"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 6 de maio de 2012

A Praça Velha de Angra

Praça Velha (data ?), vista de Nascente
As ideias são como as cerejas e a alcatra e Augusto Mateus transportaram-me a Angra do Heroísmo.
Angra é uma das minhas cidades preferidas.
A primeira dos Açores (1534), sua capital histórica, declarada Património Mundial pela UNESCO em 1983.
E quem vai a Angra vai ou passa pela Praça Velha - o centro da cidade- a primeira que terá sido desenhada em Portugal, de acordo com as ideias urbanas do Renascimento.
Sobre a Praça Velha escreveu Augusto Mateus:
«Tempos houve em que a Praça Velha reflectia a pasmaceira deste velho burgo ligado ao continente pelos velhos e ronceiros vapores de carreira. Aos domingos, a banda Regimental quebrava a monotonia do quotidiano, sem contudo afectar a pacatez que caracterizava a vivência insular. Um quiosque abastecia os cavalheiros de tabaco, as damas de refrescos, e a criançada de guloseimas. Choferes e engraxadores exerciam o seu mister, enquanto, dispersos pelos bancos, ociosos, passavam o tempo em amena cavaqueira. À noite, os vendedores de milho, favas, pevides e amendoins torrados. (...) Oh! Velha praça velha ! Coração da nossa terra... quantas gerações já viste passar através dos anos!»

Praça Velha vista de Poente (2008)
Ao fundo, o edifício da Câmara Municipal
A referência à "banda Regimental" remeterá para as memórias de infância do autor: nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX (até à década de 20?) a Banda de Caçadores n.º 10, aquartelada na Fortaleza de S. João Baptista, tocava aí gratuitamente para a população da cidade, todos os Domingos.
Praça Velha que também serviu de mercado de galinhas e de gado aos Domingos, foi cenário de corridas de toiros e local de execução no tempo das lutas entre liberais e absolutistas, tempo de onde veio o Heroísmo de Angra.

O forte de S. João Baptista traz-me à recordação
a visita com o 9.º 8: foi aí que jantámos quando da nossa
estada na Terceira (1997). Olha o pessoal a um dos velhos portões

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