Não me lembro de uma época tão propícia a situações, decisões e críticas que têm analogia com a história do velho, do rapaz e do burro.
Quem tem um canalzinho para comentar é rei. E para além da pandemia temos um pandemónio.
Com tantos bons capazes - tanta luminária! -, como é possível que se escolham para nossos representantes tantos incapazes?
Os capazes ficam sempre de fora ou passam a incapazes quando estão "lá dentro". E vice-versa.
Será a isto que o Júlio César se referia quando afirmava que "há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar"? Se calhar não o disse, mas não está mal achado.
"No fundo da alma dos portugueses há uma vontade de contrariar", afirmou, mais de dois mil anos depois, um inglês que escreveu sobre nós.
O Eduardo Lourenço também deve ter dito alguma coisa sobre isso...
E tudo é tão absoluto que passamos de bestiais a bestas num estalar de dedos. Voltar a bestiais já é um pouco mais difícil... Não há dedos ou estalos que cheguem.
Milagres dão lugar a maldições (que antónimo para milagre?), mas quer uns quer outras são do domínio do extraordinário e do incompreensível.
O que vale é que no nosso triste fado a culpa é sempre dos outros...
E nisto há unanimidade!
Pronto! Já aproveitei o meu canalzinho...
Porque, com o confinamento, há mais tempo e... cá se vai andando!...
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