"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Pirolitos «Novo Ano Lectivo»

O pirolito era uma bebida gaseificada, à base de um xarope feito com açúcar, água, ácido cítrico e essência de limão, a que era adicionado gás carbónico. Seria um tipo de limonada gasosa (dizem que seria comparável à Seven Up dos dias de hoje), nunca provei.
Foi uma bebida muito popular na primeira metade do século XX, também pela forma da garrafa de vidro grosso e pelo berlinde que a fechava.
A garrafa, patenteada por um inglês em 1872, era encimada por um gargalo que, depois de uma parte mais larga, estreitava na extremidade superior, onde um aro de borracha se destinava a fechar hermeticamente a garrafa com o recurso a uma bola de vidro (tipo berlinde). A introdução do gás fazia subir o berlinde que, com a pressão, aderia à anilha de borracha e servia de rolha.
Para abrir a garrafa pressionava-se o berlinde, que descia no gargalo para a parte mais larga, permitindo a libertação do gás e a saída do líquido.
A abertura proporcionava sempre uns salpicos...


Havia pequenas fábricas de pirolitos distribuídas por todo o território de Portugal.
Conta M.ª Antónia Goes, Cozinha tradicional do Alentejo, que perto da vila do Alvito havia uma dessas fábricas. O seu dono casou com uma professora da instrução primária. Teria sido o amor que o levou a dar o nome de Novo Ano Lectivo aos seus pirolitos.

P.S. - A abertura deste Novo Ano Lectivo traz uns salpicos valentes! Uns maus borrifos...

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