«(...) o poeta, o ficcionista, o dramaturgo, o crítico, o ensaísta – uma das vozes mais potentes do século XX. Uma voz que cruzou os oceanos e o tempo para estar hoje, aqui, no meio de nós, não só fazendo ecoar a si mesma como todas aquelas vozes subtis, sussurradas, silenciadas por censuras e repressões.
(...) Este poeta, cuja voz é um clamor pela liberdade, pelos direitos humanos, pela dignidade da vida, completa seu primeiro centenário mais actual que nunca, como cumpre a todos os grandes autores, e dentre estes, não é exagero dizer que Sena ocupa uma posição das mais altas. Sua vasta e complexa obra, que reflecte um apetite de tudo, um desejo imenso de conhecimento, do outro, dos outros, de si mesmo, do mundo, ainda nos desloca dos lugares-comuns, das conclusões fáceis, do que é aceite sem questionamento, e assim o será pelos centenários que virão, actualizando-se de acordo com o tempo e a sociedade, mas sempre mantendo aquela desconfiança metódica de tudo que não passou pelo filtro da meditação.»
Jorge de Sena em fotografia de Fernando Lemos (1949)
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