Hoje é o dia do padroeiro de Lisboa.
Iluminura representando a trasladação do corpo de S. Vicente (1502) |
Nau de S. Vicente - Armas da Cidade de Lisboa, baixo-relevo do século XVII |
Seguindo esta lógica, aguarda-se pela contratação de ninguém mais do que uma grávida para o papel de grávida, a contratação de um marreco para O Corcunda da Notre Dame, de um prisioneiro para fazer de bandido, de padres a sério para O Crime do Padre Amaro e um dos Secretários de Estado demitidos a representar um político.
O Teatro é para ser levado a sério, não é para fazer de conta!
Olho por olho, dente por dente! Os coxos que se preparem...
Vamos ver quem é o próximo a invadir o palco...
P.S. - Peço desculpa se ofendi alguém: não era minha intenção ofender coxos, marrecos, políticos demitidos ou outros.
«(...) o meu mundo também não era o das letras, mas o dos pássaros e do vento, o das águas e dos amieiros. Essa era a "poesia" que me chegava, mas havia outra, ela vinha na voz da minha mãe, e nos seus intermináveis romances, cuja lembrança me aquece ainda.»
«Por mais voltas que dê, é sempre à minha mãe que vou ter quando me ponho a imaginar como é que a poesia se me cravou tão fundo na carne. À minha mãe e àquele lugar onde os meus sentidos despertaram para uma luz atravessada por um chiar de carros de bois pelas quelhas, a caminho das terras baixas dos lameiros. É sempre àquela fonte que regresso. Nela bebi os primeiros versos (...)»
Eugénio de Andrade
Nascido há 100 anos
Esta notícia é do passado dia 31 de Dezembro |
A exposição Anjos e Lobos - Diálogos da Humanidade está na Galeria de S. Roque (Lisboa).
António Rodrigues, Público, 9 de Janeiro de 2023
aqui
"Expresso, um jornal para saber ler" (as linhas e as entrelinhas).
O slogan era do próprio jornal, os parêntesis são meus, a propósito de um tempo em que nem tudo se podia dizer.
Como seu fundador, director e principal proprietário, Francisco Pinto Balsemão, deputado da "ala liberal", em ruptura com o regime depois de várias batalhas perdidas em torno da liberdade de expressão, do direito de e à informação e do fim da censura.
A manchete do primeiro número revelava que 63% dos portugueses nunca tinham votado.
O jornal contava com uma coluna de opinião de Francisco Sá Carneiro, outro dos deputados liberais, e a redacção era chefiada por Augusto de Carvalho.
Marcelo Rebelo de Sousa, Francisco Pinto Balsemão e Augusto de Carvalho |
Um mês depois, nas páginas do jornal, MRS (Marcelo Rebelo de Sousa) estreou-se na análise política (o que nunca deixou de fazer até agora!).
Expresso: um jornal que foi uma lufada de ar fresco na balofice do anterior regime e referência do jornalismo português - não o será tanto actualmente, mas é verdade que toda a imprensa (a escrita em especial) vive um momento crítico. A sua qualidade (rigor, pertinência, independência) é muito questionável.
Penso no carácter que tinha muito jornalismo na época em que não havia cursos superiores de comunicação social...
Foi paragem obrigatória para governantes, artistas e intelectuais, e local de tertúlias.
Foi a segunda casa do seu cliente mais famoso:
Fernando Pessoa. A sua mesa, ex-libris da casa, continua reservada no
recanto onde passou tardes a escrever.
* Também encontrei o ano de 1778 como a data fundadora, sendo que em 1782 também vendia bilhetes para as carreiras de sege entre o Terreiro do Paço e Belém.