sábado, 30 de setembro de 2023

Festival aéreo pró-ambiental


A Praia de Santo Amaro de Oeiras foi palco do Oeiras Air Show powered by ARC, "um dos mais espetaculares eventos aeronáuticos do Mundo", incluindo no seu programa um Air Show e uma demonstração de corridas de aviões.

"Pilotos de várias nacionalidades, mais de 35 aeronaves, civis e militares, 100 drones, um espetáculo noturno com pirotecnia em aviões e uma zona de exposição vão garantir mais de nove horas de ação num evento desenhado para todas as famílias e de acesso gratuito."

O presidente do Município de Oeiras, Isaltino Morais, "sublinhou a importância de associar Oeiras a eventos de aeronáutica e inovação." Como argumenta o autarca: “Oeiras é o concelho do país associado à Inovação por excelência e com uma forte presença do setor da aeronáutica. Isto, associado à beleza das nossas praias e do nosso Passeio Marítimo e atração de visitantes a Oeiras, revelam esta aposta na captação de grandes eventos de renome internacional”. E blá, blá, blá...

Parece-me é que o município de Oeiras não está muito associado às questões ambientais.

Tudo continua a ser pensado (e executado) de acordo com padrões de acção assumidos há anos, nada muda na forma de pensar e agir. Venham os turistas e os carcanhóis, o resto empurra-se com a barriga.

Não sei se os ambientalistas também foram ver os aviões...

Não sei se algum atirou balões de tinta verde ao Isaltino... 


quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Selling England by the Pound - 50 anos

 Há 50 anos foi o lançamento de Selling England by the Pound, uma das obras-primas dos Genesis.



sábado, 23 de setembro de 2023

Joana Vasconcelos em Florença

 

Goste-se mais ou goste-se menos das obras de Joana Vasconcelos, ela vai abrindo portas e marcando o seu espaço.




segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Ainda a estátua de Camilo ou... mamarrachos há muitos

«Uma estátua é uma homenagem quando é erigida e inaugurada. Depois é um vestígio, uma peça do património histórico, um objecto identificado ou não, uma obra de arte ou não. Quem não consegue actuar no presente volta-se para os fantasmas do passado. Um problema efectivamente actual é a incapacidade ou impossibilidade (segundo Rosalind Krauss e discípulos) dos artistas contemporâneos conceberem monumentos e estátuas. (Para que servem hoje os escultores?)»

Alexandre Pomar

«Os fenómenos de que tenho intenção de tratar nestas breves páginas dizem respeito predominantemente àquela curiosa constante - deveríamos antes chamar-lhe "inconstante", psicológica-estética - que habitualmente designamos por "gosto", e que se apresentam muitíssimo mutáveis, instáveis, impossíveis de determinar com exactidão, sujeitos a melindres, preferências, humores individuais, e já por si mesmos abarrotados de equívocos e de incertezas.»

Gillo Dorfles, Oscilações do gosto

A petição assinada para retirar a estátua de Camilo do Largo Amor de Perdição, pede o "favor higiénico de mandar desentulhar aquele belo largo de tão lamentável peça". Lembraram-se 11 anos depois?

A primeira notícia do Público identificou alguns dos "ilustres" que assinaram a petição: da política encontram-se os conservadores de direita (António Lobo Xavier) e os de esquerda (Ilda Figueiredo e Honório Novo); encontramos o conhecido jurista e ex-banqueiro Artur Santos Silva, que presidiu ao "Porto 2001 Capital da Cultura"; e artistas plásticos (cujo nome desconheço); juntam-se Mário Cláudio, de cujos livros sou largamente consumidor, e Bernardo Pinto de Almeida, que leio na sua qualidade de historiador de arte.

Descobrem-se, sobretudo, duas ordens de razões para essa solicitação: uma estética, outra moral - gostos (que se podem discutir) e juízos que, a partir do sentido de cada indivíduo, estabelecem a existência (ou não) de princípios éticos/morais (tão difíceis de determinar numa obra de arte e no que ela tem de criação pessoal, de subjectivo)... que também se podem discutir, mas em que, tal como os gostos, cada um tem os seus (princípios e julgamentos).

Não me parece que o problema dos peticionários que se pronunciaram seja o nu em si - é o nu em relação/oposição ao vestido. Queriam um Camilo em bom e... saiu um "exemplar mais ou menos pornográfico" (expressão de Rui Moreira). Não sabemos o que pensam os que não se pronunciaram publicamente.

Mário Cláudio considera que a estátua "Reduz o amor de Camilo e de Ana (...) a um par grotesco, a uma ilustração de bordel." O seu pensamento é mais rebuscado e, mais do que o factor estético ("a escultura muito feia"), ajuíza o que entende ser um desrespeito para com uma mulher "notável, talentosa, corajosíssima", "feminista avant la lettre". A desnudez (apenas) da figura feminina diminui Ana Plácido, é a objectificação da mulher. Parece-me um juízo demasiado peremptório face à subjectividade da obra de arte (e o escultor Fernando Simões sempre afirmou que a figura feminina representa, simbolicamente, as várias mulheres que Camilo amou e não, expressamente, Ana Plácido). 

Ilda Figueiredo defende que haja igualdade: "Ou os dois nus, ou os dois vestidos." Está de acordo com os princípios ideológicos da peticionária, mas não respeita a liberdade criativa. 

Para Bernardo Pinto de Almeida, a obra é medíocre: "Temos poucas figuras grandiosas como o Camilo e o que fazemos para o homenagear? Uma escultura muito má, presa ao passado, que não mostra um Camilo para o nosso tempo." O problema maior é não honrar devidamente o escritor e ser um dos exemplos da má qualidade da arte pública. "(...) em Portugal a pouca importância que se dá à arte que se coloca no espaço público é reflexo da pouca importância que se dá à cultura em geral."

Pode-se concordar, mas quem define o que se deve expor ou não? O crítico quer uma obra mais moderna, mais de acordo com o nosso tempo, mas mais ocasiões houve em que se criticou a modernice de algumas obras, reflexo da incompreensão ou da não aceitação do novo. No Porto, em 1916, terão escarrado numa obra de Amadeo (ou foi só metaforicamente?) e o pintor foi, inclusive, vítima de agressão. Acusava a crítica que "Está o pintor como certos políticos... Também não há ninguém que os perceba." Estamos entre os temporãos e os serôdios. 

Polémicas com arte pública sempre aconteceram.

Houve, por exemplo, as polémicas com a estátua de D. Sebastião, de Cutileiro, em Lagos (1972):

Em tempos de Estado Novo, quando os reis eram
gente sisuda, nasceu um D. Sebastião menino

com a estátua de Eça de Queirós, de Teixeira Lopes, no Largo Barão de Quintela, Lisboa (1903) - regularmente vandalizada, até a obra original em mármore ser resguardada no Museu de Lisboa:

Escreveu António Arroio, em 1919, que
a estátua era apedrejada, sofrendo estragos

com o monumento ao 25 de Abril no alto do Parque Eduardo VII (novamente João Cutileiro, 1997):


com o Padre António Vieira, junto à igreja de S. Roque (Lisboa), acusado de colonialista e vítima de pichagem:


com o busto de Cristiano Ronaldo, no aeroporto que ganhou o seu nome, no Funchal (2017) ou com a sua estátua, também no Funchal:



Sem comentários

E "são várias as homenagens ao Zeca Afonso, há muito tempo uma vítima..." (AP), em Penamacor e Malpica.




A história da estátua de Camilo é só mais uma estória, que terá ganho destaque pelo voluntarismo (com tiques de autoritarismo) de Rui Moreira, que poderá ficar como outro irrevogável da nossa política. 

"Recorrendo ao VAR", o Presidente da Câmara do Porto lá descobriu que, afinal, a doação da estátua pelo escultor foi aceite pelo executivo camarário, assim como a proposta da sua localização.

Camilo resistirá! É homem calejado com toda a sorte de desventuras na sua vida. Bem que Pascoaes lhe chamou "O Penitente"!

A estátua que originou toda esta história até está remetida para um canto discreto do largo. Se não me desperta especial apreço (só o escritor representado), também não me causa repulsa e, tendo sido doada pelo autor, a cavalo dado... não se remove o dente.


sábado, 16 de setembro de 2023

Fernando Lanhas - Centenário do nascimento

Passou praticamente despercebido o centenário do nascimento de Fernando Lanhas, pioneiro da arte abstracta geométrica em Portugal.



Nascido no Porto a 16 de Setembro de 1923, formou-se em Arquitectura.

Além de arquitecto, ocupou-se profissionalmente em outras áreas como a pintura, a arqueologia, a museologia e a astronomia.

Apresentou os seus trabalhos em inúmeras exposições, tendo integrado as representações portuguesas nas Bienais de Veneza (1954) e de São Paulo, em 6 anos diferentes, entre 1953 e 1975. 

Foi distinguido com vários prémios e, em 2005, recebeu o grau de Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Belas Artes do Porto.


Como curiosidades, Fernando Lanhas era primo do pintor Júlio Resende e foi colega de Nadir Afonso e de Júlio Pomar.

Pouco falado, foi uma personalidade sui generis, com uma curiosidade imensa sobre áreas bem diversas, por onde dispersou a sua actividade.

Faleceu a 4 de Fevereiro de 2012, também na cidade do Porto.



"Sonhei que sabia tudo, que alcançara o conhecimento das coisas, da razão de ser."


sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Em veneração e com cânticos de louvor a Deus

Iluminura do século XIV

15 de setembro de 1173, há 850 anos, chegaram a Lisboa as relíquias de S. Vicente, Diácono de Saragoça, martirizado em Valência, no ano de 304, santo muito venerado entre os moçárabes.

As relíquias, transportadas numa embarcação e, segundo a tradição, protegidas por corvos, teriam vindo a mando de D. Afonso Henriques, da costa algarvia do agora chamado Cabo de S. Vicente, onde se encontrava o corpo. Foram depois depositadas na Sé.

Nos Paços do Concelho, foi hoje proferida uma conferência sobre o tema, por Tolentino de Mendonça (se preferirem, pelo Cardeal D. Tolentino de Mendonça), dando início a uma programação cultural que se destina a divulgar a figura de São Vicente, o padroeiro de Lisboa, e que se prologa até Janeiro.

Ao fundo, o Mosteiro de S. Vicente de Fora



quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Camilo sai, Camilo fica

 


11 anos depois da inauguração da estátua, no largo fronteiro à antiga Cadeia da Relação, no Porto - ver aqui -, 37 "ilustres cidadãos" (assim designados por Rui Moreira) pedem a sua remoção, invocando critérios de gosto e de moral na petição que assinam.
Outro grupo de cidadãos, quiçá não menos ilustres, respondeu com nova petição: querem que Camilo ali permaneça.

Pelo lado da moral, dou o meu contributo com uma sugestão: deixar o par parcialmente envolvido pelo invólucro em que chegou ao local para ser colocado no pedestal.
O que se passa por debaixo dos panos não é da nossa conta!


Como cantava Ney Matogrosso,
O que a gente faz
É por debaixo dos panos
Prá ninguém saber
É por debaixo dos panos

Na perspectiva higiénica, será de repensar a localização da estátua: se compararmos a foto da estátua quando da sua colocação e na actualidade, verificamos a olho nu que a passarada está-se ... para o Camilo, tanto como a grande maioria dos jovens, que não tem (e duvido muito que chegue a ter) bagagem cultural para a sua leitura (e isso eu acho mais preocupante...).



quarta-feira, 13 de setembro de 2023

O 100.º aniversário de um vulcão açoreano

Fazendo jus às suas origens açoreanas, Natália Correia era um vulcão.

Sou da ilha das línguas de fogo.

Com elas aprendi a metrificar o espírito.



Auto-retrato

Tenho uma biografia em atraso para ler...


terça-feira, 12 de setembro de 2023

Os Quadrilheiros


Criados no reinado de D. Fernando I, os Quadrilheiros 
foram responsáveis pela segurança pública dos concelhos de Portugal desde então e até ao início do século XIX.

A 12 de Setembro de 1383, a um mês da sua morte, D. Fernando editou um regimento para este primeiro corpo policial, referindo-se, no seu preâmbulo, a grande criminalidade que grassava na cidade de Lisboa. Destacava-se a necessidade destes homens acudirem de forma imediata aos tumultos na cidade, devendo, para tal, manter sempre as suas armas à porta de casa, para uma rápida diligência.

Recolhi informação no site do Sindicato Nacional da Polícia e no site do Arquivo Histórico da GNR.

É curioso que quadrilheiro também possa significar salteador ou elemento de uma quadrilha... de ladrões.

Pormenor do quadro Chafariz d'El-Rei
vendo-se dois quadrilheiros em acção.


Vindimas no Mosteiro de Tibães

Informação da Direção Regional de Cultura do Norte: começaram as vindimas nos terrenos do Mosteiro de Tibães.

Retomando antigas práticas, na sua cerca, o mosteiro voltou a produzir vinho verde, recuperando a vinha de enforcado.

Local a visitar. Obrigatoriamente!...


Wish you were here - it was the end

A 12 de Setembro de 1975 era editado aquele que foi o último grande álbum dos Pink Floyd. 

Como disse Roger Waters (não sei quando, li algures, sem informação de data... e admirei-me, porque ele comandou os PF nos 3 discos seguintes), «It was the end. We’d reached the point we’d been aiming for since teenagers. There was really nothing more to do.»

Teenager era eu... estávamos ainda no Verão quente! Ouvi, em FM, a transmissão integral do disco. Dessincronizei-me na transição da primeira para a segunda faixa do lado B do disco (de Have a cigar para Wish you were here), naquele efeito sonoro de um velho rádio dessincronizada que me fez pensar que o problema era do rádio onde eu estava a ouvir o disco - procurei sintonizá-lo melhor e acabei por perder o início da faixa que lhe dá o nome.

O meu velho vinil está gasto, a agulha salta alegremente, o disco fica mais curto uns minutos e eu aguardo alguma edição especial por ocasião do 50.º aniversário do lançamento para ter - em bom! - um dos meus discos de eleição. Exactamente como o Dark side: em duplicado, versão gasta e versão melhorada!


segunda-feira, 11 de setembro de 2023

11 de Setembro - 1973-2023 - 50 anos do golpe militar no Chile



O golpe militar que derrubou Salvador Allende, em 1973, vitimou milhares de pessoas e impôs o modelo precursor do neoliberalismo. 

«Fala como um dono de herdade.» É o que dizem os chilenos de todos aqueles que se expressam a partir da prepotência e da vaidade desavergonhada do poder. 

(...)

A história do Chile foi escrita com a linguagem do dono da herdade. É uma história infame da infâmia, uma ininterrupta alteração das páginas mais negras, protagonizadas pelos capatazes dos donos de herdades: as forças armadas chilenas.

(...)

Num Chile socialmente letárgico, com o terror instalado em cada casa, com as ruas interditas durante as horas do recolher obrigatório, foi fácil empreender a primeira grande experiência neoliberal, e foi também fácil declará-la bem sucedida. E a partir do êxito do «modelo chileno» associado por motivos propagandísticos à figura de Pinochet, a história infame da infâmia obtém uma das suas mais significativas conquistas: a linguagem de dono de herdade contagia sectores da democracia-cristã e do partido socialista que, a partir de 1986, começam a produzir um discurso opositor que se sintetiza da seguinte forma: «Justiça, sim, mas no modelo económico não se toca.»

A direita chilena, rude e obcecada, nunca teve a menor intenção de abandonar o poder garantido pela ditadura, nunca pensou em convocar eleições, em regressar a uma espécie de normalidade democrática, e foi a megalomania de Pinochet, a sensação de impunidade permanente que se instalou nas forças armadas, que a fez aceitar a ideia de um plebiscito que, dadas as características de uma sociedade dominada e domada pelo terror, supunha ganho desde o próprio instante da convocatória.

Mas (e esta é uma das grandes matérias que aguardam os futuros responsáveis por escrever a história verdadeira), apesar do terror e das decapitações, apesar dos desaparecimentos de pessoas, apesar da tortura e do exílio, houve milhares de chilenos que mantiveram viva a chama da resistência legítima, do dever de se oporem por todos os meios, incluindo o das armas, à tirania, e foram estas chilenas e chilenos, especialmente as milícias Rodriguistas, quem derrotou o tirano, que muito a contragosto reconheceu o seu fracasso.

(...)

A história infame da infâmia tem as suas garras cravadas no Chile, mas, e os meus filhos e os filhos dos meus filhos agradecer-me-ão por isto, as pessoas boas do Chile conservam a coragem que tornou possível dias melhores e a ira sagrada dos justos. E, tal como eles, eu também repito: NEM ESQUECIMENTO NEM PERDÃO.»

Luís Sepúlveda, O General e o Juiz (2003)




sábado, 9 de setembro de 2023

Há 50 anos - o nascimento do MFA


A 9 de Setembro de 1973 realizou-se, no monte do Sobral, em Alcáçovas (distrito de Évora), uma reunião de 136 oficiais de todas as armas e serviços das Forças Armadas, em reação aos decretos-leis n.ºs 353/73 e 409/73 (de 13 de Julho e de 20 de Agosto de 1973). 

A maioria dos presentes decidiu continuar a contestar os citados decretos, juntando-se ao protesto subscrito por 51 oficiais a prestar serviço na Guiné-Bissau (incluindo Otelo Saraiva de Carvalho, Manuel Monge, Salgueiro Maia, Duran Clemente e Carlos Matos Gomes) e a que se juntariam mais 97 oficiais a prestar serviço em Angola. Um documento dirigido ao presidente do Conselho, com conhecimento ao Presidente da República, foi redigido e, posteriormente, posto a circular para recolha de assinaturas. Nele era pedida uma solução para a situação de injustiça criada pelos citados decretos-leis.

Esta reunião é considerada o nascimento do Movimento das Forças Armadas.

Os referidos decretos pretendiam resolver o problema da falta de oficiais com que o exército se debatia face à continuação da guerra colonial. Mas eles permitiam que capitães milicianos entrassem para o quadro permanente realizando um “curso acelerado para oficiais” (de 2 semestres) e, dessa forma, ultrapassassem os cadetes formados na Academia Militar e que já pertenciam ao quadro permanente (e que necessitavam de 4 anos para serem promovidos a alferes).

Perante a recusa de diálogo por parte das autoridades políticas e militares, a 6 de Outubro teria lugar uma nova reunião

A 12 de Outubro, o Ministro do Exército e da Defesa Nacional, Sá Viana Rebelo, que defendia os decretos em causa, acabou por os suspender e o Ministro do Ultramar, Silva Cunha, nomeou uma comissão para estudar a situação dos oficiais face a estes diplomas.

Curiosamente, na remodelação governamental que teve lugar no mês seguinte (7 de Novembro), Viana Rebelo deixou de fazer parte do Governo, Silva Cunha passou a Ministro da Defesa Nacional e o Ministro do Ultramar passou a ser Baltasar Rebelo de Sousa (pai do actual Presidente da República).

Apesar da suspensão dos decretos, o Movimento dos Capitães não parou, ganhando uma tonalidade mais política. A reunião de 9 de Setembro terá marcado o fim da “fase corporativa” e o início da fase em que se colocou como necessária uma solução política para guerra em África.

Monte do Sobral - Alcáçovas - placas que invocam a memória