quinta-feira, 21 de maio de 2015

Exames de 6.º ano - Acho que vem aí borrasca!

Depois do Presidente de um órgão como o Conselho Científico (CC) do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) ter explicado como se podem manipular resultados, em média, mais altos ou mais baixos, através da simples alteração da formulação de uma ou duas perguntas e/ou das cotações dos vários itens, pode-se questionar a realização de todos os exames e os seus resultados e a sua utilidade.
As candeias às avessas entre CC do IAVE e Ministério, desde a realização das Provas de Acesso à Carreira, deram palco a um diferendo que coloca tudo em causa.

Diz o Presidente do CC do IAVE que o Ministério deu indicações para que se mantenha a "estabilidade dos resultados" dos exames em relação aos anos anteriores, porque é difícil de explicar, socialmente, as variações das notas.

Diz o Ministério que é mentira, que apenas quer "uma estabilidade dos instrumentos de avaliação", para que seja possível a comparação entre resultados dos diferentes anos lectivos. 
Mas a verdade é que as comparações não serão tão directas, atendendo às alterações curriculares e a introdução das metas, com uma linguagem que é um tipo de "eduquês" com novo dono.

Também não deixa de ser curiosa a diferença de análise das provas de Matemática feita pela Sociedade Portuguesa de Matemática (de onde é oriundo o Ministro da Educação) e pela Associação de Professores de Matemática.

Eu, simples professor, sobrevoado ou ultrapassado por estas mensagens trocadas, questiono qual será a estratégia mais útil que os professores devem seguir nas escolas: apostar na preparação dos alunos para as provas de exame ou trabalhar o desenvolvimento das suas competências, atendendo às características desses alunos e às suas dificuldades (incluindo as comportamentais), independentemente das provas de exame.

A opção a fazer está condicionada pela repercussão indirecta dos resultados dos exames.
E o que não será lícito é que as escolas possam ser penalizadas na sua avaliação externa e na atribuição de horas de crédito em consequência do grau de afastamento dos resultados dos exames em relação aos da avaliação interna. Cada escola ou agrupamento é uma realidade diferente e a avaliação interna não pode ignorar, nestes níveis de escolaridade, os comportamentos e atitudes dos alunos (não avaliável nos exames).

E, não sendo professor de Matemática, ao analisar leigamente as provas realizadas, ontem e hoje, pelos alunos do 4.º e 6.º anos de escolaridade, pensando no nível dos alunos do meu agrupamento de escolas, ainda mais preocupado fiquei. Acho que vem aí borrasca.

As provas pareceram-me difíceis, pelo que exigiam de interpretação dos enunciados. 
A vice-presidente da APM considera que "o tipo de perguntas colocadas não terá facilitado a tarefa destes alunos. Tem muitas questões que não são imediatas, mas de difícil interpretação. Não sabemos até que ponto perceberam o que se perguntava e o que estava em causa”.
Os alunos têm uma grande dificuldade em compreender/pensar este tipo de enunciados. 
Pode ser que em escola com alunos de outros estratos sociais, estes consigam. Mas há diferenças abissais entre escolas/ambientes sociais condicionadores das aprendizagens.

O presidente da SPM fala em “perguntas fora de habitual, sobre temas do novo programa". E se as considera fáceis, olhando, por exemplo para a pergunta 4.2 da 1.ª parte da prova do 6.º ano, acho que é bem difícil, chegando-se à resposta por tentativa e erro, o que me parece uma aberração.
Mas, se calhar, sou eu, que não sou professor de Matemática.


domingo, 17 de maio de 2015

Com as varinas

Da alta aristocracia desceu-me o pé p'ra chinela...
No ex-Museu da Cidade, agora Museu de Lisboa (Palácio Pimenta, no Campo Grande) e no Museu Rafael Bordalo Pinheiro (do lado oposto do Campo Grande).


«Eu não sou velho e lembro-me. Ia-se por essa Lisboa fora, a qualquer hora do dia e encontrava-se um grupo de varinas. Às vezes, uma só. A canastra à cabeça ou, quando vazia, obliquada à cinta; as mãos erguidas ou fincadas nas ancas; as chinelas trepidantes nos calcanhares... - como se sabe. Como ficaram em centenas de gravuras, telas, desenhos, fotografias e naqueles versos de Cesário, de citação obrigatória: "Vêm sacudindo as ancas opulentas..."
Não é para descrevê-las que aqui estou. É para lembrar isto: Que toda a gente sentia que Lisboa era delas, das varinas! Tivessem chegado há pouco da Murtosa ou de Ílhavo, fossem de origem grega ou fenícia, isso era com os eruditos. O certo é que Lisboa, sem elas, não seria Lisboa.»
Carlos Queiroz


Rafael Bordalo Pinheiro

Stuart Carvalhais
Querubim Lapa
Almada Negreiros
Roque Gameiro

«Era tristeza imaginar o que seria Lisboa com os prédios todos pintados de amarelo, por exemplo. Nesta infantil policromia reside, por certo, um dos grandes encantos da capital. Mas sem varinas? ão é que a cidade, sem elas, perdeu bastante da sua alegria, da sua graça, do seu carácter?
Eu não sou velho - creiam - e já sinto saudades das varinas.»
Carlos Queiroz





Noite no Palácio (da Ajuda)








Com o brilho dos lustres e cristais, e dos espelhos...
(e alguns recantos a precisar de restauro urgente... já que temos "os cofres cheios" e há técnicos especializados)


3 AM

Mãe 
Tenho uma surpresa para ti
um caramanchão para que te possas sentar todas as tardes a catar estrelas
na minha cabeça
Jorge Sousa Braga



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Uma gaffe na queijaria (ou o elogio da mentira)

Andava o Dias Loureiro posto em sossego, a ver se passava despercebido, se não se lembravam que ele existia e que está ligado aos negócios do BPN... e o desajeitado do Primeiro-Ministro - como é que há pessoas que lhe gabam o sentido político e a capacidade oratória?! - vai-lhe à queijaria e lembra-se de lhe pôr os holofotes em cima.

«Um homem que é aqui de Aguiar da Beira, mas que conheceu mundo, é um empresário bem sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos.»

E repetiu na Assembleia da República.


Avivando a memória (e as mentiras ou os "esquecimentos" de Dias Loureiro no Parlamento):

Expresso, 14 de Fevereiro de 2009
A Visão on-line, a propósito, trazia hoje um bom título:

Faltava acrescentar a outra grande qualidade que todos os gestores em Portugal devem ter: a falta de memória.


PS - Educação: O silêncio (ou o retorno à Milú?)


«Teríamos apreciado, antes, se os senhores economistas nos dissessem se o PS, finalmente, se propõe dar aos quadros a dimensão adequada às necessidades. Se cumprirá a directiva comunitária, por ora hipocritamente iludida com a norma-travão, no que toca aos contratados. Se tem programa para reparar a selva legislativa em que se vive em matéria de concursos, em que o próprio PS tem larga responsabilidade. Se mantém ou revoga o anacronismo das actuais metas de aprendizagem e se mantém ou altera a doentia inflação de exames, designadamente o do quarto ano da escolaridade obrigatória.»
Santana Castilho, Público, 6 de Maio de 2015

Maria de Lurdes Rodrigues esteve hoje à noite na SIC-Notícias...
Ontem, teve a imagem destacada na Quadratura do Círculo...
Tem o seu espaço de comentário na TSF...
Quem fala de educação no P.S.? Há mais vida para além do défice (espero eu)!


Recomendações chumbadas?

Foi notícia e já foi esquecido, levado pela espuma dos dias.
Elaborada em Fevereiro, editada em Diário da República a 25 de Março, badalada (então) pela comunicação social, que a agarrou só pelo dogma da elevada percentagem de retenções, eis a Recomendação n.º 2/2016 do Conselho Nacional de Educação.

O mote é este: a retenção escolar no ensino básico e secundário é elevada, porque há uma cultura de retenção que faz com que tal aconteça.
A perspectiva é a de que a reprovação dos alunos não traz, regra geral, benefícios para os alunos em causa, antes pelo contrário, é contraproducente e potencia mais insucesso e abandono escolar.

Pensando com base no que é a minha realidade diária no 2.º ciclo, numa escola dos subúrbios de Lisboa...
Os chumbos atraírem os chumbos é uma conclusão cuja linearidade é discutível.
Se, por vezes, é certo que não adianta os alunos ficarem retidos, também a sua transição não contribui automaticamente para a realização de novas aprendizagens no futuro. E não é o problema das dificuldades de aprendizagem.

Ou seja, não são as retenções que excluem boa parte dos alunos, eles já estão excluídos pela realidade familiar e social em que vivem. Caso contrário, não ficariam retidos. Porque não é tanto pelas dificuldades de aprendizagem que os alunos reprovam, é mais pela desintegração social e escolar e pela total falta de interesse pelas actividades escolares. Pelo não reconhecimento do papel da escola.
O mundo exterior à escola é muito mais apelativo para esses alunos do que o mundo escolar, demasiado formal, formatado e rígido, com uma linguagem que lhes é difícil entender, e que eles não querem entender - não querem fazer o mínimo esforço, só querem o fácil, o imediato, que não exija pensar.

O sistema acaba por ser tolerante para com os alunos que, embora com dificuldades, se esforçam. E a esses, até algumas notas bondosas na avaliação contínua evitam que os resultados de um exame (discutível) no 6.º ano os deixe retidos.
E a Recomendação associa directamente o aumento da taxa de retenção à realização de exames de 4.º e 6.º anos.

As dificuldades de aprendizagem trabalham-se nas escolas, a marginalidade e o desinteresse são bem mais difíceis de trabalhar e só numa parcela menor dependem da escola.
A intervenção precoce, específica e rápida, preconizada pela Recomendação, terá de ser a das políticas sociais, que não são responsabilidade da escola. É aí que está o pecado original.
A sociedade suburbana é, cada vez mais, uma sociedade de excluídos pelo actual modelo de desenvolvimento. Não queiram que a Escola endireite a sociedade.

Mas a Recomendação é um documento interessante por outras questões que a comunicação social deixou passar.
A verdade é que a Recomendação põe em causa muitos dos princípios da acção do Ministério da Educação, propondo que os mesmos sejam repensados, nomeadamente:
- as condições dadas às escolas para a construção de respostas contextualizadas que visem a criação de melhores condições de aprendizagem;
- as múltiplas solicitações de cariz burocrático-administrativo acometidas às escolas;
- a reorganização dos percursos escolares, nomeadamente nos primeiros ciclos;
- a adequação das provas finais de 4.º e 6.º anos aos objectivos das aprendizagens;
- as implicações dos resultados das provas finais no prosseguimento de estudos;
- a criação de condições de financiamento às escolas para o desenvolvimento de planos de formação de docentes;
- a excessiva importância concedida aos resultados das provas de avaliação externa, no âmbito do processo de avaliação externa das escolas;
- a melhoria dos critérios de correcção de provas e exames nacionais;
- medidas nacionais de corresponsabilização das famílias pelo percurso escolar dos seus educandos.

Não ouvi/li qualquer comentário do MEC a isto.
Nem do P.S.!


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dia Internacional dos Museus - 2015

Este ano, o Dia Internacional dos Museus calha no dia da semana em que a maioria dos museus está fechada.
Antecipe-se...


O programa encontra-se aqui.


Como se mede uma obrigação ética e moral?



Por que razão a obrigação ética e moral não chega aos 705 refugiados?
E 750?
Ou só 700?


Formação de professores, provas e... Nuno Crato

Foi notícia e já foi esquecido, levado pela espuma dos dias.
As provas específicas dos professores tiveram alguns resultados confrangedores.
Faço notar que eu digo professores e o Ministério, agora, também. Há algum tempo atrás, o Ministério chamava-lhes candidatos a professores.

Não conheço o tipo de prova, o seu grau de dificuldade, a sua relação com o que é exigido em termos de leccionação.
Não sei da formação inicial dos professores que tiveram resultados negativos.
Não sei da experiência, obrigatoriamente pouca, destes professores.
Não sei como se prepararam para a prova, se é que se prepararam, se é que tiveram tempo, pois é bem possível que estejam a trabalhar... noutro ramo de actividade que não o ensino. Professores novos são o que menos há nas escolas. Pela evolução demográfica e pelo prosseguimento das políticas dos últimos governos - os dos "partidos do arco da governação" - a grande maioria terá uma remota hipótese de vir a ser professor.

Mas o Ministro da Educação, depois de algum tempo de silêncio, saídos os resultados das provas, não perdeu a oportunidade de vir celebrar a sua razão em mandar realizar estas provas, em afirmar a superioridade e a bondade das suas políticas e em lembrar a necessidade de uma boa formação dos professores, da qual o ministério não parece assumir qualquer responsabilidade. É como se não tivesse nada com isso!

Cada vez que há resultados negativos e a imagem dos professores sai denegrida, Nuno Crato explora esses resultados, mais ou menos declaradamente, mais ou menos subtilmente, para rebaixar os professores aos olhos da opinião pública.
O ministro, na linha de Maria de Lurdes Rodrigues no Governo de José Sócrates, é o exemplo do líder que, não conseguindo ou não querendo unir os que trabalham no âmbito do seu Ministério, os põe na mira fácil de uma opinião pública de crítica fácil, mas pouco formada e, por isso, manipulável. É a exploração primária dos sentimentos mais baixos que as pessoas podem ter.

Essa ideia transmitida repetidamente ajuda a fixar uma imagem.
Os soundbites que passam na comunicação social, numa forma superficial de abordagem, muitas vezes ignorante dos assuntos que trata, também ela ocupada com a espuma dos dias ou fiel à "voz do dono", sedimentam, regra geral, essa imagem.
Os comentários, as opiniões manifestadas por muitas pessoas nos vários meios de comunicação reflectem muito uma imagem negativa dos professores e do seu trabalho.
São comentários ou opiniões muitas vezes ressabiadas, que também demonstram, frequentemente, ignorância. Mas sobre educação - se for para dizer mal - todos se sentem capazes de opinar.

Os professores, como os médicos, os magistrados, os enfermeiros, e toda uma série de outros "privilegiados" - assim colocados aos olhos dos honestos cidadãos desprotegidos que não são funcionários públicos - são, ciclicamente e à vez, o mau exemplo do que existe na sociedade - os gulosos que comem o orçamento, que não fazem nada, que só pensam nas suas regalias, etc. etc. etc.
Dividir para reinar!

Não esquecendo a questão inicial - os resultados nas provas específicas dos professores com menos de 5 anos de serviço - constatando ano após ano o que considera ser as falhas da formação inicial de professores, duvidando tanto das competências dos formados, o que fez o actual Ministro da Educação relativamente à formação inicial? As instituições que fornecem essa formação inicial são do Estado ou são por ele apoiadas.
Se há uma avaliação séria do trabalho dessas instituições a provar o seu mau desempenho - a desconfiança é do Ministro (ou não haveria lugar à realização destas provas após as provas dessas instituições) - por que razão o Ministro fala de cátedra e não age?
E por que razão só fala para dividir?

Nuno Crato é um bom seguidor do seu líder.


Ser líder

Há dois tipos bem distintos de liderança e de líder.

Há quem seja líder porque sabe unir aqueles que tutela em torno de projectos, de objectivos - de um desígnio.
Há quem seja líder porque, não querendo ou sendo incapaz de unir aqueles que tutela em torno de um desígnio, faz tudo o que pode para os dividir e enfraquecer, pois só assim consegue exercer o poder e perpetuar-se nesse exercício.

Passos Coelho corresponde ao segundo modelo de líder.

Nuno Crato é um bom seguidor do seu líder.


terça-feira, 12 de maio de 2015

Por menos que isto foi a equipa médica do Bayern demitida!

«O objectivo que temos é o de vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor ou se gostam do sabor do xarope ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago ou qualquer outra coisa, quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não valem a cura.»
Passos Coelho, 11 de Maio de 2015


As pessoas que engulam, calem e... "vão morrer à Salvada que fazem o enterro de graça!" (esta última dizia a minha tia Alda, que era uma pessoa bem mais estimável que o 1.º ministro).


sexta-feira, 8 de maio de 2015

We will never surrender!

70 anos após o fim da II Guerra Mundial

We will go on to the end.
We will fight on the sea and the earth.
We will shall defend our honor.
Whatever the cost, may be.
We will never surrender!
(Winston Churchill)



Ao lado de quem encarou a II GM de frente, o Cameron (ou qualquer político europeu de hoje) é uma anedota.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Comedy ou... os inconseguimentos do MEC

Não sei se clownishness será a palavra certa. Palhaçada é, de certeza!

Desde a formação/certificação requerida aos professores, primeiro tão necessária e depois desnecessária.
A obrigatoriedade depois desobrigatória dos alunos realizarem o exame.
A vigilância sempre feita por dois professores - de acordo com o rigoroso regulamento - que, em cima da hora, por motivo da greve, pôde ser feita, excepcionalmente, por um só professor.

«E, se mais Mundo houvera, lá chegara.»


Resta, ainda, a questão do pagamento dos certificados... Ui!... 

PET...
PETAS!


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Danças Ocultas - 25 anos

O que se consegue fazer a partir de um conjunto de concertinas!
Há muito ar lá dentro!




Ontem, no CCB, os Danças Ocultas atravessaram toda a sua carreira musical, de que celebram 25 anos, (re)interpretando os temas, agora com arranjos orquestrais.
No acompanhamento esteve a Orquestra Filarmonia das Beiras.


Rodrigo Leão e os Dead Combo foram convidados para, cada um à sua maneira e no seu estilo bem próprio, tocarem alguns temas. Uma única canção, O Diabo Tocador, por Carminho.
Gabriel Gomes esteve em espírito (e foi lembrado pelo grupo).

Muitas das músicas deixam imaginar danças.
Do melhor que a música portuguesa actual faz e pode apresentar.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

A piolheira n' Os Gatos

A propósito de piolheira, expressão não rara em Eça ou em Fialho de Almeida...

«Os governos mesmo teem lisongeado esta paixão dos naturaes pelo parisienismo de torna viagem, subsidiando viagens de funccionarios e vadios publicos, de pintores problematicos, e de jovens capacidades scientificas, détournées. Essas viagens d’instrucção, de que jamais se vêem pomos úteis, gastam ordinariamente em pandegas as bourses de travail que geralmente se recusam aos verdadeiros estudiosos, e dão em resultado enviar-se um ingenuo, e receber-se um monsiú de vidro no olho, com barbicha de bode, chupado e tanso, para quem Portugal nunca mais deixa de ser uma piolheira. — Paris, ha Paris! — Quando eu estive em Paris…— Uma noite, em Paris.-.— Mas meu caro, é que verdadeiramente, Paris…E a cada instante este true ritornella-lhes na bocca, para sublinhar a inferioridade manifesta de tudo quanto traz chancella nacional.»
Fialho de Almeida, Os Gatos






O cheiro da Civilização

O estrangeiro - a civilização - atrai e solta o espírito dos nossos chefes de Estado.


Cavaco Silva apanhou-se a voar lá para fora e dispôs-se a falar de motu proprio, aparentando uma boa disposição que contraria o cenho carrancudo e tenso de muitas ocasiões... no país.
Já D. Carlos, quando regressava da estranja (Paris, parece), lamentava esse retorno "à piolheira" (expressão divulgada por Rafael Bordalo Pinheiro, segundo as memórias de Raul Brandão).

Os ares da política, por cá, não parecem ser saudáveis.


domingo, 3 de maio de 2015

Deram o corpo ao manifesto... com sucesso



Equipa feminina do Futebol Benfica campeã nacional 2014-2015
Festa no "Fofó"
O Benfica ganhou por 5 e o Ronaldo marcou 3 golos...


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Santa Apolónia - a ver os comboios...

Para não deixar passar os 150 anos da inauguração da (que dizem ser a) estação de caminho-de-ferro mais antiga de Portugal.






Negrume

Eles são negreiros
eles são negrume
eles são vampiros

Vão seguir impunes?

Eles são nocivos
eles são vorazes
eles são serpentes

com venenos áridos

Bandoleiros rapaces
furtivos e ávidos
Maria Teresa Horta






1.º de Maio

O 1.º de Maio nos noticiários das televisões
   (depois da greve dos pilotos da TAP):

(...)


1.º de Maio

O 1.º de Maio nos noticiários das televisões:
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
   «Greve dos pilotos da TAP...»
(...)