quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Não existe governo nenhum, existe um bando de meninos

«O escritor António Lobo Antunes responde esta quinta-feira, na crónica publicada na revista "Visão", sobre a razão pela qual “nunca” fala sobre o governo. A resposta é simples: “É que não existe governo nenhum. Existe um bando de meninos, a quem os pais vestiram casaco como para um baptizado ou um casamento”.
Classificando os membros do Governo de “garotos”, o escritor destaca que “existe [no Executivo] um Aguiar Branco (ministro da Defesa) e um Poiares Maduro (ministro Adjunto)” e “porque não juntar-lhes um Colares Tinto ou um Mateus Rosé?”, sugere.
“É que tenho a impressão de estar num jogo de índios e menos vinho não lhes fazia mal”, considera ainda Lobo Antunes.»
i-on line, 31 de Outubro de 2013


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O livro acabou na hora certa

Anteontem deixei passar a estação da Parede, porque... adormeci no comboio. Ao acordar, verifiquei que a estação estava a ficar para trás.
Aquela sensação de estar a perder qualquer coisa - o tempo certo de saída do comboio.

Hoje, foi por um triz. Mas a razão seria o último livro de Mário de Carvalho.
Liberdade de pátio é um excelente livro de (7) contos. A escrita é magistral.
Vinha a ler o último conto. Quando acabei e fechei o livro estava a chegar à Parede. Não me tinha apercebido da passagem do tempo ou das estações.
Mais uma página... Lá ia eu, outra vez, parar em S. Pedro.

Um bom livro é aquele que nos faz passar a paragem em que devemos sair.
Este é bom, mas acabou a tempo.


A encomenda prodigiosa - Capela de S. João Baptista

A encomenda prodigiosa de D. João V fez-me voltar Museu de Arte Antiga e à igreja de S. Roque, onde ainda não tinha visto a capela de S. João Baptista restaurada.

S. Roque é daquelas igrejas a que volto sempre e continuo a ver (quase) como se fosse a primeira vez.
Construída na segunda metade do século XVI, foi a primeira igreja da Companhia de Jesus em Portugal e sede da Ordem.


No local, perto da muralha fernandina, mas fora dela, existia um cemitério onde eram sepultadas as vítimas da peste. Por esse motivo, ali se construiu uma ermida dedicada a S. Roque, santo protector no que à peste diz respeito, no reinado de D. Manuel I.
O seu filho, D. João III, tendo convidado os Jesuítas a instalarem-se em Portugal, cedeu os terrenos da ermida para a construção da igreja e da casa professa da Companhia. A nova igreja conservou uma capela lateral para o culto do santo.

Capela de S. Roque
Mas a encomenda a que desejo chegar ultrapassa a área de competência daquele santo.
Foi nesta igreja que D. João V quis instalar uma capela dedicada a S. João Baptista. Essa, sim! Essa foi a encomenda que o monarca efectuou a arquitectos italianos, em 1740.
Foi sendo construída em Roma, montada e preparada para que o Papa Bento XIV, para além de a sagrar, nela pudesse celebrar missa - 6 de Maio de 1747 - e, posteriormente, desmontada e transportada para Lisboa, em 3 naus, substituindo outra capela que se encontrava no espaço agora ocupado pela encomendada em Roma.


A capela é uma obra de arte, em puro barroco. Os materiais de que é feita e a qualidade artística fariam inveja a muitos outros edifícios religiosos da época, dentro e fora de Portugal.
Não chegam os dedos das mãos para contar a variedade dos mármores utilizados. O mosaico também é profusamente utilizado, tendo a sua montagem sido concluída já após a morte de D. João V. Junte-se-lhe o bronze dourado.
Os paramentos e as peças de culto, igualmente de grande valor, encontram-se, em parte, no Museu de S. Roque, com o qual a igreja comunica internamente. Algumas das peças encomendadas teriam desaparecido na viagem de Roma para Lisboa.



A capela de S. João Baptista sofreu obras de restauro há pouco tempo, visando a realização da exposição A encomenda prodigiosa, centrada na encomenda da Igreja Patriarcal (parte da exposição no Museu Nacional de Arte Antiga) e desta capela.





Trabalhos de restauro da capela 
(fotos de Agosto de 2011)


O conjunto formado pelo Convento, Palácio e Basílica de Mafra, ilustrado em vários passos da exposição nas Janelas Verdes, bem podia completar estas encomendas prodigiosas.
E não falamos do Palácio de Belém, do Palácio e do Convento das Necessidades e de outras igrejas e conventos...

Perguntava-me há dias um aluno: "Stôr, para onde é que foi o ouro do Brasil?"

Pormenor de um tocheiro monumental
Escultura de S. Roque (em calcário) do início do séc. XVI
Proveniente do antigo postigo de S. Roque
(na torre de Álvaro Pais, na muralha fernandina, demolida em 1835),
resistiu incólume ao terramoto de 1755,
quando caiu "o Carmo e a Trindade".
Encontra-se no Museu de S. Roque

domingo, 27 de outubro de 2013

Maria Keil - De propósito


Exposição da obra artística de Maria Keil (1914 - 2012) no Palácio da Cidadela de Cascais. Uma magnífica surpresa para quem, como eu, só conhecia muito parcelarmente a sua obra. 

O meu 1.º quadro
Os azulejos são uma das suas facetas - a mais visível, ou não estivessem eles no metropolitano e na rua (Avenida Infante Santo), e a mais conhecida (por mim). Também as ilustrações para livros infantis.


Mas a variedade e a qualidade da sua obra é imensa: o azulejo, sim, a ilustração, sim, mas também a pintura e o desenho, a cenografia, figurinos, design gráfico, publicidade, mobiliário e decoração (!) e a tapeçaria (tapetes de Portalegre).

Tapeçaria de Portalegre com desenho de Maria Keil, inspirada
no poema de Almeida Garrett Pescador da barca bela.
A exposição é excelente e permanecerá na Cidadela de Cascais até 17 de Novembro.
É favor não perder.



Lou Reed

Milton viu os seus 71 anos comemorados.
Lou Reed partiu aos 71 anos. Not "such a perfect day".

Anos muito vividos, os de um e os do outro. Diferentes, mas vividos.



Milton Nascimento

Milton Nascimento circula pelo mundo comemorando 50 anos de carreira.
O concerto de ontem, no Coliseu de Lisboa, coincidiu com os 71 de vida. e cantaram-lhe os parabéns.

É quando leio estes números que vejo que o tempo passa, com ou sem relógios...



Do tempo vivido ao tempo medido ou... dar corda ao relógio

Dar corda ao relógio
(ilustração de meados do século XV)

«Os aparelhos de medir o tempo não aparecem senão muito tarde na história da humanidade. (...) o tempo, sendo essencialmente não mensurável, nunca se nos apresenta senão como provido de já de uma medida natural, cortado já em fatias pela sucessão das estações e dos dias, pelo movimento - e os movimentos - do relógio celeste, que a natureza previdente teve o cuidado de pôr à nossa disposição. Fatias um pouco espessas, sem dúvida. E bastante mal definidas, imprecisas, de duração desigual: mas que importância pode isso ter no quadro da vida primitiva, da vida nómada, ou mesmo da vida agrícola? A vida desenrola-se entre o erguer e o pôr do Sol, com o meio-dia como ponto de divisão. Um quarto de hora, ou mesmo uma hora a mais ou a menos não mudam absolutamente nada. É apenas a civilização urbana, evoluída e complexa, que, por exigências precisas da sua vida pública e religiosa, pode vir a sentir a necessidade de saber a hora, de medir um intervalo de tempo. É só então que surgem os relógios. (...)

Foi nos mosteiros, e por necessidade do culto, que terão nascido e se terão propagado os relógios, e terá sido este hábito da vida monástica, o hábito de se conformar com a hora, que, difundindo-se em redor da muralha conventual, impregnou e informou a vida citadina, fazendo-a passar do plano do tempo vivido ao do tempo medido.»
Alexandre Koyré, Do Mundo do "mais ou menos" ao Universo da Precisão


Leitura em movimento

«Durante muitos anos, as minhas leituras fizeram-se em andamento. De manhã - a caminho da faculdade (ou mais tarde, a caminho do jornal onde comecei a trabalhar) - passava do autocarro para o cacilheiro, depois ia a pé pela Rua da Prata e descia para o metro na Praça da Figueira. À tarde, o percurso inverso: metro, caminhada até ao Terreiro do Paço, barco para Cacilhas, autocarro. No total, entre as duas e as três horas diárias em transportes, dependendo dos períodos de espera. Para muitos dos outros passageiros, aquilo era um inferno. Para mim, o paraíso.»
José Mário Silva, Ler n.º 128, Outubro de 2013

Aqui está outra alma gémea.
JGF era um desencartado, JMS era um leitor em movimento.
Ser desencartado obriga-me a recorrer aos transportes públicos no caminho quotidiano para a "aldeia" onde trabalho e a maior delícia, ou uma das maiores, é ter tempo para ler, coisa de que muitas pessoas se queixam... de não ter.
As outras delícias são poder olhar o mar e o rio, conforme vou no comboio ou no cacilheiro e ir pensando.

Já li no metro, nos autocarros da Carris ou nos das carreiras para os arredores de Lisboa - recordo-me bem de ler Sinais de Fogo e Memorial do Convento nas viagens entre Lisboa e Setúbal.
Desta forma, leio incomparavelmente mais durante o período de trabalho do que no de férias.

Já afirmei por aqui que um critério objectivo para considerar como muito bom um livro é, quando da sua leitura em movimento, deixar passar a paragem ou a estação em que devo sair. Já me aconteceu várias vezes.

Outro bom sinal foi, ainda há relativamente pouco tempo, ser interrompido na leitura de um livro pelo condutor do autocarro, em Cacilhas. Já todos os passageiros tinham saído no final da viagem e eu continuava absorvido na leitura, sentado num dos bancos de trás.
Bem se riu o homem, eu não sei bem...



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Antes atropelado do que atropelador

«Sempre me recusei a "tirar carta", o ideal supremo de muita gente que fundamenta no automóvel uma espécie de aristocracia especial. O motivo desta minha atitude de "espírito de contradição ao tempo" deve-se, sem dúvida, à minha completa ausência de domínio dos nervos, além da perfeita inabilidade de lidar com máquinas e matérias práticas. Mas costumo dourar estas fraquezas com o argumento humanitário e sedutor de desejar poupar os meus conterrâneos às proezas irresponsáveis do assassino de calamidade pública que trago na pele.
Antes atropelado do que atropelador - eis a divisa a que me conservo fiel há anos sem fim e, já agora, me parece tarde para trair.»
José Gomes Ferreira, Coleccionador de absurdos


Encontrei uma ilustre alma gémea.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Governo encontra solução




P.S. - A notícia diz respeito ao Governo do Uruguai.
Nós temos a droga do Governo!...


Paulo da Gama

Não sei quais as fontes em que se baseiam certas afirmações sobre a boa índole de Paulo da Gama, o irmão de Vasco. Gostaria de as conhecer (será que preciso de reler com outros olhos - os olhos de quem procura Paulo - o diário da viagem, de Álvaro Velho?).


No (já) velhinho Dicionário da História de Portugal é afirmado que «De condição mais branda do que este [Vasco da Gama], tornou-se muito benquisto dos homens, intercedendo por eles nas iras do capitão e tratando com desvelo os doentes durante a epidemia de escorbuto no rio dos Bons Sinais.»
Seria o principal conselheiro do irmão, o seu apoio seguro. Quando os contactos com o Samorim de Calecute puseram Vasco da Gama em risco, Paulo recusou pôr-se a salvo com a armada sem o irmão.

Esta ideia passa para a ficção. Em Peregrinação de Barnabé das Índias, Mário Cláudio vinca os contrastes entre Paulo e Vasco - Paulo, aquele que Vasco mais respeita e cujos olhos busca na ânsia da segurança que não tem, «certificando-se sem descanso da permanência do mano, e a ele ligando a legitimidade de continuar (...)»

Na infância e juventude:
«E obrigavam-no os frades, roliços nos hábitos crivados de buraquinhos, a decorar o latim de Cícero, e era num ápice que lhe passava o mano Paulo as respostas certas sem que os outros se apercebessem.»

«"Paulo, vamos ver o que as vagas trouxeram", propõe ele ao irmão mais velho, imagem da segurança a que aspira, e correm ambos ao areal, e atravessam a extensão de sargaços onde pincham os pulgões. No outro vê o limite do território da liberdade, e a inventiva que lhe outorgam, escudando-se contra a solidão que acompanha o vazio das intenções, e vai pelo mano, a arrasta-o até à beira-mar. Comporta-se Paulo como a regra que é necessário manter, condescendendo com o ganapo, se bem que guardando a distância que lhe permite operar o súbito apelo ao mando. (...) Diante do patriarca muito magro, contido na preocupação de constantes obrigações para com o colectivo dos administradores e a pessoa de El-Rei, é paulo quem invariavelmente assume as culpas. Por amor ao catraio aguentou com o chicote e a bofetada, com três dias a açorda sem sal nem azeite, com a confiscação dos seus aprestos de pesca. Mas não desistiu de apoiar Vasco, porque nele identificava a surpresa a que conduz o ímpeto dos que fazem do curso das aventuras a condição maior da própria sobrevivência. Às perguntas do menino sobre a forma das estrelas e o giro em que andam, fascinado de mágicas, a fim de satisfazer um insaciável gosto de revelações, tomou Paulo uma carta dos Céus e da Terra, marcada por seres de toda a morfologia, mistos de homem e de animal, híbridos de múltipla descrição.»



Já na viagem, «(...) replicava Paulo com redobradas expansões da beatitude em que se apoiava, dela contaminando os marinheiros, carecidos de algum tempero para a agrura do semblante do que detinha a supremacia.»

«(...) o afável jugo de Paulo da Gama (...)»

«(...) Paulo da Gama, a quem venerávamos por chefe e amigo.»

E há mais... para quem quiser ler.

Igreja de N. Sr.ª da Guia -
Convento de S. Francisco (Angra do Heroísmo),
onde Paulo da Gama morreu e foi sepultado
Lápide evocativa
Com os terramotos frequentes nos Açores,
desconhece-se o paradeiro da sepultura de
Paulo da Gama

domingo, 20 de outubro de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Graça Morais recebe Grande Prémio da Academia de Belas Artes

Graça Morais recebeu, no passado dia 15, o Grande Prémio da Academia de Belas Artes.

Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (Bragança), 2013

Para além da obra, há muitas características em Graça Morais que me agradam.
Porque outros se calam, mas ela não...

Graça Morais recebe Grande Prémio da Academia de Belas Artes como "resposta luminosa a mundo cheio de sombras" - Cultura - Notícias - RTP



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Luís Afonso - O comboio das cinco

A páginas estações tantas...


O comboio das cinco, o livro de LOPES, o escritor pós-moderno.

«Na história da literatura podemos falar de um ante Lopes e de um pós Lopes.»
Paris Demain


Roubado pelo Orçamento de Estado!...

Entre as notícias, as mentiras e os comentários (mais ou menos mentirosos)...



O cacilheiro (ainda) em Veneza

«É como se o navio transportasse, em si, um espelho de onde vem."
Joana Vasconcelos






domingo, 13 de outubro de 2013

A escola e o seu espírito

A propósito das comemorações do 40.º aniversário da Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos Paulo da Gama.

«De facto, uma velha propensão, a que há-de atribuir-se, pelo menos, um valor de instinto, leva-nos a pedir-lhe [à História] os meios de orientar a acção; (...) não é verdade que para agir avisadamente é necessário, primeiro, compreender?»
Marc Bloch, Introdução à História

Actividade das comemorações do 25.º aniversário
da instalação da Escola Paulo da Gama na Amora
(escolhi esta foto pelo lema e pela presença, nos extremos da mesa,
dos Antónios - Jesus, à esq.ª, e Veríssimo, à dt.ª)

E a festa fez-se.

Vamos traçando caminhos e acreditando que o trabalho que se está a fazer vai por aqueles que são os certos.
Acreditando que há o que se pode chamar um espírito, criado pela história, pelas muitas experiências-vivências que o tempo sedimentou. E que o espírito resiste, mesmo que o tempo (e algumas opções desajustadas) tenham criado uma pátina que nem sempre permite ver o seu brilho.
E o espírito é fundamental. É ele que dá identidade à escola. E só uma escola com identidade, que se conheça (e reconheça) pode definir e trilhar racional e cabalmente o seu rumo.

Penso que a festa que fizemos deu uma boa ajuda na recuperação do espírito, da identidade.
Como escrevi algures, estou "feliz por ter reencontrado aqueles que, em grande parte, são responsáveis pelo lugar de vício, por esse antro de perdição que é a escola". A minha escola.

Fica claro por que razão continuo a fazer, todos os dias, hora e meia de caminho para um lado, hora e meia de caminho para o outro.
É o espírito "da coisa" - a alma de que precisamos para viver.
Como é que eu posso viver sem isso?


P.S. - A única entidade convidada que não se fez representar na festa de aniversário da escola foi o Ministério da Educação. Penso que ficámos todos mais felizes com isso. De um Ministério como o actual não precisamos.


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Paulo da Gama em festa

Escola em festa pelos 40 anos da sua instalação no Correr d'Água (Amora).



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O sucesso de Passos Coelho é a nossa infelicidade


«Felizmente para nós, o primeiro-ministro sempre manteve alguma coerência na defesa pública de um programa de desvalorização salarial e de pensões como resposta estruturante à crise actual. Voltou aliás a referi-lo neste programa, quando salientou que "o baixar de salários e subsídios" vais continuar. E neste caso vale a pena acreditar nele. O sucesso de Passos Coelho vai a ser a infelicidade de uma bela parte da sociedade portuguesa e ainda está para durar.»
António Costa Pinto, Público, 9 de Outubro de 2013
Na sequência da entrevista (?) de Passos Coelho a 20 cidadãos, na RTP1


Jacques Brel

Jacques Brel morreu há 35 anos.




segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Observatório Astronómico de Lisboa


A segunda visita no fim de semana da Open House.
Ontem, sim! Uma visita bem guiada ao Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), por alguém (Eng./Dr.? Vasco Teixeira) que, afirmando não ser um especialista, sabe muito, nomeadamente comunicar.
Sabendo muito, faz uso de linguagem acessível, que consegue simplificar o que é complexo, facilitando a nossa compreensão e tornando a visita interessante.


Regresso ao século XIX, ao reinado de D. Pedro V, a um reino de Portugal que procurava acompanhar o desenvolvimento científico que se dava na Europa.
O OAL foi construído tendo como modelo o "super-observatório" de Pulkova, perto de S. Petersburgo.
Teve a sua importância no contexto científico europeu na 2.ª metade do século XIX.
Pertence-lhe, ainda hoje, a competência no estabelecimento da hora legal oficial.



Tem a sua piada ouvir contar que antes deste observatório, cada cidade (cada sítio) do país tinha a sua hora, desembaraçando-se em marcá-la.
Fez-me lembrar o título da obra de Alexandre Koyré, Do Mundo do "mais ou menos" ao Universo da Precisão.