"Expresso, um jornal para saber ler" (as linhas e as entrelinhas).
O slogan era do próprio jornal, os parêntesis são meus, a propósito de um tempo em que nem tudo se podia dizer.
Foram 60 mil exemplares (a 5$00).
Como seu fundador, director e principal proprietário, Francisco Pinto Balsemão, deputado da "ala liberal", em ruptura com o regime depois de várias batalhas perdidas em torno da liberdade de expressão, do direito de e à informação e do fim da censura.
A manchete do primeiro número revelava que 63% dos portugueses nunca tinham votado.
O jornal contava com uma coluna de opinião de Francisco Sá Carneiro, outro dos deputados liberais, e a redacção era chefiada por Augusto de Carvalho.
Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Pinto Balsemão e Augusto de Carvalho |
Um mês depois, nas páginas do jornal, MRS (Marcelo Rebelo de Sousa) estreou-se na análise política (o que nunca deixou de fazer até agora!).
"Se o 25 de Abril não tivesse acontecido, o Expresso teria acabado!" (Francisco Pinto Balsemão).
Expresso: um jornal que foi uma lufada de ar fresco na balofice do anterior regime e referência do jornalismo português - não o será tanto actualmente, mas é verdade que toda a imprensa (a escrita em especial) vive um momento crítico. A sua qualidade (rigor, pertinência, independência) é muito questionável.
Penso no carácter que tinha muito jornalismo na época em que não havia cursos superiores de comunicação social...
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