"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 8 de março de 2025

Centenário do nascimento do Prof. Lindley Cintra

Comemoraram-se, no passado dia 5 de Março, 100 anos do nascimento do Prof. Lindley Cintra, um dos mais importantes filólogos e linguistas portugueses, autor de estudos fundamentais para o conhecimento da língua portuguesa antiga e moderna. Leccionou sempre na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde tinha estudado.

Quando da crise académica, nos anos 60, assumiu publicamente a defesa de estudantes perseguidos, o que lhe valeu episódios de prisão e de agressão policial.

Após o 25 de Abril, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade (1983) e com o grau da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (1988). 


Como escreveu no Público um dos seus alunos, "Lindley Cintra: acima de tudo, um professor".


Visionárias

No dia 8 de Março de 2015, Maria Teresa Horta dedicou o poema Visionárias a todas as amigas do Facebook, a todas as suas leitoras, e, em geral, a todas as mulheres.

Elas são as visionárias
as sonhadoras furtivas
as preferidas dos anjos
profanas e metafóricas
rebeldes com avidez
no desacato da vida
Elas são as alumbradas
com êxtases
e visões múltiplas
apóstolas e passionárias
com crueldades simbólicas
metafóricas, destemidas
Elas são as pensadoras
fantasiosas, ascetas
no desacato das regras
reinventam riso e risco
a reescreverem a escrita
a linguagem perdida
Elas são as poetisas
mas também as romancistas
filósofas, historiadoras
chamejantes e luzentes
singulares e criativas
onde seria suposto
encontrar-se o seu oposto
Elas são mediadoras
no torvelinho dos dias
vão cerzindo a sua imagem
correm na vida sozinhas
Tomam conta do saber
inscrevem novas palavras
desatam mitos e símbolos
Elas são as jubilosas
singulares, impacientes
a recusarem os medos
desobedecem e partem
dizendo não ao destino
descobrem a própria sina
Elas saltam, elas dançam
em cima do seu passado
escolhem rumos e marés
vão navegando o futuro
timoneiras e corsárias
feiticeiras, estrelas d’alva
Crescem no espinho
em segredo
inventando a mulher nova
Senhoras de tanto enredo
Lisboa, 8 de Março de 2015

quarta-feira, 5 de março de 2025

terça-feira, 4 de março de 2025

Soirée de Máscaras no Paço da Ajuda... com serviço no bofete


No ano seguinte, a 15 de Fevereiro, a rainha D. Maria Pia organizou um baile de máscaras, tendo usado três disfarces:

Traje de Maria Tudor

Traje de escocesa

Traje de dominó

Diz a Plataforma de Cidadania Monárquica, na sua conta do fb, que foi "o mais famoso Baile de Máscaras de que há memória, em Portugal".

Toda a gente se lembra!

Acrescenta a mesma Plataforma que "não teve os custos exorbitantes que uma campanha maldizente imputou à Rainha". 

Podemos estar mais tranquilos!
Não haverá inquérito parlamentar... 

A descrição do baile foi publicada (ou republicada?), curiosamente, na revista Arquivo Nacional, n.º 59, de 24 de Fevereiro de 1933, muitos anos depois, portanto, em vésperas de entrarmos no Estado Novo.

Conclui o relato: «D. Maria Pia quisera sentir o Carnaval nas suas salas, não compreendendo a atmosfera palaciana na qual não se exalta jamais a alegria até ao máximo e se vive em cuidados eternos dentro dos protocolos.»

P.S.: Faltava a referência aos trajes de D. Luís I. Sua Alteza apresentou-se disfarçado de hussardo, guerreiro medieval e... fantasma.




domingo, 2 de março de 2025

sábado, 1 de março de 2025

Nuvens

Os tempos vão pesados...

Mas na nossa humilde dimensão caseira e familiar, ocupamo-nos de moções de confiança (ou de desconfiança) por negócios, avenças e dividendos, incompatibilidades, conflitos de interesses e quejandos... 

Volto-me para o alinhamento dos astros, para as nuvens mais ou menos negras que me fazem pensar nos tempos... 

Não vivo perto de vacas que sorriam. Saudades dos Açores!...





sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

The Good, the Bad and the Ugly



 


Make the troubles great again


Reality show de alta política 

A negociata não avançou (como Trump queria), mas a Ucrânia está "entalada" (e a UE com ela!).
(e Putin está a rir-se)

P.S. - Entrudo chocalheiro


Centro Interpretativo do Estado Novo (1926-1974)

Pacheco Pereira assinou, em nome da Ephemera, um acordo de cooperação com a Câmara Municipal de Santa Comba Dão, em que aquela associação cultural fica responsável pelo Centro Interpretativo do Estado Novo (1926-1974), a instalar na antiga escola primária de António de Oliveira Salazar.

À distância, parece-me ser a acção e a pessoa mais indicadas.

Ler no Público


Pink Floyd - novo Live at Pompeii

Foi anunciada a versão restaurada de Live At Pompeii, o filme-concerto que documenta o concerto dos Pink Floyd no anfiteatro vazio de Pompeia, em 1971. Será também editado um álbum (em vinil e CD) com o mesmo título.

O filme original, de Adrian Maben, intitulava-se Pink Floyd at Pompeii - MCMLXXII e foi originalmente estreado em 1972.

Um documento raro e único da banda a tocar ao vivo, no período anterior a The Dark Side of the Moon, a não perder pelos "órfãos" dos PF.



As terras-raras do Far East europeu


Os norte-americanos num novo gold rush...

A caminho do Far East


Neil Young, After the Gold Rush


Idiotas, imbecis ou débeis mentais


Porque era assim:

Idiotas, imbecis ou débeis mentais... em que categoria se inscreve Javier Milei?


Hotel a hotel, enche a cidade o papo

«Viajar é (…) deixar um sítio onde se estava comendo num hotel triste, um boeuf-à-la-mode triste, para ir, através de poeira, confusão e bagagem, comer a outro hotel mais triste, outro boeuf-à-la-mode mais triste; e as igrejas, as lojas, os homens, sendo por toda a parte iguais, não vale a pena partir para ir apenas e em definitivo, sentir a melancolia infinita que inspiram as multidões estranhas.»

Eça de Queirós, Correspondência (Carta à condessa de Ficalho, 21 de outubro de 1885)

Há cidades que vão ficando iguais às outras que se vão parecendo com as primeiras. 



Lisboa
Estas placas não são as verdadeiras, mas podiam ser...


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Pronúncias dos Açores

Com conhecimento, inteligência e bom humor.

Pelo Professor Victor Rui Dores, natural de Santa Cruz da Graciosa.



domingo, 23 de fevereiro de 2025

Oh, Canadá

Por um Canadá total...
Com a dose de humor que os autocratas não conseguem ter.


Oh Canada
With your face sketched on it twice
Oh you're in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet…



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Mais um hotel de luxo, acabam-se as lendas


«Há neste bairro, que os transeuntes não suspeitavam tão interessante, um casarão, sobre que pairam lendas há já séculos. Todos as mencionam, e ninguém as sabe ao certo; todos prestam ouvidos para as escutar, e ninguém as ouve; todos as perguntam, e ninguém as explica. Falo do palácio chamado do Cunhal das Bolas, nas ruas do Carvalho e da Rosa. É um prédio enigmático, e, há poucos anos ainda, que quase lúgubre aspecto, hoje porém, desde 1866, convertido num alegre pombal de beneficência francesa, e portanto perfumado de benquerença pelas bondosas irmãs. É hospital, e escola; o corpo e a alma aí encontram o seu remédio.»

Júlio de Castilho, Lisboa Antiga - O Bairro Alto (vol. I), (1879)

Hospital de S. Luís, entrada (1959)

O palácio fora vendido ao "Governo Imperial Francês", tendo-se nele estabelecido, «sob a inspecção do Ministro plenipotenciário de França, e direcção do Superior dos Lazaristas de S. Luís, o Asile Saint-Louis, onde se ensinam, com um carinho notável, as disciplinas da instrução primária. Faz gosto entrar aí; há um bem estar comunicativo, que só se poderia encontrar numa escola bafejada, como aquela, pela Religião.»

Ex-Palácio do Cunhal das Bolas a caminho de um bem estar bafejado pelo dinheiro de quem vem ver uma Lisboa convertida pervertida ao turismo.


Peoa num jogo maior

Sobre o que se passa, lembrei-me...
(é do Expresso - Economia de 24 de Janeiro passado)
 


domingo, 16 de fevereiro de 2025

Centenário de Carlos Paredes - Concerto comemorativo

Agora...

As televisões estão entre as pimbalhadas dominicais e o velório de Pinto da Costa. 

A Antena 1, durante toda a semana, teve um bom conjunto de programas sobre o génio da guitarra.  


Carlos Paredes - 100 anos do bom gigante da guitarra

«Não posso estar com uma guitarra nos braços sem ter vontade de a tocar.

No momento de tocar, a música fica a fazer parte de nós próprios.»

Carlos Paredes (entrevista ao Público, 18 de Março de 1992)

Cantiga para Minha Mãe

Parabéns, Carlos Paredes!
 

Ou é o pacote completo ou não é democracia

«(…)

Eleito com uma maioria significativa, não aquela de que ele se gaba, Trump disse ao que vinha –​ antes, durante, e depois, se houver um depois. O que ele disse põe em causa a democracia americana, o primado da lei e o funcionamento regular de todas as instituições e, se há coisa pela qual ele não pode ser criticado, é por não ter dito ao que vinha. Quem votou nele sabia o que ele ia fazer e, por isso, assume uma responsabilidade directa no que está a acontecer. A ideia de que não se pode criticar as opções populares numa democracia é absurda, quando essa opção põe em causa a própria democracia. Foi assim com Hitler, com Perón, com Milei, com Trump, como com os eleitores da Frente Nacional, da AfD, do Vox, etc., por uma razão muito simples: é que a democracia parte da vontade popular, mas implica o primado da lei, os direitos humanos, a igualdade dos homens e das mulheres, a recusa do racismo. Ou é o pacote completo ou não é democracia. E o que Trump está a fazer nada tem que ver com a democracia.

(…)»
José Pacheco Pereira, Com que então Trump não ia fazer o que dizia que ia fazer?
Público, 15 de Fevereiro de 2025


sábado, 15 de fevereiro de 2025

A nova ordem mundial: Manda quem pode, obedece quem deve


O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse na Conferência de Munique que a comunidade internacional terá que lidar com o desrespeito do novo governo dos EUA pelas regras diplomáticas estabelecidas.

O chefe de Estado alemão afirmou que o novo governo americano tem uma visão de mundo muito diferente, não respeitando regras estabelecidas, parcerias e confiança.

Considerando que o líder americano não deve mudar, acaba por dizer que «Temos que aceitar isso e podemos lidar com isso. Mas estou convencido de que não é do interesse da comunidade internacional que essa visão de mundo se torne o paradigma dominante».

Pois...
Temos que aceitar? Podemos lidar com isso?



Entre a utilidade idiota e a chocante inutilidade


Para os EUA, a Europa...

... foi "o idiota útil".

... é "o idiota inútil".

 Parece-me que o mais importante para Trump é atrair a Rússia e afastá-la do raio de acção da China.


An evening with... a não perder!

Saturday


A Saucerful of Secrets - Live at Pompeii (1971)


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Candidata a Árvore Europeia do Ano 2025

 


A mesma árvore, com 28 anos a menos e o peso de uns jovens a mais...

A Figueira da Austrália, plantada no século XIX, na Quinta das Lágrimas (Coimbra), eleita Árvore do Ano em Portugal (2024) e que agora concorre a Árvore Europeia do Ano 2025.
A votação decorre até ao próximo dia 24 de Fevereiro, no site www.treeoftheyear.org/. 

Em 1997, antes da viagem aos Açores, o 9.º 8 visitou a Quinta das Lágrimas, na pista dos amores de Pedro e Inês. Antes, passáramos por Alcobaça... 
Os jovens "assentaram-se" nas raízes que brotam e se espalham pelo chão para sustentar o tronco e os ramos.



terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Maria Teresa Horta (1937 - 2025)

«Percebi, na forma como conta a sua vida, que a mística de Maria Teresa Horta é a sua constante viagem ao passado, à infância. É uma vida de abandonos e desilusões que surgiram cedo demais e que deixaram cicatrizes. Lá está, uma existência que nada deve ao equilíbrio, embora sempre rica em acontecimentos e, acima de tudo, centrada num caminho literário que é exclusivamente seu. Mas com a Teresa podemos falar de tudo: Salazar, os costumes, a oposição, a clandestinidade, o partido, as mulheres-machistas, o conservadorismo, o jornalismo, a literatura, a crítica literária, o cinema, a música... Não existem temas que possam ser excluídos, ela interessa-se por tudo e rende-se sobretudo a uma ideia de beleza que, para ela, é um princípio civilizacional.»

Patrícia Reis, A Desobediente - Biografia de Maria Teresa Horta


"Aquilo que eu sei não tem ruído"


sábado, 1 de fevereiro de 2025

O pessoal ainda não está vacinado!


No Estado Novo não houve um único Presidente da República civil.

Após o 25 de Abril, no PREC e no período imediatamente posterior, andava o centro-direita a clamar pelo afastamento dos militares da vida política (embora a AD tivesse apoiado o General Soares Carneiro... contra o General Ramalho Eanes).

É a percepção de que a "tropa" significa Ordem e Segurança.
Mas as percepções nem sempre estão alinhadas com a realidade...


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

As minorias e o risco de colisões


Se a colisão da Terra com o asteróide se der, já sabemos o que poderá estar na sua origem...


Marianne Faithfull (1946 - 2025)

Morreu Marianne Faithfull, senhora de uma longa (mas atribulada) carreira, com um hiato pós anos 60 e até aos 80, onde renasceu com uma série de bons discos.

Os seus últimos 20 anos foram férteis em problemas de saúde. 

She Walks In Beauty (2021), foi o seu último disco, 
um disco de poemas de autores ingleses do século XIX

Uma voz com as marcas da vida, adequada aos poemas românticos.
She Walks in Beauty, um poema de Lord Byron que se adequa a Marianne Faithfull e ao momento.  


Uma versão do seu primeiro sucesso, mas já longe da voz frágil do início
As Tears Go By do album Strange Weather (1987)


As Tears Go By (1964) - primeiro single e primeiro sucesso 

It is the evening of the day
(...) 
I sit and watch as tears go by


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

A 27 de Janeiro de 1945, o exército soviético libertou os prisioneiros do maior campo de concentração alemão.

Auschwitz

Para Adolfo Eichmann

Corre livre o vento nas nossas planícies,
Eterno pulsa o mar vivo das nossas praias.
O homem fecunda a terra, a terra dá-lhe flores e frutos:
Vive no trabalho e na alegria, espera e teme, procria doces filhos.

... E tu te juntaste, nosso precioso inimigo,
Tu criatura desolada, homem cercado de morte.
Que te ocorrerá dizer agora, diante da nossa assembleia?
Jurarás por um deus? Qual deus?
Saltarás alegremente para o túmulo?
Ou irás lamentar, como no fim se lamenta o homem laborioso,
cuja vida foi curta para a sua arte demasiado longa,
Pela tua triste obra não concluída,
Pelos treze milhões ainda vivos?

Ó filho da morte, não te desejamos a morte.
Possas tu viver mais do que alguém já viveu:
Possas tu viver sem dormir cinco milhões de noites,
e ser visitado a cada noite pela dor de cada um que viu
Fechar-se a porta que dava para o caminho de regresso,
Em seu redor fazer-se escuro, o ar encher-se de morte.

Primo Levi, 20 de Julho de 1960


Uma coisa que Trump pode ensinar...


... e a Europa pode aprender (e crescer...).


sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

What Game Shall We Play Today

Não tem nada a ver com o Benfica - Barcelona que acabou há pouco!

Tocam os Return to Forever, de Chick Corea, canta a Flora Purim (1972).

Que flauta!...


domingo, 19 de janeiro de 2025

Uma grande seleção de andebol no Mundial

Três jogos - três vitórias!
Uma primeira fase perfeita, concluída com uma vitória sobre a Noruega, o país anfitrião. 
Uma equipa mentalmente forte, muito confiante e com uma grande vontade.  
Penso que deve ser a melhor seleção de sempre.

Agora vêm aí outros "tubarões"!


Rain - Ryuichi Sakamoto


Eugénio de Andrade, 102 anos

Metamorfoses da casa

Ergue-se aérea pedra a pedra
a casa que só tenho no poema.
A casa dorme, sonha no vento
a delícia súbita de ser mastro.
Como estremece um torso delicado,
assim a casa, assim um barco.
Uma gaivota passa e outra e outra,
a casa não resiste: também voa.
Ah, um dia a casa será bosque,
à sua sombra encontrarei a fonte
onde um rumor de água é só silêncio.
Ostinato Rigore

Eugénio de Andrade na Casa da Eira, Póvoa de Atalaia, terra do poeta
(Fotografia de Dario Gonçalves)

«Sou filho de camponeses, passei a infância numa daquelas aldeias da Beira Baixa que prolongam o Alentejo e, desde pequeno, de abundante só conheci o sol e a água. Nesse tempo, que só não foi de pobreza por estar cheio do amor vigilante e sem fadiga de minha mãe, aprendi que poucas coisas há absolutamente necessárias. São essas coisas que os meus versos amam e exaltam. A terra e a água, a luz e o vento consubstanciaram-se para dar corpo a todo o amor de que a minha poesia é capaz. As minhas raízes mergulham desde a infância no mundo mais elemental (...)»


Fontanário na Póvoa de Atalaia
(Fotografia de Isabel Duarte)

Eugénio de Andrade faria hoje 102 anos.