sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Um feliz ano novo
FELICIDADE
A felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela.
Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.
E, como menino que era,
achava um grande mistério no seu próprio nome.
Jorge de Sena
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Felicidade
Era motivo de artigo, no Público do dia 24 de Dezembro, a realização de um colóquio sobre Religião e (In)felicidade.
Hoje, no mesmo jornal, um cronista interrogava-se:
«A verdade é que alcançamos progresso tecnológico, científico e material, aumentámos produtividade e consumo, mas isso não nos levou a ganhos claros de bem-estar subjectivo. Talvez seja hora de voltar a pensar até que ponto as nossas opções nos têm conduzido à criação de condições para uma existência mais digna e plena. Regressar à pergunta de sempre: o que significa ser feliz?»
E o que é preciso para sermos felizes?
No tal congresso, um físico que trabalha no Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem da Universidade de Coimbra, Nicolás Lori, afirmou que todos buscamos a felicidade. Sabemos, através da neurociência, que «temos naturalmente tendência para sermos felizes. Quanto mais neurónios estiverem satisfeitos com a relação entre os dados recebidos e os dados esperados, mais eles estarão satisfeitos em termos fisiológicos e dos nutrientes que recebem. Essa satisfação, essa tranquilidade com as coisas que acontecem, induz à felicidade.»
Esta facilidade em ver as coisas deixou-me feliz. Afinal é simples.
Mas, depois, o organizador do colóquio, o padre e filósofo Anselmo Borges, recordou que «para se ser feliz é necessária uma multidão de coisas e condições». E citou: «saúde, fruição da paz e dos direitos humanos, algum prazer, uma vida familiar agradável, amor, realização profissional mínima, reconhecimento social, algum dinheiro, amigos, um projecto de vida viável, um governo competente e decente.»
Pronto!!! Aquilo que parecia tão fácil é, afinal, impossível.
Logo é necessário um governo competente e decente!!!
Hoje, no mesmo jornal, um cronista interrogava-se:
«A verdade é que alcançamos progresso tecnológico, científico e material, aumentámos produtividade e consumo, mas isso não nos levou a ganhos claros de bem-estar subjectivo. Talvez seja hora de voltar a pensar até que ponto as nossas opções nos têm conduzido à criação de condições para uma existência mais digna e plena. Regressar à pergunta de sempre: o que significa ser feliz?»
E o que é preciso para sermos felizes?
No tal congresso, um físico que trabalha no Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem da Universidade de Coimbra, Nicolás Lori, afirmou que todos buscamos a felicidade. Sabemos, através da neurociência, que «temos naturalmente tendência para sermos felizes. Quanto mais neurónios estiverem satisfeitos com a relação entre os dados recebidos e os dados esperados, mais eles estarão satisfeitos em termos fisiológicos e dos nutrientes que recebem. Essa satisfação, essa tranquilidade com as coisas que acontecem, induz à felicidade.»
Esta facilidade em ver as coisas deixou-me feliz. Afinal é simples.
Mas, depois, o organizador do colóquio, o padre e filósofo Anselmo Borges, recordou que «para se ser feliz é necessária uma multidão de coisas e condições». E citou: «saúde, fruição da paz e dos direitos humanos, algum prazer, uma vida familiar agradável, amor, realização profissional mínima, reconhecimento social, algum dinheiro, amigos, um projecto de vida viável, um governo competente e decente.»
Pronto!!! Aquilo que parecia tão fácil é, afinal, impossível.
Logo é necessário um governo competente e decente!!!
Transtejo - redução de carreiras
Do jornal Público, hoje:
Transtejo prepara redução de ligações em horas de ponta
Desde há meses que a pouca procura daquelas carreiras [ligações Seixal-Cais do Sodré e Trafaria-Porto Brandão-Belém] tem sido referida pelo secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca. Em Maio declarou mesmo que a Transtejo "conheceu uma grande perda de passageiros nos últimos anos, podendo-se questionar por que é que uma empresa que apresenta estes problemas continua a investir".
Eu diria mais do que o Secretário de Estado.
Eu questionaria a própria existência da Transtejo. Olha o luxo de se atravessar o Tejo naqueles barcos! Eu acabava com eles e, quando muito, recuperaria as velhas faluas - era um acto, já, de extrema generosidade!
Mais, dados os prejuízos de todas as empresas de transportes públicos, acabava mesmo com todas.
E mais, ainda: acabava com o cargo de Secretário de Estado dos Transportes!
E para comemorar, atirava com este ao Tejo!
A notícia continua com afirmações do presidente da Transtejo.
O grupo constituído pela Transtejo e pela Soflusa (barcos para o Barreiro) faz parte do leque de empresas estatais que terão de reduzir 15 por cento os seus custos operacionais. Para alcançar essa meta "seria preciso reduzir significativamente a oferta", afirmou há duas semanas à TSF o presidente da Transtejo, João Pintassilgo, acrescentando que não lhe parece "que isso seja de todo aconselhável". Contudo, disse o gestor, o plano de cortes da empresa não chega ao exigido pelo Governo.
Também não me parece aconselhável! Aliás, quando se resolve cortar em carreiras que funcionam à hora de ponta – as que mais passageiros transportam – não me parece mesmo nada!
Talvez no plano de cortes da empresa deva fazer parte a redução significativa do número de directores, vice-directores e assessores e do vencimento dos directores que assim falam.
Outro que devia ser atirado à água! Sem bóia!
Iria sentir a falta dos barcos!
Natal da Rute
Muito próximo do outro Natal...
No jantar falámos da visita que fizemos ao Mosteiro de S. Vicente de Fora (fazia 16 anos que lá tínhamos ido). Aqui fica um grupo (com a Rute).
Beijinho especial para ti, hoje.
No jantar falámos da visita que fizemos ao Mosteiro de S. Vicente de Fora (fazia 16 anos que lá tínhamos ido). Aqui fica um grupo (com a Rute).
Beijinho especial para ti, hoje.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Segue a estrela...
Achei piada a este cartoon, a propósito do Natal dos dias de hoje.
E a propósito deste cartoon, lembrei-me do poema Dia de Natal, de António Gedeão.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal,
de vidro e de cerâmica.
(...)
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca
tinha pensado comprar.
(excerto)
E a propósito deste cartoon, lembrei-me do poema Dia de Natal, de António Gedeão.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal,
de vidro e de cerâmica.
(...)
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca
tinha pensado comprar.
(excerto)
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Sonhos (V)
Esta noite, sonhei que colegas minhas reconstituíam um complexo de templos, algures no Mádio Oriente.
A escadaria subia a escosta Norte da Mata de S. Domingos de Benfica (da minha infância) e do alto (que não cheguei a atingir) avistava-se o templo principal, já na encosta do lado contrário (adivinhava eu).
O que me assustava era a presença de guardas em vários pontos laterais à escadaria. Eram antigos soldados (da época dos templos) que voltavam à vida e eu tinha medo de fazer ou de dizer alguma coisa que os ofendesse.
A Esmeralda estava feliz e confiante, afirmando-me não haver problema.
A escadaria subia a escosta Norte da Mata de S. Domingos de Benfica (da minha infância) e do alto (que não cheguei a atingir) avistava-se o templo principal, já na encosta do lado contrário (adivinhava eu).
O que me assustava era a presença de guardas em vários pontos laterais à escadaria. Eram antigos soldados (da época dos templos) que voltavam à vida e eu tinha medo de fazer ou de dizer alguma coisa que os ofendesse.
A Esmeralda estava feliz e confiante, afirmando-me não haver problema.
Faltam os guardas armados
domingo, 26 de dezembro de 2010
Abençoado Sol
... que, depois de dias de chuva ou nevoeiro, me permitiu dar um salto à praia.
O mar em Carcavelos, esta tarde:
O mar em Carcavelos, esta tarde:
O meu primeiro Natal
Era o que dizia o Francisco.
(E também deve ter dito o Diogo, o Tomás e a Guiomar)
(E também deve ter dito o Diogo, o Tomás e a Guiomar)
Estava sonolento (ou com os copos, como o Shane MacGowan)
Canção de Natal
Não é daquelas que passam sem parar na televisão, na rádio ou nas apresentações e vídeos de Natal que nos entram pelo computador adentro.
É melhor. "Muita bem esgalhada": Fairytale of New York, dos Pogues, no tempo em que Shane MacGowan era o vocalista. Bebia que se fartava (ainda deve beber) e fumava durante os concertos...
A propósito das suas canções e de um livro que escreveu, como terá dito um dia: "Nunca escrevo quando estou sóbrio. Nunca o fiz. Nem sabia por onde é que havia de começar."
Como diz a canção:
É melhor. "Muita bem esgalhada": Fairytale of New York, dos Pogues, no tempo em que Shane MacGowan era o vocalista. Bebia que se fartava (ainda deve beber) e fumava durante os concertos...
A propósito das suas canções e de um livro que escreveu, como terá dito um dia: "Nunca escrevo quando estou sóbrio. Nunca o fiz. Nem sabia por onde é que havia de começar."
Como diz a canção:
So happy Christmas
I love you baby
I can see a better time
When all our dreams come true
O Natal do Ricardo João
Cada um tem o seu Natal.
O Natal do Ricardo João é o que nós temos de mais próximo do Menino Jesus.
Não vieste ao jantar (não me lembro de qualquer jantar sem ti!), mas tens direito a um abraço.
O Natal do Ricardo João é o que nós temos de mais próximo do Menino Jesus.
O Ricardo João junto a um jarrão chinês
(Mosteiro de S. Vicente de Fora, Dezembro de 1994)
Não vieste ao jantar (não me lembro de qualquer jantar sem ti!), mas tens direito a um abraço.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Telma
Minutos atrás, telefonou-me a Telma (9.º 5, se isto é referência para alguém...), disfarçada de Lobo Mau.
Mas o lobo rapidamente perdeu a máscara.
É bom ter estas surpresas!
E esta?
Aqui está gente de quem falaste.
Beijinhos
Mas o lobo rapidamente perdeu a máscara.
É bom ter estas surpresas!
9.º 5 e 9.º 7 - Vila Nova de Cerveira (1998)
E esta?
Aqui está gente de quem falaste.
Beijinhos
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Natal
Solstício de inverno.
Aqui estou novamente a festejá-lo
À fogueira dos meus antepassados
Das cavernas.
Neva-me na lembrança.
E sonho a primavera
Florida nos sentidos.
Consciente da fera
Que nesses tempos idos
Também era,
Imagino um segundo nascimento
Sobrenatural
Da minha humanidade.
Na humildade
Dum presépio ideal,
Emblematizo essa virtualidade.
E chamo-lhe Natal.
Miguel Torga, 25 de Dezembro de 1982
Um Feliz Natal para todos.
Que saibamos encontrar a paz interior e sentir a energia que nos permitirá ter uma visão construtiva da vida e usar esse pensamento positivo para viver em harmonia com os outros.
Penso que esse deverá ser, hoje, o espírito do Natal.
Aqui estou novamente a festejá-lo
À fogueira dos meus antepassados
Das cavernas.
Neva-me na lembrança.
E sonho a primavera
Florida nos sentidos.
Consciente da fera
Que nesses tempos idos
Também era,
Imagino um segundo nascimento
Sobrenatural
Da minha humanidade.
Na humildade
Dum presépio ideal,
Emblematizo essa virtualidade.
E chamo-lhe Natal.
Miguel Torga, 25 de Dezembro de 1982
Um Feliz Natal para todos.
Que saibamos encontrar a paz interior e sentir a energia que nos permitirá ter uma visão construtiva da vida e usar esse pensamento positivo para viver em harmonia com os outros.
Penso que esse deverá ser, hoje, o espírito do Natal.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
E voltámos a estar juntos
A vida é assim, ou nós fazêmo-la assim.
Há dias, num outro jantar, desta vez de professores, um amigo, já reformado e na casa dos 70, falava-me emocionado na separação entre as pessoas que acontece tantas vezes em vida. E falava dessa separação ou desse afastamento como uma morte. Daí a importância de nos reencontrarmos.
Nem sempre as oportunidades são perfeitas - há sempre impedimentos - mas são oportunidades.
E o jantar de 6.ª feira foi uma oportunidade... de nos reencontrarmos. E de conhecer os juvenis... (sinto-me um pouco "avô"!)
Tomara que haja mais!
Há dias, num outro jantar, desta vez de professores, um amigo, já reformado e na casa dos 70, falava-me emocionado na separação entre as pessoas que acontece tantas vezes em vida. E falava dessa separação ou desse afastamento como uma morte. Daí a importância de nos reencontrarmos.
Nem sempre as oportunidades são perfeitas - há sempre impedimentos - mas são oportunidades.
E o jantar de 6.ª feira foi uma oportunidade... de nos reencontrarmos. E de conhecer os juvenis... (sinto-me um pouco "avô"!)
Tomara que haja mais!
Estar convosco, saber de vocês (sobretudo quando sei que estão bem), sentir-vos...
dá-me uma grande satisfação, uma sensação de bem-estar. Sou mais feliz.
Gosto muito de vocês
Um abraço
(apertado)
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Reencontro (2)
Eu sabia que na primeira mensagem deste Permanente Reencontro (versão 2) tinha referido os jovens - tinha de ser!
Não me recordava de ter utilizado a mesma fotografia que aparece na mensagem de anteontem. São acasos que resultam da felicidade da fotografia - o grupo num momento feliz, entre tantos (acho eu) que tivemos.
Penso que tínhamos, para nosso bem, a capacidade de ser felizes ou de facilmente criarmos a felicidade.
Não me recordava de ter utilizado a mesma fotografia que aparece na mensagem de anteontem. São acasos que resultam da felicidade da fotografia - o grupo num momento feliz, entre tantos (acho eu) que tivemos.
Penso que tínhamos, para nosso bem, a capacidade de ser felizes ou de facilmente criarmos a felicidade.
Como se pode ver noutra fotografia que podia ter escolhido
No mesmo dia, do outro lado do relvado de Monserrate
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Francisco, mês 1
O tempo de ausência tem estes efeitos:
O Francisco já faz hoje um mês!
Um longo e profundo bocejo ao segundo dia
O Francisco no Sábado passado
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Reencontro
Depois de tanta ausência é bom receber um telefonema para nos podermos reencontrar.
Eu tinha acabado de pensar em vocês...
Eu tinha acabado de pensar em vocês...
9.º 8 - Monserrate (Julho 1997)
Até 6.ª feira.
Que os reencontros sejam mais permanentes.