"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 5 de junho de 2012

D. Carlota Joaquina, rainha "menos consensual"

Palácio de Queluz - Sala do Trono


D. Carlota Joaquina
No dia da festa real britânica, em visita (não oficial) ao Palácio de Queluz, impuseram-se as reais e absolutas presenças de monarcas como D. Maria I, D. João VI e D. Miguel.

D. Pedro IV é a liberal excepção, tanto tempo ausente do país mas aí nascido e finado. A senhora sua mãe, D. Carlota Joaquina, a polémica rainha (pelos seus costumes e "mau feitio") não pode deixar de ser figura de destaque. Associando a sua figura, que à beleza não devia muito, à sua acção de ferrenha adepta absolutista e aos seus comportamentos, não esqueço as passagens que Raul Brandão sobre ela recorda nas Memórias:

«Contava o marquês de Ficalho (...) o seguinte caso, que mostra bem o medo que D. João VI tinha a Carlota Joaquina. Um dia o D. João VI ia de sege para Sintra, Queluz, ou não sei para onde. Ao lado galopava o Ficalho, com dezasseis anos, cavalariço do rei. De repente, ao longe, avista-se na estrada uma nuvem de pó, e o rei, deitando a cabeça de fora da sege, brada:
- Parem! para trás, que aí vem a p...!
A p... - era a mulher. As palavras são textuais.»

«O marquês de Valada sabia quem eram os pais de todos os filhos de D. Carlota Joaquina.»

Será que o de D. Miguel seria mesmo o jardineiro?

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