"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 4 de março de 2014

Negócios e Políticos

É de outro Carnaval que se trata.



«Mais de metade das empresas portuguesas cotadas na Bolsa tem ligações políticas. Antigos e atuais governantes do PS e do PSD exercem funções em órgãos sociais em 90% das 20 maiores nacionais.


Há mais políticos nas empresas cotadas do que empresas cotadas. Em 31 das 50 empresas que figuram na Bolsa de Valores foram identificados 51 políticos em cargos de gestão, administração e fiscalização e 70 envolvimentos, o que significa que alguns dos políticos em causa desempenham funções em mais do que uma empresa. Desse universo, 47% são ou foram ministros.»
Jornal de Notícias, 4 de Março de 2014


Não é legal? Acredito que seja legal.
Destrinçam-se os interesses privados e os interesses públicos? Desconfio.
É eticamente aceitável jogar simultaneamente (ou quase) nos dois campos (ou jogar num para preparar um salto para o outro)? Parece-me duvidoso.

Num país em que os privados reclamam frequentemente contra o sector público, mas vivem encostados ao Estado...  como "jogam" aqueles que devem estar a defender o que é o interesse público mas que também estão no privado?
Como se podem servir dois senhores diferentes, sobretudo quando há antagonismos?

Suspeito!


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