E que tal uma estrelinha amarela?
Entrada do diário de Esther Hillesum, judia holandesa, do dia 3 de Julho de 1942:
«Houve um tempo em que pensava que precisava de ter uma série de ideias brilhantes todos os dias, e agora, às vezes, sinto-me como um pedaço de terra árida onde nada cresce, mas que, no entanto, está coberta por um céu alto e amplo. E assim é, de longe, melhor. Algo se cristalizou. Olhei bem nos olhos e aceitei na minha vida a nossa destruição, o nosso triste fim, que já começou de tantas pequenas maneiras quotidianamente, e o meu amor pela vida não diminuiu. Não sou amarga, nem revoltada, nem de forma alguma estou desanimada. Continuo a crescer dia após dia, mesmo enfrentando a probabilidade da destruição. Não vou brincar mais com as palavras, pois só geram mal-entendidos: reconciliei-me com a vida, nada me pode acontecer e, aliás, o meu destino pessoal não é a questão; não importa se sou eu quem morre ou se é outra pessoa. O que importa é que estamos todos marcados.»
Esther "Etty" Hillesum morreu foi morta em Auschwitz, em 1943, aos 29 anos de idade.
A sua morte fez parte da solução final.
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