"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Fui ao Banco de Portugal

Metido num saco com serpentes venenosas e escorpiões, por insistir na sua fidelidade ao Cristianismo, S. Julião foi deitado ao mar.
Penso que seja este o orago da igreja que, junto aos Paços do Concelho (C. M. de Lisboa), em terrenos que teriam sido da faustosa Patriarcal destruída pelo terramoto, foi transformada em Museu e espaço de exposições do Banco de Portugal.
A história é mais longa, mas houve mesmo uns "vendilhões do Templo", no novíssimo Estado de Salazar: a venda da igreja ao capital aconteceu em Junho de 1933.

Mas fui ao Banco à procura de um troço da muralha de D. Dinis, encontrado nas escavações arqueológicas realizadas quando das obras da sede do Banco de Portugal (2010).
O que se observa sabe a pouco, porque ficamos sempre com aquela vontade de ter ou de ver tudo. Mas há mais um pequeno conjunto de objectos recuperados pelas escavações, animações audiovisuais e informações de contextualização sobre o reinado de D. Dinis que enriquecem o espaço.

Um espanto são alguns dos aspectos arquitectónicos da ex-igreja, criando espaços aproveitados para exposição de obras de arte.
Vale a pena ir ao Banco de Portugal por estas questões extra-financeiras.



Vestígios da muralha de D. Dinis






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