"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 30 de maio de 2010

Exposição de Graça Morais


No Palácio Anjos - Centro de Arte Manuel Brito, em Algés (num jardinzinho bem arranjado e pertinho da estação dos comboios), encontra-se, até 19 de Setembro uma exposição de trabalhos de Graça Morais.

Vale a pena dar lá um salto e apreciar as pinturas e os desenhos desta transmontana de fibra.
Interessantes os catálogos de trabalhos/exposições antigos, livros e fotografias que integram/complementam a exposição, recordando outros momentos e outras personagens que foram e são referência para gerações como a minha (estou nos 51!).

Eu a pensar neles e... telefonou o Ricardo João

O aniversário da Cátia fez-me pensar a nossa ausência - há quanto tempo não nos encontramos (9.º 8) para dar uma volta, estar à volta de uma mesa ou do que quer que seja, conversar, estar...

Nessas alembranças que os muitos afazeres dissipam e eis que o Ricardo João se lembrou do mesmo e telefonou para começarmos a organizar um encontro... em bom!

Vamos ver do que somos capazes.
E já agora... vou divulgar esta tasca!

Ó pra nós a caminhar. Tão novinhos!!!



sábado, 29 de maio de 2010

Anos da Cátia

Faz já uns meses que não sei nada de ti.

Não é costume estarmos tanto tempo sem trocar, no mínimo, umas mensagens.
É o que faz vires morar para mais perto. Se atravessasses o rio encontrávamo-nos no cais, lá longe, como tantas vezes aconteceu.
É que nem o número de telemóvel funcionou!

Para que saibas que me lembrei de ti.
Saudades

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dia dos Açores - como é que eu ia deixar passar a data?

Moinho na ilha do Corvo
Hoje é Dia dos Açores.

«Não sei se faz sentido falar dos Açores como de ilhas perfeitas; mas nelas mora um povo que descende de toda a memória portuguesa, e cuja experiência de insularidade lhe confere uma identidade anímica e cultural muito própria. Ela vem tanto da história dos séculos e do povoamento, como dos seus mitos de sempre: a solidão marítima e a visão da ilha em frente, a unidade e a diversidade de uma paisagem em confronto ou em síntese de grandeza, o tempo que entra na alma, a fé numa eternidade feita à medida de cada homem.»

João de Melo, Açores - o segredo das ilhas

Plantação de chá da Gorreana (S. Miguel)

A agricultura é que está a dar

Hortas no Fogueteiro, esta manhã.


domingo, 23 de maio de 2010

The Icelandic Opera na Lagoa Azul

A Islândia anda agora nas bocas do mundo, sobretudo por causa de um dos seus vulcõezitos (eles têm muitos mais e maiores!).
Como tive a oportunidade de visitar a ilha no Verão passado e conhecer alguns dos seus magníficos recantos, fiquei com aquela ligação que justifica procurar saber regularmente as novidades que que por lá se passam, com ou sem vulcão.

Ao passar virtualmente pela Lagoa Azul, encontrei referência àquilo que podem ver em



A ópera em fato de banho.
Acho que corresponde bem ao espírito islandês.

sábado, 22 de maio de 2010

O conceito de tio-avô

O SMS chegara na 5.ª feira. Li-o quando estava a beber um sumo de maracujá:
"Este sábado lanche-ajantarado chez-moi. Proibido faltar! (...) beijinhos"
Remetente: Rita

Seria um lanche normal, o João cozinharia os petiscos, comíamos, bebíamos uns copos, víamos a final da Liga dos Campeões, víamos as fotografias do passeio ao palácio da Pena...
Mas afinal havia uma surpresa: uma comunicação através de vários envelopes-prendas (um para cada um).
A Rita impôs que todos abríssemos os envelopes ao mesmo tempo: 1, 2, 3...
E todos vimos...

Pronto! A informação era a mesma para todos, mas a patente era diferente: a mais jovem criatura da família, com 93 dias de gestação, informava-me, e logo por escrito, que era meu sobrinho-neto (coisa em que nunca tinha pensado!). 

Ou seja: eu vou ser tio-avô!

O papá João, impressionado com os 6 cm de comprimento, achou que aquela imagenzita se assemelhava a um conguito! (Esta sensibilidade masculina!...)
E aqui está para o mundo a tal fotografia do "Conguito".
Em baixo, os pais.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ainda bem que amanhã é Sábado

Cheguei há pouco da praia.
Amanhã é Sábado.

Um pouco de música (ouvir Beth Gibbons):



P.S. - O fuso horário deste blogue é o dos Açores. Fico com aquela sensação de que ganho uma hora e mato saudades.

Novo livro de Proust (especial para a Fátima)

Descobre as diferenças.
A propósito da nossa conversa...


quinta-feira, 20 de maio de 2010

A propósito da polinização - A erva da fortuna

Imaginar ervinhas a germinar no meu nariz fez-me lembrar um texto de Jorge Sousa Braga - A erva da fortuna. Fui relê-lo e, tendo já uns aninhos, fala de muitas coisas actualíssimas.


Espero que o autor não se importe de o ter aqui:

«A erva da fortuna cresce como por encanto nas orelhas dos políticos, o primeiro-ministro proclama a amnistia para os cucos dos relógios, o degelo nas relações internacionais restabelece o nível das águas nas albufeiras, o ministro da energia esfrega as mãos de contente. Embora o boletim meteorológico seja controlado pelo governo, nuvens cor de chumbo toldam frequentemente o horizonte, os pescadores de águas turvas procuram o alto mar, uma chuva de impostos cai de imprevisto, ah a chuva na primavera, escrevem os poetas.
As andorinhas podem passar livremente a fronteira. Os polícias oferecem grinaldas aos condutores de veículos mal estacionados. O cio invade a assembleia. Os deputados bombardeiam-se com pólen. Um nostálgico do outono argumenta: a primavera de Praga também foi de lagartas nas estradas.»
Jorge Sousa Braga


Erva-da-fortuna

Queres sol?

Desde 3.ª feira o clima desanuviou-se:
Consegui o que queria com o telefonema que fiz.
Através da minha amiga Edite, consegui recuperar o meu bloco de trabalho.
As fotografias ficaram para 2.ª feira.
A Polícia facilitou-me a recepção da notificação sem que tivesse de faltar.
A camisa lavou-se e não há nódoa da caca de pombo.

O Sol brilha. O tempo aqueceu. Tudo bem?
Nem por isso.

Com o Sol e este calor vêm outras coisas anexas, tipo oferta, mas daquelas ofertas que se dispensam:
Os índices ultravioleta são mais elevados em todo o país e, como dizia no jornal, "na Estremadura e região de Lisboa, os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, dominando os de oliveira, sobreiro, gramíneas, ervas parietária, tanchagem e azeda, pinheiro, azinheira e outros carvalhos."
Neste molho, a única coisa que me deixa mais feliz é a quantidade de verdura de onde os pólenes são originários. Faz parecer que, pelo menos na zona de Lisboa, vivemos num país verde.
A quantidade de espécies contribuintes para que se me entupa o nariz, espirre, chore... É incrível! E então os sobreiros, espécie pela qual nutro uma especial simpatia!...
Até consigo imaginar a polinização como se estivesse a ser feita no interior do meu nariz!

Sobreiro - Pintura do rei D. Carlos

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sorte ou as razões do porquê de ter sido ontem

Eu disse que andava há algum tempo a pensar neste espacinho, mas, então, porquê ontem para começar?


Já tinha havido motivo a propósito de um artigo sobre as apresentações power-point, de uma notícia sobre os níveis dos pólenes, da venda das cinzas do vulcão islandês...

Mas nada como ontem!!!

Esqueci-me do telemóvel em casa e precisava de fazer uma chamada importante!

A caminho da escola, como de costume, alarguei ao comboio e ao barco o meu espaço de escritório e... esqueci-me do bloco de trabalho no barco!

Levei a máquina fotográfica para fotografar a turma do 6.º 8 a pintar a tela para o trabalho de AP e pedi para a guardar no gabinete da Direcção. Quando a aula começou, o gabinete estava fechado e não tinha a máquina. Quando a tive e fui fotografar... verifiquei que tinha deixado o cartão em casa (descarregara-o na véspera e lá ficara).

Quando cheguei a casa tinha um aviso da polícia para levantar uma notificação do tribunal – testemunho de um caso de cagari-cagaró de um vizinho mais chato – o que me deverá obrigar a faltar na 5.ª feira de manhã. Logo numa altura em que o ano lectivo está a chegar ao fim e as 5.ªs feiras estão em extinção.

Fui à estação esperar a Ana e, a caminho de casa, desviei-me do percurso habitual para não passar debaixo de um ramo de plátano onde, nesta época, pousa uma fila imensa de pombos que ameaça a integridade dos descuidados caminhantes – basta ver o chão cheio da caca daqueles passarinhos. Íamos no passeio fronteiro quando senti que algo me caíra no ombro. Olhei para o ombro e, depois, para cima. Dois pombos estavam pousados no alto do candeeiro e acho que se estavam a rir. Devem ter reparado na minha estratégia de fuga ao plátano e um deles cagou-me em cima. “Isso dá sorte”, disse-me a Ana.

Sorte?

E assim comecei.

P.S. - Orquídea, disseste que a Lívia fazia anos hoje. Ei-la, bem acompanhada, na Expo 98.

Turma do 9.º 2 na Expo 98

terça-feira, 18 de maio de 2010

1.ª mensagem - Assim como quem quer a coisa: à conversa

Este é um Permanente Reencontro versão 2.
A primeira tinha destinatários "residentes" mas escafedeu-se com a falta de vagares que gerava desencontros. 
Homenagem ao grupo residente da versão 1 - um grupo muito especial
Andava há algum tempo a pensar num espaço partilhado, mesmo que por outro grupo residente, entre quem já se trocam, regularmente, alguns meiles, mas que são meiles um a um (não sei se me faço entender).
Até poderia ser interessante o seu funcionamento a nível de escola (nosso local de trabalho), como espaço de reflexão e de troca de opiniões, metaescolar não de trabalho. Até de outras coisas, que não a escola, sempre a escola...
Ponto de encontro, de quem se encontra para tomar um copo (virtual, neste caso), trocar dois dedos de conversa, (des)comprometidamente, como quem quer a coisa.
Assim um "à conversa" (nome que roubei aqui e agora a um grupo de amigas).

Havia uma pessoa que tinha esse dom de chegar ao pé de nós e, sem mais nem menos, contar qualquer novidade - às vezes tão fora do contexto, tão fora do mundo das nossas preocupações tão terrenas, que tínhamos uma dificuldade inicial em apanhar a novidade - sobretudo novidades dos seus Açores. Por isso, cheguei a pensar no nome de "Cantinho do Manel".
Talvez esse Cantinho com sotaque açoriano se venha a criar. Por agora, fico aqui e logo se vê...

O Pico do Manel