Eu não cheguei ao fim.
Dobrei o Cabo, mas havia em mim
Um herói sem remate.
Quando os loiros da fama me sorriam,
Aceitei o debate
Do meu destino de predestinado
Com singelos destinos que teriam
Um futuro apagado,
Fosse qual fosse a glória prometida.
E sempre que uma nau enfrenta o mar e o teme,
E regressa vencida,
Sou eu que venho ao leme
Com a Índia perdida.
Miguel Torga
Li que foi a 3 de Fevereiro que Bartolomeu Dias passou o Cabo das Tormentas, rebaptizado Cabo da Boa Esperança.
Será a data certa? Nem ele teve a consciência imediata de o ter passado. Só quando lhe faltou terra a bombordo e inverteu caminho...
A Bartolomeu Dias faltou o remate de ter chegado à Índia.
Não foi ele o designado para a viagem da descoberta do caminho marítimo.
Partiu com os Gamas... mas para ficar na Mina.
Partiu com Cabral... mas para não chegar ao fim, náufrago do Cabo que passara.
Bartolomeu Dias recordado na África do Sul
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