"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A arte de arrumar estantes

Arrumar estantes de livros e discos, como disse, tem a sua arte.
Rearrumar é uma arte maior.
Significa alteração ou rearrumação da lógica. Estão a seguir o raciocínio?
Um poeta não deve ser deixado entre os tachos e as panelas da gastronomia; ficção e História podem confundir-se, mas não são a mesma coisa.


No caso da música, ainda com os discos à solta, Beethoven recuperou a audição e está numa velha taberna a cantar fado, Janis Joplin trauteia uma improvável cantata, Chopin e Peter Hammill uniram as suas almas nostálgicas tocando piano a quatro mãos e J. S. Bach conversa com John Coltrane, enquanto Carlos Paredes se diverte numa jam session com John McLaughlin.
Acho que prescindo, para já, de os arrumar e vou ouvindo, um pouco ao acaso, músicas mais esquecidas no fundo das prateleiras ou nas prateleiras do fundo.


A espantosa simbiose da música de J. S. Bach com música africana

 

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