Este cartoon não é de agora - remete, pelo menos, para Julho de 2023.
(Já não me recordo de onde o roubei...)
Este cartoon não é de agora - remete, pelo menos, para Julho de 2023.
(Já não me recordo de onde o roubei...)
Gosto de ver como dezenas de milhares de lisboetas se mobilizam para defender 25 jacarandás ameaçados de corte pela CML, por atrapalharem a construção de um parque de estacionamento.
São curiosos estes fenómenos.
Desconheço que haja uma mobilização assim pela criação de condições para um bom funcionamento do Serviço Nacional de Saúde ou para um ensino de qualidade nas escolas públicas.
Uma Petição Pública contra o abate de sobreiros no parque eólico de Morgavel (1070 sobreiros) teve, até ao momento, 14010 assinaturas.
O sobreiro, consignado como Árvore Nacional de Portugal desde 2011, está a conseguir aqui 13 assinaturas por exemplar.
Muito a propósito dos nossos dias e das notícias by TV...
Dos velhos Genesis - já sem Peter Gabriel, mas ainda com Steve Hackett, aqui dedilhando a sua guitarra.
O Dia da Poesia, a 21, coincidia com a entrada na Primavera. Devia ser por causa das flores, dos passarinhos, das borboletas e das outras coisas assim.
Agora, a Primavera antecipa-se e o Dia da Poesia chega atrasado. Está mal feito!
Devia ser automático, como os relógios modernos quando da mudança da hora...
Quando vier a primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
«Eis um homem que não precisa de apelido para ser identificado na vida e na literatura. Dizemos Camilo – e esse nome chega para designar um rosto e uma obra inconfundíveis. Camilo evoca "o romance do romancista", tão dramático como o das suas personagens, e uma longa fila de livros, que toda a gente conhece ao menos de título: Amor de Perdição, Novelas do Minho… Camilo, que constitui todo um capítulo, e fundamental, da literatura portuguesa do século XIX e é tema de especialistas, foi sempre um autor popular: lêem-no tantos letrados como o homem da rua. É popular e ao mesmo tempo complexo, vasto e vário pelo número de títulos e a diversidade de géneros, como um continente ou uma floresta que nunca se conhece por mais que se explore. Há segredos, zonas recônditas que talvez nunca se revelem – nem ao explorador mais animoso e mais audaz. Quem é Camilo? Um enigma que se levanta numa encruzilhada da literatura para desafiar a nossa paciência e a nossa perspicácia.»
João Bigotte Chorão, O essencial sobre Camilo
«Camilo nasceu, em Lisboa, a 16 de Março de 1825, conforme os registos oficiais, e também por ironia do Destino. É como se Maomé tivesse nascido na Gronelândia.
Onde Camilo nasceu, ou, antes, renasceu, foi na Samardã de Trás-os-Montes. Aquela serrania é a mãe do seu renascimento, e o repôs num berço de fragas, não em corpo, mas em alma predestinada.»
Teixeira de Pascoaes, O Penitente
Camilo Castelo Branco estava convencido que tinha nascido no Largo do Carmo, onde viveu em criança e onde esteve a lápide que ali assinalava o seu nascimento.
Só mais tarde, um dos seus vários biógrafos descobriu que o seu nascimento se dera no n.º 9 da Rua da Rosa, ao Bairro Alto. Há um século, a lápide passou da casa do Largo do Carmo para o 2.º andar do prédio da Rua da Rosa.
Mas as incertezas da sua biografia são tão grandes que a mãe chega a ser identificada com sete nomes diferentes, qual deles o verdadeiro. Esse foi rasurado no registo de baptismo na Igreja dos Mártires. Ficou registado como filho de mãe incógnita!... A madrinha, está no registo paroquial, foi... N. Sr.ª da Conceição.
Como o próprio Camilo escreveu numa carta ao visconde de Ouguela, "Ainda não viste biografia mais atrapalhada".
A vida de Camilo dava um romance. Que o diga Aquilino Ribeiro... ou Teixeira de Pascoaes.
Em Jangada de Pedra, o governo português manifestou uma solidariedade semelhante quando a Península Ibérica se começou a separar da Europa: enviou três betoneiras.
Não resolve nada, mas mostra compreensão e boa vontade, o que não é normal em Trump.
Comemoraram-se, no passado dia 5 de Março, 100 anos do nascimento do Prof. Lindley Cintra, um dos mais importantes filólogos e linguistas portugueses, autor de estudos fundamentais para o conhecimento da língua portuguesa antiga e moderna. Leccionou sempre na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tinha estudado.
Quando da crise académica, nos anos 60, assumiu publicamente a defesa de estudantes
perseguidos, o que lhe valeu episódios de prisão e de agressão policial.
Após o 25 de Abril, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade (1983) e com o grau da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (1988).
No dia 8 de Março de 2015, Maria Teresa Horta dedicou o poema Visionárias a todas as amigas do Facebook, a todas as suas leitoras, e, em geral, a todas as mulheres.
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Traje de Maria Tudor |
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Traje de escocesa |
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Traje de dominó |
"London calling to the faraway towns (...)"
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Cimeira sobre a situação na Ucrânia, em Londres (Lancaster House) (dos Lancaster nossos familiares) |
Os tempos vão pesados...
Mas na nossa humilde dimensão caseira e familiar, ocupamo-nos de moções de confiança (ou de desconfiança) por negócios, avenças e dividendos, incompatibilidades, conflitos de interesses e quejandos...
Volto-me para o alinhamento dos astros, para as nuvens mais ou menos negras que me fazem pensar nos tempos...
Não vivo perto de vacas que sorriam. Saudades dos Açores!...