O jogo de xadrez da vida dos cidadãos, jogado pelos políticos, é levado a um ponto em que estes já não se lembram do que está em causa, absorvidos pelo tacticismo e pelo desejo de vitória sobre o adversário.
Chegados a este ponto, o que é ou será a nossa vida já não interessa, já nem é lembrado. Só interessa a obsessão pelo jogo, entretanto, inútil.
Mais do que inútil, perigoso. Pelo que põe em causa.
Em O Sétimo Selo, Ingmar Bergman coloca a sua personagem principal (o cavaleiro) a jogar xadrez com a personificação da morte, à beira mar.
“Cada jogada torna-se um adiamento à morte do cavaleiro, e apesar de ele saber que irá morrer, tenta cada vez mais adiar a sua morte de modo a descobrir mais sobre a vida. Ele procura o Conhecimento (...)”
Ao menos, Bergman fez uma obra de arte.
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