terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Amores de perdição

Têm sido recordados os 150 anos da edição de Amor de Perdição, a novela de que Camilo Castelo Branco não cessou de dizer mal.
Até os Prós e Contras fizeram da obra tema central de debate, dividindo os convidados, provavelmente, entre os que choram e os que riem com o romance.
Livro catarse - «Escrevi o romance em quinze dias, os mais atormentados da minha vida. Tão horrorizada tenho deles a memória, que nunca mais abrirei o Amor de Perdição, nem lhe passarei a lima sobre os defeitos nas edições futuras, se é que não saiu tolhiço incorrigível da primeira.» (Camilo, Memórias do cárcere)


Camilo reaparece no século XXI, não por virtude da metempsicose, mas porque os seus amores e os de Ana, e os de Simão, Teresa e Mariana tiveram desde logo uma recepção de primazia e a vaga foi duradoura.
«O livro agradou como está. Seria desacerto e ingratidão demudar sensivelmente, quer na essência, quer na compostura, o que, tal qual é, foi bem recebido.» (Camilo, 1863)


Junto à antiga Cadeia da Relação do Porto, onde, em 1861, no cárcere, Camilo escreveu o romance, para afogar as horas e as suas meditações silenciosas, encontramo-lo agora com Ana. Que usufruam dos seus amores, por muitos e bons anos.

O acaso de ter assistido à colocação da estátua,
no Sábado passado, no espaço fronteiro à
Cadeia da Relação (Praça Amor de Perdição?)
A estátua, do escultor Francisco Simões, foi inaugurada no Domingo, dia 16.
 

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