«Os governos mesmo teem lisongeado esta paixão dos naturaes pelo parisienismo de torna viagem, subsidiando viagens de funccionarios e vadios publicos, de pintores problematicos, e de jovens capacidades scientificas, détournées. Essas viagens d’instrucção, de que jamais se vêem pomos úteis, gastam ordinariamente em pandegas as bourses de travail que geralmente se recusam aos verdadeiros estudiosos, e dão em resultado enviar-se um ingenuo, e receber-se um monsiú de vidro no olho, com barbicha de bode, chupado e tanso, para quem Portugal nunca mais deixa de ser uma piolheira. — Paris, ha Paris! — Quando eu estive em Paris…— Uma noite, em Paris.-.— Mas meu caro, é que verdadeiramente, Paris…E a cada instante este true ritornella-lhes na bocca, para sublinhar a inferioridade manifesta de tudo quanto traz chancella nacional.»
Fialho de Almeida, Os Gatos
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