"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Jesus no Monte das Oliveiras

«Jesus saiu para o Monte das Oliveiras, como era seu costume. Os discípulos foram com ele. Quando lá chegou, disse-lhes: "Peçam a Deus para não caírem em tentação." Afastou-se deles a uma curta distância e, pondo-se de joelhos, orava assim: "Pai, se for do teu agrado, livra-me deste cálice de amargura. No entanto, não se faça a minha vontade, mas sim a tua." Nisto apareceu-lhe um anjo do Céu que veio dar-lhe forças. Jesus estava muito angustiado e orava ainda com mais fervor, enquanto o suor lhe caía no chão, como grandes gotas de sangue.
Depois da oração, levantou-se e foi ter com os discípulos, mas encontrou-os abatidos pela tristeza. "Estão a dormir? Levantem-se e orem, para não caírem em tentação", disse-lhes.
Ainda Jesus estava a falar quando chegou uma multidão. À frente vinha Judas (...)»
(Lucas, 22:39-47)

El Greco, A oração no Monte das Oliveiras
Na pintura de El Greco, é o anjo que parece oferecer o "cálice de amargura" e Jesus, apesar de "protegido" pelo penedo, será descoberto e preso pelos guardas que se aproximam, conduzidos por Judas. Num plano inferior ao anjo, os três apóstolos que o acompanharam dormem numa concavidade.

Esta é uma das várias versões de El Greco para a mesma cena bíblica. As suas pinturas atingem uma capacidade criativa estranha aos cânones da época, o que levou a que alguns partidários da contra-reforma levantassem a questão de que as cenas de El Greco não estimulariam o desejo de rezar.


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