sexta-feira, 22 de novembro de 2024

The Lamb Lies Down on Broadway - 50 anos

Um dos discos da minha vida!

O auge do rock progressivo, em dose dupla, com camadas de criatividade e golpes de mestre.
Será o álbum mais teatral do grupo - a narração da história de autodescoberta de Rael - que precisa de ser ouvido como uma peça única e não como um conjunto de faixas independentes, com uma envolvência e composições poderosas. 

Por isso, a interpretação integral do disco nos seus concertos, com as músicas pela mesma ordem.
Se os Genesis já eram uma banda obrigatória de ver ao vivo, com a mega tournée deste álbum os seus concertos tornaram-se cada vez mais globais e aparatosos na concepção cénica, com luzes, projeções, máscaras, trajes e cenários exclusivamente desenhados para as músicas do álbum. 

Digo do que li, do que vi em fotografia, do que ouvi gravado e do que ouvi contar a quem assistiu aos concertos dados em Cascais, a 6 e 7 de Março de 75 (tenho o concerto gravado em cassette). Ainda fui considerado demasiado novo para me deixarem ir sozinho!... 

Vivia-se o período revolucionário - é mítica a presença de tanques e de militares de G3 (de que chegaram a fazer uso... sem vítimas! Os disparos foram para o ar). Steve Hackett, o guitarrista, que há uma semana deu um concerto no Campo Pequeno, disse que se recorda de explosões e dos disparos.  

Assisti, na Aula Magna, ao concerto dos The Musical Box, grupo canadiano que se dedica à recriação dos concertos dos Genesis - uma verdadeira recriação histórica, feita ao pormenor, com autorização dos Genesis, que colaboraram na concepção do espectáculo e... os elogiaram! 

Diz quem assistiu em 1975 que foi exactamente assim!

É incrível pensarmos que não existe uma gravação vídeo da digressão - não terá sido autorizada (e ainda não havia telemóveis!). 




The Lamb Lies Down on Broadway marca, também, o fim da melhor fase dos Genesis, um dos grupos mais emblemáticos do rock progressivo inglês.

Peter Gabriel anunciou o abandono da formação durante a digressão. Mais dois discos, ainda bons, e foi a saída de Steve Hackett.
A partir daí... plano descendente - irrelevância musical (por muito que possam ter vendido).

Muitas (e boas) memórias em cada audição deste disco...


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