"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Yellow Submarine

O meu pai levou-me a ver o filme num cinema que havia ao Arco do Cego.
Delirei com as figuras, as cores e as músicas.
Sou capaz de ter ido ainda em calções...



Apetece-me ser demagógico!

Fico feliz porque os professores são o único problema que pode afectar o Orçamento de Estado de 2019.
Não há mais problemas!







E já não falo das obras na IP3...

P.S. - Ah!... E eu sou professor no Burkina Faso!
(É verdade que tenho vários alunos da "Jamaica"!)


domingo, 22 de julho de 2018

Luz e sombra

«O Homem foge da sua sombra anterior para a sua luz futura.»

Casa de Pascoaes

Por abismos sem fim, vou caminhando...
E o mais profundo abismo é o alto céu.
E que vertigens sempre sinto, quando
Me inclino sobre a luz que amanheceu!

É um abismo a oração que vou rezando.
É um mar sem fundo a flor que renasceu...
Nas palavras que vou pronunciando,
Cada ideia é tão alta como o céu!

Sobre abismos, caminho dia a dia...
Das suas negras trevas se irradia
Uma outra escuridão ainda maior...

Que a mim me diz, nas horas em que cismo,
Que é um abismo junto d´outro abismo,
Meu coração ao pé do seu amor!...
Teixeira de Pascoaes

Foz do Douro




Edward Hopper

Edward Hopper 
(nasceu a 22 de Julho de 1882)











Rooms by the sea

«Talvez eu não seja muito humano. O que eu queria era pintar a luz do Sol na parede duma casa.»


sábado, 21 de julho de 2018

Ach. Brito centenária

Foi ontem que a Ach. Brito completou oficialmente 100 anos.

Achilles de Brito

Os irmãos Affonso e Achilles de Brito foram os fundadores da Ach. Brito & C.ª Lda, uma empresa de sabonetes e produtos de perfumaria, na cidade do Porto (Av. de França, à Boavista).

As actrizes nas latas dos sabonetes Musgo Real (a de Heidi Erich é de 1962)

Em 1925, a Ach Brito viria a adquirir a Claus & Schweder Sucessores, herdeira da primeira fábrica nacional de sabonetes e perfumes (1887), de que Aquiles tinha sido um dos sócios entre 1909 e 1916. Daí vem a associação da Ach. Brito à Claus.  


O sabonete Musgo Real é a minha memória primeira de um sabonete de marca.
A Elizabeth Taylor é outra memória...



quarta-feira, 18 de julho de 2018

Misterioso...

... inacreditável, incompreensível, inaceitável, inadmissível, insuportável, inconcebível, inimaginável, intolerável...


Público de hoje

Obscuro!


Nelson Mandela - 100 anos do seu nascimento



A música pela liberdade... 

Concerto The Nelson Mandela 70th Birthday Tribute, a 11 de Junho de 1988, no estádio de Wembley, pela libertação de Nelson Mandela.




No mesmo estádio, 16 de Abril de 1990, dois meses depois da libertação de Nelson Mandela, Nelson Mandela: An International Tribute for a Free South Africa.
Espectáculo organizado para comemorar a sua liberdade, mas também para intensificar a luta contra o apartheid na África do Sul.



João Semedo e António Arnaut

No espaço de dois meses, a morte levou estes dois resistentes à ditadura e defensores activos do Serviço Nacional de Saúde.


Fica-nos o exemplo das suas vidas.

«Tive a vida que escolhi, a vida que quis, não tenho nada de que me arrependa no que foi importante. Segui sempre a minha intuição, nunca me senti a fazer o que não queria. Sim, fui muito feliz, sou e acho que continuarei a ser.»
João Semedo

Fotografia roubada à minha amiga Almerinda


sábado, 14 de julho de 2018

Há coisas que não se compreendem...

... ou que se compreendem bem de mais!

DN de hoje

Público de 8 de Julho de 2018


Os jornais portugueses de hoje


«Os jornais portugueses, uns mais do que outros, deixaram há muito de querer “interessar a todas as classes”, deixando de fora das suas páginas uma parte maioritária dos portugueses, cujos problemas no trabalho, na escola, na casa, na vida quotidiana, de segurança, de violência e crime, não chegam aos jornais em contraponto com uma qualquer performance “artística” que ocupa duas páginas ou com as encomendas das agências de comunicação, cuja origem é ocultada aos leitores. Falta cobertura independente e isenta dos negócios, das empresas, em particular das grandes empresas e dos centros de poder fáctico, como os grandes escritórios de advocacia de negócios. Não é por acaso que todos têm agências de comunicação. A arte e a cultura, tantas vezes medíocre, mas urbana e trendy, tem uma cobertura particularmente acrítica, mas com lugar nobre. O que falta? Um exemplo: em plena luta dos professores, o que é que sabemos da condição de se ser professor hoje, numa escola comum, com alunos comuns, mas reais, os que existem, os que lá estão? Quase nada, muito pouco. Não é glamoroso, eu sei.»

José Pacheco Pereira, Público, 30 de Junho de 2018


Ingmar Bergman - 100 anos

Ingmar Bergman nasceu há 100 anos, em Uppsala, na Suécia.


«No centro de cada um dos seus filmes, é a própria noção de espectáculo e de representação que é incessantemente questionada, como loucura devoradora, ilusão irredutível, face a face com o desejo e a morte, última prova de verdade.»

Foi (é) um dos meus realizadores.
Do tempo em que eu ia ao cinema...


sexta-feira, 13 de julho de 2018

Bryan Ferry

Bryan Ferry veio actuar no NOS Alive.
Pensar que já o vi em 1982, com os Roxy Music...


Do que ouvi... já se devia ter reformado.
Enfim, aos 72 anos...


Sucessos (e insucessos) educativos

A propósito das “Estatísticas da Educação 2016/2017”, publicadas no princípio deste mês, o Ministério da Educação destacou a “evolução muito positiva das taxas de transição e conclusão dos alunos”. “Há uma redução do insucesso escolar de 19%, 13% e 15% nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de escolaridade, respectivamente, e de 4% no ensino secundário, face ao ano lectivo anterior.”

Motivos? O ministério lembra o que fez, associando, de alguma forma, a sua política aos bons resultados.

«A partir de 2016, o actual Governo colocou em marcha um conjunto de medidas educativas inovadoras e ambiciosas, tais como o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, o apoio tutorial específico ou o reforço da Acção Social Escolar, no sentido de permitir a todos os jovens as condições adequadas para uma escolaridade bem-sucedida, combatendo aliás um dos problemas estruturais que vinham sendo identificados em Portugal, em contraste com a grande maioria dos outros países europeus: as elevadas taxas de insucesso escolar.»

É que isto da educação é atar e pôr ao fumeiro - os resultados são imediatos!
Quanto à política de sucesso do Governo e às suas "medidas inovadoras e ambiciosas"... o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar parece que já foi... Um programa de sucesso e para o sucesso morreu ao fim de dois anos!
Que futuro para o sucesso? Medidas que não custem dinheiro.

Ontem, foram conhecidos os resultados dos exames do 12.º ano, 1.ª fase.
A comunicação social destacou, sobretudo, as descidas verificadas nos resultados de algumas disciplinas. Matemática foi referida pela negativa, embora abaixo tenha estado a História.
Por acaso, o número de disciplinas em que houve quebra nos resultados é igual ao das disciplinas que os melhoraram. E a percentagem de reprovações diminuiu.




Hoje, a notícia foi a quantidade de chumbos nas provas de Matemática do 9.º ano. Matemática, "eternamente"! Embora "chumbos nas provas" seja coisa que não existe - há negativas.
Em Português os resultados foram bem melhores - 87% de positivas, mas os títulos ignoram o que é melhor.

Dos piores resultados se dirá que a culpa foi do trabalho deficiente das escolas (dos professores, leiam-se muitos comentários nos jornais online).
Dos melhores, talvez se fale de facilitismo... ou das boas políticas.

Os sucessos e insucessos estão bem para as garrafas meio cheias e para as garrafas meio vazias.
Mas as análises muitas vezes ficam turvas.


quinta-feira, 12 de julho de 2018

A NATO e o IP3

Esperava que António Costa explicasse ao Trump que as obras no IP3 não permitem aumentar o contributo de Portugal para a OTAN.
Afinal...





Um momento de convívio entre a comunidade escolar

O título é da autoria do Presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas. O senhor referia-se a isto:




Parece-me é que estão todos doidos!


segunda-feira, 9 de julho de 2018

A perspectiva do rinoceronte




As intermitências da greve

Não é o descongelamento...


Já em Junho se sabia...


Mas outros valores se levantam (o futebol, sobretudo! Mundial, Sporting, Ronaldo... até uma equipa de miúdos na Tailândia!)...

Passado o tempo das promessas, haverá a amnésia de alguns...

Em Setembro estaremos no mesmo ponto...


quarta-feira, 4 de julho de 2018

Uma luz qualquer que ainda não sabemos explicar

«É a minha música preferida da Sétima Legião. Quando toco aqueles três acordes de abertura e oiço o "Tem mil anos uma história" passa-se qualquer coisa cá dentro, é um daqueles momentos em que uma pessoa sente que vale a pena ser músico. É difícil expressá-lo em palavras, mas se quisesse ser piroso e pedisse para me cantarem uma canção sobre a campa, seria qualquer coisa deste género.»
(Ricardo Camacho, 2000)


No Coliseu dos Recreios, 2012, pelos 30 anos da Sétima Legião.
Eu estava lá!...

«O Ricardo ficou maluco quando a Sétima Legião o convidou para tocar com eles. E ficou mais maluco ainda quando o convidaram para fazer parte da Sétima Legião. Ficou eufórico. E disse-me assim, que nunca mais me esqueci: "Já viste, Miguel? Quem é que não sonha pertencer à banda de sonho?»
«Foi a maior alegria da vida dele ter sido convidado para fazer parte da Sétima Legião, que nós adorávamos. Ele que tinha sido sempre um músico solitário, um compositor, passaria a fazer concertos com a sua banda preferida...»
(Miguel Esteves Cardoso)



«Era um músico fantástico, apesar de se ter dedicado mais à medicina (...) Era ligeiramente mais velho do que nós, já era médico quando a Sétima Legião começou. Durante esses dez anos, fazia bancos durante a noite e depois íamos para os concertos.»
(Rodrigo Leão)



Causa admiração ler agora, nos jornais, o seu currículo (que antes passava despercebido, por só o ligar à música - produtor, compositor, instrumentista):
Trabalhou na unidade pediátrica de transplantes de medula do Instituto Português de Oncologia,  dedicou-se à investigação da sida no hospital Egas Moniz (Lisboa), onde dirigiu o laboratório de virologia. Investigador do Centro de Malária e outras Doenças Tropicais, foi também professor na Escola Superior de Ciências da Saúde e na Faculdade de Ciências Médicas, ambas em Lisboa, e na Universidade Católica no Porto. 
Mais recentemente, trabalhou como investigador convidado no Rega Institute for Medical Research em Lovaina, na Bélgica.


«Uma espécie de caixinha de surpresas» (David Ferreira)


«Penso que uma boa canção é uma boa canção (...) tivemos uma sorte enorme em fazer algo que acabou por penetrar mais facilmente na memória das pessoas e perdurar. Mas, fundamentalmente, elas continuam a ser ouvidas porque são boas canções. É a minha opinião.»

São boas canções!!
Obrigado, Ricardo Camacho.


P.S. - Quando o PÚBLICO lhe perguntou em 2000 o que tinha ficado da viagem da Sétima Legião, Ricardo Camacho respondeu com a inquietude de espírito e um certo tom místico: “Uma luz qualquer que ainda não sabemos explicar. Uma promessa que não promete nada.”


domingo, 1 de julho de 2018

Outros futebóis...

Gauguin, Cézanne, Rodin, Degas, Renoir e Monet;
Daumier, Seurat, Toulouse-Lautrec, Manet e Delacroix.


Velazquez, Cervantes, Miró, García Lorca, Paco de Lucia e Goya;
Buñuel, Picasso, Salvador Dali, El Greco e Antoni Prazer (Placer?)


Da autoria de Gradimir Smudja, cartoonista e pintor sérvio, que reside actualmente em Itália.