"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Manoel de Oliveira, O Velho do Restelo e Pascoaes

Manoel de Oliveira cumpriu os seus 106 anos.
E o seu Velho do Restelo estreou.

Num banco do nosso século, no jardim do Passeio Alegre, Dom Quixote, Camões, Camilo Castelo Branco e Teixeira de Pascoaes conversam.
Diz a produtora da curta-metragem que se trata de "um mergulho livre e sem esperança na História", a partir de um texto de Pascoaes.
Quase que aposto que o texto é de O Penitente, visão da vida de Camilo Castelo Branco, onde Cervantes/D. Quixote e Camões são frequentemente chamados ao drama da humanidade portuguesa.


«Camilo, pálido e trémulo, recebe, na memória assombrada, o desenho da borrasca, um desenho caótico ou do Caos... É o belo horrível visto e imaginado, ou visto em imagem, essa fêmea grávida, nos miolos dum Poeta. A imagem do mar pariu os Lusíadas; e a da alma humana o D. Quixote. Cervantes viu-a, como se ela fosse uma estrela. E a nossa própria imagem não somos nós num efeito quimérico de luz?»
Poderá ser este o ponto de partida...
Curiosidade...

O Penitente, grande livro!


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