quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Os resultados nas escolas e uma crise de valores

Sobre educação, os maus resultados obtidos pelos alunos em estudos como o PISA ou nas Provas de Aferição (que no artigo nem são referidas), finalmente alguém que vai mais longe e mais fundo.

No Público de hoje, um artigo de Ana Soares:

Da paciência à superficialidade: Os resultados nas escolas e uma crise de valores

É o segundo artigo do Público para que remeto hoje - confirmo que tenho assinatura e por isso o leio.


SIC e CNN e aquele partido

Exemplos de como as televisões estão a ajudar o Ch a crescer.

SIC e CNN e aquele partido

Artigo de Bárbara Reis no Público de hoje

Exemplos daquilo em que se tornaram as televisões.


A propósito do 31 de Janeiro de 1891

«A República republicana teve aqui a sua universidade. Os mestres davam lição como no liceu, peripatetizando. Quem do meu tempo e do Norte não ouviu e viu Guerra Junqueiro, altas horas, com as pontas do seu cache-call a flutuar, e a dizer ao vento da inspiração?

Já tive ensejo de declarar que foram eles os meus mestres de verdade, e me varreram do espírito os miasmas da política ancestral e das ideias fuliginosas professadas através de três dinastias.

Uma fatalidade bio-educacional levou-me para o Sul, mas a doutrina que me aquecia a alma partiu daqui, desses que vingaram a batalha perdida em 31 de Janeiro.»

Aquilino Ribeiro

Monumento aos mortos da revolta republicana de 31de Janeiro de 1891,
no cemitério do Prado do Repouso (Porto)

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

The Rooftop Concert


A 30 de Janeiro de 1969, os Beatles subiram ao terraço da Apple Corps, em Londres, para um concerto que durou cerca de 40 minutos e que atraiu uma multidão.

Foi a última apresentação pública dos Beatles, depois de já terem deixado de dar concertos - o último foi em 29 de Agosto de 1966, no Candlestick Park em S. Francisco.


Get back


Medalha Comemorativa do 25 de Abril

O Presidente da República, após iniciativa da Associação 25 de Abril, apresentou ao Governo a proposta de criação de uma medalha comemorativa da participação nas acções militares do dia 25 de abril de 1974, que traduzirá o apreço público e o reconhecimento dos que participaram nestes eventos e moldaram a História recente de Portugal.

Será o reconhecimento e a celebração daqueles que tiveram um papel activo no derrube da ditadura do Estado Novo, criando as condições para a existência de um regime democrático e de uma vivência digna em liberdade.



Parabéns, Phil Collins!

Phil Collins nasceu a 30 de Janeiro de 1951.

Recordo-o, sobretudo, como baterista dos Genesis. Um grande baterista!


A trick of the tail - do álbum homónimo, 

o primeiro dos Genesis sem Peter Gabriel 
em que Phil  


Mixed Martial Rice

Fiquei com interesse em conhecer (quando tiver oportunidade), no bairro em que nasci e vivi muitos anos - ali, em frente à que era a minha casa.


A história está contada aqui, na Mensagem de Lisboa - e há histórias saborosas.

https://amensagem.pt/2024/01/26/efeito-raminhos-restaurante-nuno-sao-domingos-de-benfica/?utm_medium=email&utm_source=Mensagem+de+Lisboa&utm_campaign=4f5c28fb52


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Uma perspectiva da realidade demográfica e laboral dos professores

Nome completo: "Realidade demográfica e laboral dos professores do ensino público em Portugal".
É um estudo do EDUSTAT - Observatório da Educação, uma plataforma desenvolvida pelo EDULOG da Fundação Belmiro de Azevedo. Pode ser visto aqui (não consigo renomear a ligação): 

https://www.edustat.pt/grandes-numeros-powerbi/10024?greatnumberid=10024&selectedid=805

Organiza-se em 5 vertentes: Caracterização, Oferta e procura, Contratos, Componente lectiva e Absentismo.



Tem muita (e pormenorizada) informação estatística. Por coincidência, toda a comunicação social (jornais e rádio - ainda não vi TV) se concentra apenas em uma das 5 vertentes... o Absentismo. 

Podiam ter visto mais qualquer coisinha...
Compreendo que não seja fácil: requer interesse, tempo e "motricidade fina".

Jornal Económico


Público

TSF



Também não é dito que o estudo se refere aos anos entre 2016 e 2021.

Se o estudo continuasse no tempo e chegasse à realidade actual, encontraria o buraco negro da falta de professores a abrir-se cada vez mais.


domingo, 28 de janeiro de 2024

Dia Europeu da Protecção de Dados

O mais seguro é não escrever nada...

O que por palavras nos está oculto
No silêncio crepita
em intimidade

José Tolentino Mendonça


John Cage - 4' 33''
(eu não tocaria melhor)


sábado, 27 de janeiro de 2024

Parabéns, Nick Mason

Nick Mason celebra hoje o 80.º aniversário.

 

O único elemento dos Pink Floyd que participou em todos os discos do grupo.


Hoje é dia de lembrar as vítimas do Holocausto

O dia de aniversário da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau, em 1945, foi o dia escolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas para a comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.


É sempre bom lembrar, porque este mundo anda muito pouco seguro!...


sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Urgências ao abandono!

Os repórteres das televisões abandonaram as urgências dos hospitais e deslocaram-se para a Madeira.

Agora, desconhecemos os tempos de espera nas urgências, mas vamos sabendo o tempo que demora entre dizer que não e dizer que sim. 


Bailinho da Madeira

 Lembrei-me disto, não sei porquê...


Poderia continuar com "Ai, bate o pé, bate o pé..."


quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Melanie (1947 - 2024)

Melanie (só) ou Melanie Safka era uma cantora-compositora norte-americana da geração hippie (iniciou a produção discográfica em 1967-68), anti-guerra do Vietnam, participante em muitos dos festivais que então ocorriam, como o de Woodstock, onde, ainda pouco conhecida, foi uma das três cantoras a solo (juntamente com Joan Baez e Janis Joplin). 

A sua produção discográfica até 1974-75 foi intensa, estendendo-se com edições originais até cerca de 2010, data da morte do seu marido e produtor. Mas os seus grandes sucessos ficaram pelos primeiros anos, com um marca muito grande da sua viola, da sua voz rouca e do espírito da época. Em 1972, a Billboard considerou-a a melhor vocalista feminina.

Há muito que o seu nome estava esquecido - só os mais cotas se recordam -, tão esquecido que, sabendo-se desde o princípio do dia que a sua morte tinha ocorrido no passado dia 23, só hoje à noite o Público online deu a notícia, editando um artigo sobre a sua carreira. No DN nem ver...

Também não sei o que Melanie fez na maior parte do tempo da sua carreira, mas a sua fase inicial, sobretudo The Good Book (1971) e Madrugada (1973), mais alguns dos seus hits, despertou o meu interesse e, durante uns bons anos, Melanie foi um dos meus nomes de referência da música pop. 

Lembro-me da felicidade de ter comprado Madrugada. Ainda hoje ambiciono ter o CD, para obviar aos saltos que a agulha dá sobre duas ou três das faixas dos dois vinis que possuo - o que comprei em jovem e o que comprei, em segunda mão, há pouco tempo, em edição espanhola e com uma canção a mais. Como saltam em pontos diferentes, umas canções são ouvidas num, outras são ouvidas no outro. Conservador, gosto dos suportes materiais da música... 

Um dos seus maiores êxitos foi Lay Down (candles in the rain), composição de 1970, que evoca a sua actuação em Woodstock, numa noite de dilúvio, depois do speaker ter proclamado que acender velas ajudaria a afastar a chuva. As velas foram acesas e tornaram-se um símbolo dos seus espectáculos na época.


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Mísera sorte! Estranha condição!

 

Não sei se os candidatos a deputados do PS são os mesmos ou se há muitas entradas novas. 

Mas quando vejo os principais eventos da AD só vejo velhos rostos. E não são os dos últimos 10 anos, são os de há muitos mais anos. 

Quando é de Santana Lopes, um ex-PPD-PSD que já rivalizou por outro partido, o discurso mais aplaudido na Convenção (dizem, que eu não segui, e devemos duvidar de muito do que dizem)...

Quando é de Leonor Beleza (ministra na década de 80) uma das intervenções que mais apela ao bom senso das propostas a apresentar (li-as), devendo ter em consideração as incertezas do mundo de hoje...

Quando é de Paulo Portas outro dos discursos "de estratégia política" mais inflamados (sabe muito!...)...

Quando são as mensagens ou os recados de Cavaco nos jornais, "coisa" que ele não lia nos tempos em que governava, que galvanizam as "bases" (as velhas bases)...

Não sei quem são os mais esgotados...

Ó glória de mandar! ó vã cobiça 
Desta vaidade a quem chamamos Fama! 
Ó fraudulento gosto, que se atiça
 Cũa aura popular, que honra se chama! 

Novas formas de estar na política, precisa-se!


O poeta (com uma caneta na mão)

O poeta

Foi visto
(por várias vezes) com uma
caneta na mão. Nem
tentava disfarçar. Sentava-se à mesa consigo
(sempre
cingido de livros) e escutem:
o que fazia era
escrever poemas. Sei muito bem o que digo.
Ele fazia poemas. Os outros
passavam ao largo
(fugindo a qualquer pergunta) ele nem
sequer escondia o que ali estava a fazer. Ali
à frente 
de todos. Linhas e linhas escritas.
Não se limitava a ler.
Não se limitava a viver a sua vida.
Sei muito bem o
que digo. Aquilo eram
poemas.
João Luís Barreto Guimarães


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Manuscrever tem outro encanto

Por coincidência (ou não - o mais certo!) com a possível data do aniversário de Camões, hoje é Dia da Escrita à Mão.


Não que eu escreva com os pés quando estou ao computador, mas a escrita à mão - manuscrever - ajuda-me a uma maior concentração, a processar melhor a informação sobre a qual esteja a trabalhar e a pensar de forma mais abrangente e meticulosa. A escrita parece ganhar uma maior coerência. 
Sendo um processo mais lento, é mais tranquilo e reflexivo. 
Penso eu que tenho ganhos... Pretensão, pelo menos, não falta!
O uso de uma caneta de tinta permanente com bico suave é fetiche para textos mais exigentes. 

Não sei se fui suficientemente claro - este texto não foi manuscrito!


Fado Camões

Agora o fado fado...

Camões meteu-se (ou foi metido) cedo no fado. Amália que o diga, tão criticada foi por, em 1965, ter tido a ousadia de o cantar (ao Camões, que não o fado em si!...).

Um disco dedicado a Camões, nos seus 500 anos, é o novo projecto da cantora Lina. 


O que temo e o que desejo
Gosto disto!


Os 500 anos de Camões e os 499 anos de um eclipse solar

Redescobriu-se agora que Camões terá nascido no dia 23 de janeiro de 1524, portanto, há 500 anos, um ano antes de ter ocorrido um eclipse do Sol.

Terá sido a sua mãe a contar-lhe? "Filho, no dia em que fizeste um aninho..." 

A hipótese parte da interpretação de um soneto em que o poeta se refere a esse fenómeno astronómico - ver Público.

Redescoberta, porque o que parece ser uma novidade já foi objecto de estudo há décadas. Em 1940, a Empresa Nacional de Publicidade editou, em Lisboa, As Memórias Astrológicas de Camões e Nascimento do Poeta em 23 de Janeiro de 1524, da autoria de Mário Saa.



Mesmo com tanto tempo de antecedência de conhecimento, sendo meio milénio uma data tão redonda e sendo Camões unanimemente exaltado como o egrégio poeta da Pátria, de comemorações condignas estamos falados. 

«Este país te mata lentamente», escreveu Sophia de Mello Breyner em Camões e a Tença.
Já Jorge de Sena tem o fabuloso poema Camões dirige-se aos seus contemporâneos.

Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.

E o próprio Camões, na sua grande experiência de vida, lamentava:

O favor com que mais se acende o engenho, 
Não no dá a Pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.

Pois parece-me que é isto!...


sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

No centenário do nascimento de Eugénio de Andrade

Em dia de centenário, a notícia de que na casa onde Eugénio de Andrade viveu no Passeio Alegre vai nascer a Casa da Poesia Eugénio de Andrade.

Finalmente, depois de anos de um vazio - e de uma casa vazia - o anúncio da sua abertura... a 13 de Junho, data do falecimento do poeta.

A casa do Passeio do Alegre em 2012

O Museu e Bibliotecas do Porto apresentou um vasto programa de exposições, ciclos de conversas, de leituras e de música em torno da vida e da obra de Eugénio de Andrade, que será o escritor homenageado da Feira do Livro do Porto deste ano.

No edifício do Passeio Alegre, hoje reaberto para a realização da cerimónia, foi também feita a apresentação da Biblioteca Digital Eugénio de Andrade.

Esta biblioteca conterá o imenso espólio que estava na posse das autarquias do Porto e do Fundão (concelho da sua origem).

Eugénio de Andrade - pintura de Júlio Resende


Eugénio de Andrade - A voz da mãe e da natureza na poesia

«Por mais voltas que dê, é sempre à minha mãe que vou ter quando me ponho a imaginar como é que a poesia se me cravou tão fundo na carne. À minha mãe e àquele lugar onde os meus sentidos despertaram para uma luz atravessada por um chiar de carros de bois pelas quelhas, a caminho das terras baixas dos lameiros. É sempre àquela fonte que regresso.»

«Depois da ceia, arrumada a cozinha, às vezes minha mãe sentava-se no balcão e cantava. Cantava um desses romances de que eu entendia melhor o ritmo do que as palavras. E não tardava que outras vozes se misturassem com a sua, e não raramente se lhes juntava o som ácido de um realejo, ou o do harmónio, menos acidulado. E foram esses ritmos, essas palavras de misterioso significado que me cativaram e passaram aos meus versos, mas isso só o soube muitíssimo mais tarde, depois de percorrer em livros outros caminhos. Porque esta é a poesia que sempre foi a minha: uma voz que no corpo se faz alma para que noutras almas regresse ao corpo. Essa poesia teve origem nestas terras, entre a luz esfarelada e a poeira levantada por cabras e ovelhas, rompeu na boca e nos olhos daquela gente, despertou com o calor de outros corpos em enxergas de folhelho ou sobre a palha rala de alguma choça de pastor, quando eu anos mais tarde ali vinha ritualmente passar as férias grandes - grandes, grandes, grandes, porque então nem os dias nem as noites tinham fim. Será preciso dizer que foi também nestas terras que os sentidos despertaram e se abandonaram ao desejo doutro corpo?»

Eugénio de Andrade, Rosto precário

Eugénio de Andrade - ilustração de Cristina Valadas

Eugénio de Andrade faria hoje 100 anos.


segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

O ovo de Colombo da educação


Como é que ninguém pensou nesta solução mais cedo?
Candidata-te! Candidata-te, filho, que há muitos lugares de professores por preencher!
Comprova a tua teoria!


Pensas tu que pensas!

 

Eu sei que estou a repetir(-me), mas é um tesourinho! 


sábado, 13 de janeiro de 2024

45 anos de Xutos & Pontapés

A 13 de Janeiro de 1979, no salão de baile dos Alunos de Apolo, em Lisboa, às 3h00 da manhã, os Xutos & Pontapés estrearam-se ao vivo: com instrumentos emprestados pelos Faíscas, tocaram 4 músicas em pouco mais de 5 minutos e saíram do palco (de onde o vocalista, José Leonel, já tinha saído!).

No dia seguinte, o grupo era citado no programa de rádio Os Caminhos do Rock como sendo uma banda punk.


Clarividência

«- Eu sinto... eu penso como o André Ventura.

- E o que é que o André Ventura pensa sobre isto?

- O André Ventura... Ele pensa... O que é que ele deve pensar? Eu não leio os pensamentos das pessoas.»



Transcrição ipsis verbis do excerto de uma entrevista a um jovem no Congresso do Chega.
Evidência de um cérebro quimicamente castrado! 



sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Deve ser difícil ir beber um gin ao Peter's!

 
Marginal da cidade da Horta (Faial) no dia de ontem
(foto de Luís Campos)

Numa situação destas, como será viver na Marginal da Horta?


segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Arnaldo Trindade (1934-2024)

 

Sr. Orfeu

O nome de Arnaldo Trindade evidencia-se pela ligação à editora Orfeu, que fundou em 1956.

A Orfeu começou pela edição de discos de poesia e a estreia aconteceu com "o mais difícil" (pelo seu feitio): Miguel Torga. 

Na opinião de Torga, «Os poetas são muitas vezes mal interpretados pelos "diseurs", porque interpretam teatralmente e perde-se o intimismo dos poemas».

Não sabemos se por essa objecção, as primeiras gravações foram os próprios poetas a declamarem os seus poemas.

Arnaldo Trindade contou que Miguel Torga foi levado a uma das cabines da loja da Orfeu e, já depois da meia-noite "para que não houvesse ruído que viesse a corromper o silêncio necessário", Miguel Torga leu a sua Ode à Poesia. No fim, ao ouvir a sua própria voz, ter-se-á emocionado ao ponto de ter levado uma injecção de coramina, dada por Andrée Cabrée, para ser reanimado.

Seguiram-se José Régio, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner, Jaime Cortesão, Aquilino Ribeiro e Ferreira de Castro. 

Ary dos Santos, na dedicatória de um livro que ofereceu ao editor, escreveu: "Arnaldo Trindade, a quem tanto deve tanta poesia".

Quanto à música editada, que viria logo a seguir (com muitos nomes importantíssimos), como disse o próprio Arnaldo Trindade: "O grande passo foi quando conheci o Adriano Correia de Oliveira".



sábado, 6 de janeiro de 2024

Uma prenda para Sandy Denny

Carla Fuchs escreveu Songbird, que dedicou a Sandy Denny. Contactou, posteriormente, Georgia Lucas, filha de Sandy Denny, dando-lhe a conhecer essa canção.

Por gostar do que ouviu, Georgia abordou Carla propondo-lhe que escrevesse mais músicas para poemas descobertos nos cadernos de Sandy Denny.

Resultou, para já, um disco com dez faixas, entre elas o trabalho original de Carla que deu início ao projecto e dá nome ao álbum.

A música evoca o espírito de Sandy Denny. Os poemas são os seus.

O piano parece ser tocado por Sandy Denny...

Na imagem, Carla Fuchs, Sandy Denny e Georgia Lucas

Sandy Denny faria hoje 77 anos.


A destruição da razão

À altura do prémio ganho esta semana, excelente artigo de José Pacheco Pereira sobre o contínuo político-mediático, no Público de hoje.

A destruição da razão


sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

All things must pass

Já passaram mais de 50 anos, mas só hoje passou a integrar a discoteca pessoal.


Terceiro disco a solo de George Harrison, o primeiro após o fim dos Beatles. E logo um triplo!... 

Ainda cheguei a tempo da edição comemorativa dos 50 anos do lançamento do disco.

Recordo com nostalgia My Sweet Lord... remete para o primeiro ano de liceu!


Prémio Cidadania Cultural para Pacheco Pereira


Prémio merecido para um espírito livre, exemplo (raro) de prática crítica de cidadania. 

 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Seriam 100 anos...

 

Foto tirada no quintal da casa da praceta (talvez 1960).
A fotógrafa está na sombra...

Seriam 100 anos feitos hoje...


terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Seriam abrigos de renda acessível?

 

Era mais correcto escrever "loteamento da Av. das Forças Armadas". Lotear as Forças Armadas, no mínimo, será polémico...


A fé na astrologia

 

Exemplar de (ou do) jornalismo (?) português
(Capa do i de hoje)

Finalmente consegui perceber por que razão a governação do PS não teve os resultados esperados: "O PS foi eleito nas duas últimas vezes em Mercúrio Retrógado"!

Que "2024 não será um ano de consensos"... não é difícil de augurar.
Que os jornais, por este caminho, só servirão para voltar a forrar caixotes do lixo... também não!

É preciso fé para ainda acreditar no futuro do jornalismo!


Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade