"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Qual é o interesse?

Gostava de os ouvir explicitar as medidas. Balbuciariam qualquer coisa (como muitos jornalistas, que repetem generalidades).
Não acredito que as conheçam.
E o que não passa de uma sondagem de achómetro ganha foros de manchete. 

Não percebem nada do assunto, mas têm opinião fundamentada!
Todos experts!
E até aposto que estes portugueses "sabem", melhor do que ninguém, o que devia ser feito. E como devia ser feito. 
Se fossem eles a mandar, isto andava tudo direitinho.
Treinadores de bancada.
E qual é o interesse?


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O pai da política do ambiente em Portugal

Gonçalo Ribeiro Telles (1922-2020)


Para Gonçalo Ribeiro Telles a opção verde/ecológica não era uma opção de moda, era uma opção de sobrevivência.

«Não abundam em Portugal muitas personalidades com a dignidade, a sabedoria e a humildade inata do Gonçalo Ribeiro Telles, cuja vida foi sempre um empenho contínuo em prol da beleza, da integridade do Homem e da Natureza, da liberdade e da cidadania. O país terá sempre para com ele uma enorme dívida de gratidão.» 
Fernando Santos Pessoa, Público
por ocasião do 98.º aniversário do Eng. Gonçalo Ribeiro Teles (25 de Maio de 2020)


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O último surrealista português

«- Ainda é surrealista, Cruzeiro Seixas? 
- Ah, isso até à morte! Isso é uma coisa que não tem cura.»
(entrevista ao DN, em 1 de Abril de 2005)


Partiu o último dos surrealistas portugueses.
A menos de um mês de fazer os 100 anos, faleceu Artur Cruzeiro Seixas.

Auto-retrato

«- Tenho impressão que cada um faz o seu surrealismo, diferente dos outros.
O meu é um surrealismo que assenta principalmente numa ideia de liberdade louca.
Louca. Porque é tanta. E o desejo dela ultrapassa tanto a loucura, mesmo! E depois, posso-me gabar de ter realmente conseguido, de certa maneira, realizar essa loucura... e de tê-la vivido. Acho que sim. Hoje, com 84 anos, tenho já uma visão enorme da vida e posso espantar-me a mim próprio, não é? 
- Pela liberdade ou pela loucura? 

- Pela liberdade e pela loucura que meti dentro dela. Consegui! Consegui realmente viver.»

(excertos da mesma entrevista ao DN)


Grupo Surrealista de Lisboa (na Exposição dos Surrealistas, Junho-Julho de 1949)
Cruzeiro Seixas é o 3.º a contar da direita

A célebre Mão (em que as garras são aparos)

Finalidade sem fim numa tapeçaria de Portalegre

«Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.»




domingo, 8 de novembro de 2020

Luís Dourdil - A pintura antes de tudo

«Nunca fui um paisagista, parti sempre da forma real, mas só me interessei de facto pela figura humana. Parece que apenas nela encontro a beleza e a tragédia, ou as partes articuláveis de uma nova ordem, um dinamismo interno - a pintura, antes de tudo.» Luís Dourdil
Varinas

Luís Dourdil nasceu a 8 de Novembro de 1914.


O retrato dos amigos

Faleceu Eduardo Salavisa, desenhador e fundador dos Urban Sketchers.
No Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa, decorre a exposição Um Cadeirão e 96 retratos, que resultou dos desenhos feitos por Eduardo Salavisa em sua casa, quando da visita dos seus amigos. Todos se sentavam no cadeirão da sala e eram desenhados.

 
“As memórias destes momentos em que amigos meus me visitaram no 
momento terminal da minha vida foram registados por um desenho”.


Streets of Philadelphia