SEM AMOR
Viver sem amor
É como não ter para onde ir
Em nenhum lugar
Encontrar casa ou mundo
É como não ter para onde ir
Em nenhum lugar
Encontrar casa ou mundo
É contemplar o não-acontecer
O lugar onde tudo já não é
Onde tudo se transforma
No recinto
De onde tudo se mudou
O lugar onde tudo já não é
Onde tudo se transforma
No recinto
De onde tudo se mudou
Sem amor andamos errantes
De nós mesmos desconhecidos
De nós mesmos desconhecidos
Descobrimos que nunca se tem ninguém
Além de nós próprios
E nem isso se tem
Além de nós próprios
E nem isso se tem
Ana Hatherly
(Ana Maria de Lourdes Rocha Alves,
Porto, 8 de Maio de 1929 - Lisboa, 5 de Agosto de 2015)
«O poeta é um pintor do mundo invisível»
(A.H.)
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