que me chegava, mas havia outra, ela vinha na voz da minha mãe, e nos seus intermináveis romances, cuja lembrança me aquece ainda.»
«Por mais voltas que dê, é sempre à minha mãe que vou ter quando me ponho a imaginar como é que a poesia se me cravou tão fundo na carne. À minha mãe e àquele lugar onde os meus sentidos despertaram para uma luz atravessada por um chiar de carros de bois pelas quelhas, a caminho das terras baixas dos lameiros. É sempre àquela fonte que regresso. Nela bebi os primeiros versos (...)»
Eugénio de Andrade
Nascido há 100 anos
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