Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
quinta-feira, 31 de julho de 2025
Fraude de origem divina?
quarta-feira, 30 de julho de 2025
Fernando Vale - 125 anos
A arrumar papéis, encontrei umas páginas guardadas do Público de... 30 de Julho de 2000.
Motivo, o centenário do nascimento do "homem de Coja", o médico Fernando Vale, um dos fundadores do PS.
Da releitura do texto retenho «O desígnio do próximo século XXI, na sua perspectiva, deve ser o da fraternidade e não vê que haja essa vontade na direcção do seu partido. Considera-a demasiado enredada na teia dos pequenos poderes, que secretam um poder institucional tentacular, que a prazo se torna impossível controlar. Constituem-se num estado dentro de um Estado, este sucessivamente enfraquecido, sem capacidade de traçar rumos. Aponta para o caso das misericórdias. Na sua opinião este caminho é o da caridade, não o da fraternidade.»
«Um primeiro-ministro tem que ter cultura, formação humanista, não pode ser um técnico de contas (...). Sem isso não há governo, não há perspectiva política nem de ideias. Há só governação.»
Era a lucidez aos 100 anos. Hoje faria 125!
Fernando Vale viria a falecer em Novembro de 2004.
terça-feira, 29 de julho de 2025
domingo, 27 de julho de 2025
Os "Índios da Meia Praia"
A morte de Nuno Portas, arquitecto fundador do projecto SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local), relacionado com a construção de habitação social no período do PREC, fez lembrar as acções urbanísticas iniciadas entre 1974 e 1976, ano em que o projecto passou para a alçada das autarquias e perdeu a dinâmica inicial.
No seu âmbito, foram construídos 76 bairros e conseguiu-se o envolvimento de 42 mil famílias.
Um dos bairros construídos, e que uma canção tornou famoso, foi o Bairro 25 de Abril, em Lagos, mais conhecido pela comunidade dos “Índios da Meia Praia”.
É a construção desse bairro pela comunidade piscatória que José Afonso canta.
Nuno Portas (1934 - 2025)
Para obviar à memória cada vez mais curta dos viventes, a morte de Nuno Portas é apresentada como a morte do pai de Miguel e de Paulo Portas (esperando eu que o Miguel ainda esteja em muitas memórias). Falta a referência à Catarina...
Numa sessão de homenagem a Nuno Portas, na Cooperativa Árvore (Porto), a 8 de Outubro de 2004, afirmou Nuno Teotónio Pereira, outro grande arquitecto já desaparecido:
«Falar de Nuno Portas é de facto para mim, uma pesada responsabilidade, por temer ficar aquém do que é a sua figura e do que devemos ao seu trabalho e à sua maneira de estar, de pensar e de agir. Mas é também gratificante pelo que intensamente fizemos juntos e pelo que temos aprendido um com o outro.
(...)
Mas é aqui que julgo ser necessário acrescentar mais alguns dados a respeito da sua personalidade: a insatisfação permanente face aos objectivos alcançados, aliada a uma extraordinária capacidade de trabalho, que o levam a aprofundar sempre os estudos já desenvolvidos; a coragem em contrariar, de peito aberto, ideias feitas e conclusões simplistas ou redutoras, o que o expõe com frequência à controvérsia; a necessidade de partilhar e comunicar, abrindo constantemente frentes de debate e discussão, sacudindo a inércia das instituições e abrindo caminho a novos horizontes. Finalmente, a firmeza das suas convicções, que resulta de um confronto constante com realidades escondidas ou contraditórias, mas que se lhe impõem como norma de conduta através da profundidade do seu pensamento e dos fundamentos do seu saber.»
Após o 25 de Abril de 1974, Nuno Portas foi Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, tendo uma acção importante no lançamento de programas de realojamento condigno das populações urbanas mais carenciadas, nomeadamente através do projecto SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local), e no reenquadramento da função política e social da arquitectura no desenho da cidade.
As ideias que então teve oportunidade de concretizar já as houvera apresentado no Colóquio Nacional de Habitação, que decorreu em 1969, no Ministério das Obras Públicas.
É muito interessante todo o seu trajecto enquanto urbanista, intimamente relacionado com uma visão sociológica e filosófica muito coerente.
E quando a habitação é um problema central na sociedade actual, penso na falta que faz a existência de gente deste calibre, com a sua visão e a sua capacidade de intervenção partilhada, com ideias para realmente ajudar a resolver o problema.
terça-feira, 22 de julho de 2025
Eu juro que nunca vi nada!
Devo ter estado demasiados anos na mesma escola.
Podia ter vivido outras realidades...
Entretanto...
A Bolsa de Lisboa acabou o dia em quebra.
segunda-feira, 21 de julho de 2025
Educação - O Estado da Nação
Abençoado o país que tem como principais problemas na Educação a formulação das aprendizagens essenciais de Cidadania e a utilização dos telemóveis na escola.
Voltar à moral sexual do Estado Novo?
Primeiro, na disciplina de Cidadania, depois...
Nas próximas "reformas" educativas, para responder ao mal-estar de dois chefes de família, teremos o regresso das aulas de Religião e Moral obrigatórias, leccionadas pelo pároco da freguesia ou por freiras do convento mais próximo, o crucifixo e o retrato do Chefe do Estado ou do Governo voltarão às paredes das salas de aula, o hino nacional será entoado no início de cada aula e haverá lugar a uma missa campal em todas as escolas, no princípio do ano lectivo, para abençoar os alunos no regresso às aulas.
Nada que tenha "amarras dos projetos ideológicos"!
Que regresse a censura: os filmes não poderão projectar cenas de beijos fogosos, decotes ousados e diálogos em torno da emancipação feminina ou da homossexualidade. Canções com estrofes inspiradoras do desejo serão proibidas de soar na rádio e na televisão. As prateleiras das livrarias com obras que falem da contracepção, do prazer sexual e de outros temas da intimidade afectiva serão derrubadas.
O Código Civil deve voltar a incluir o imperativo da virgindade feminina à data do casamento (artigo 1636.º do Código Civil de 1966).
As três Marias voltarão a ir a julgamento...
domingo, 20 de julho de 2025
terça-feira, 15 de julho de 2025
Como diz o provérbio: O crime não ocupa lugar!
O JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias, parece estar à beira de acabar.
Na comunicação social, quem não trata de crimes vai à vida!...
Caímos numa época de bestialidade.
domingo, 13 de julho de 2025
Live Aid - há 40 anos
A 13 de Julho de 1985, teve lugar o Live Aid organizado por Sir Bob Geldof e Midge Ure para angariar fundos para o combate à fome na Etiópia.
Cerca de 40% da população global assistiu aos concertos que decorreram em Wembley (Londres) e no JFK (Filadélfia) e que foram transmitidos para todo o mundo numa das maiores ligações por satélite de sempre.
Durante 16 horas prevaleceu o espírito solidário que uniu milhões de pessoas por uma causa.
Hoje, não vejo como possível a realização de um evento com estas características. Como escreveram os U2: From Live Aid to Kill Aid.
Is This the World We Created?
Perante o curso inimplorável das coisas
Dias superfelizes com aviso de dias superinfelizes
sábado, 5 de julho de 2025
General Garcia dos Santos (1935-2025)
«Não há nenhuma operação militar que tenha êxito se as transmissões não funcionarem. E felizmente as transmissões funcionaram bem.»
Quem o disse foi o General Garcia dos Santos, Tenente-Coronel à data do 25 de Abril de 1974, acontecimento em que foi o responsável pelas transmissões, a sua área de eleição nas Forças Armadas e de que era professor na Academia Militar.
Garcia dos Santos faleceu ontem, com 89 anos.
Tendo começado a participar nas reuniões do MFA a convite de Fisher Lopes Pires, elaborou o "anexo de transmissões" - todo o plano de transmissões, por telefone e rádio, do posto de comando da Pontinha com todas as forças militares - depois de Otelo Saraiva de Carvalho lhe ter passado a "Ordem de Operações" no dia 15 de Abril.
O seu "anexo de transmissões" foi distribuído, a 23 de Abril, aos oficiais que participaram no golpe.
«Uma das mais importantes acções então adoptadas foi a colocação [em tempo recorde] de um cabo telefónico entre o Regimento de Engenharia na Pontinha, local escolhido para posto de comando e o Serviço de Telecomunicações Militares, o que permitiu aos revoltosos escutar os contactos estabelecidos entre as forças que apoiavam o regime (PIDE/DGS; Legião Portuguesa, GNR; PSP) e as comunicações entre membros do governo e as chefias militares nos dias 24 e 25 de Abril, o que constituiu uma importante mais-valia para o sucesso do golpe.»
Foi um dos "Nove", estando envolvido no plano operacional do 25 de Novembro - novamente as transmissões -, coordenado por Ramalho Eanes, de quem foi chefe da Casa Militar.
Desempenhou ainda vários cargos políticos e militares até ao final do século XX. Demitiu-se do Conselho das Ordens Nacionais, órgão que funciona na dependência do Presidente da República, em ruptura com Cavaco Silva quando este era Chefe do Estado, acusando-o de ser uma "nulidade completa".quarta-feira, 2 de julho de 2025
De preferência, com elas...
O que adianta ser uma "Loja com História"?