Muitas vezes, quando oiço os comentadores de futebol, fico a pensar que estou a ouvir programas sobre a bolsa de valores.
domingo, 13 de agosto de 2023
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
Mário Cesariny - Centenário do nascimento
Mário Cesariny nasceu a 9 de Agosto de 1923.
"Amor, Liberdade, Poesia" era o seu lema.
Um dos seus grandes amigos destaca: "O Cesariny tinha uma originalidade e uma capacidade de criar tão grande... Nunca o ouvi dizer um lugar-comum. Sobre política, sobre um debate, sobre um filme. Fosse do que fosse. Havia sempre um ponto de vista nele que era inteligente e original. Agora, toda a gente diz que é preciso pensar fora da caixa, sendo que isso é um bocado difícil quando se está dentro dela. Ele estava verdadeiramente fora da caixa."
"Entre nós e as palavras há metal fundente"
JMJ - Peregrinação, romaria, turismo (religioso)
A JMJ, em muitos aspetos e ocasiões, fez-me lembrar os grandes festivais de música... mas com poupança do álcool e das drogas.
Nada contra o ambiente de festa, bem pelo contrário. Qualquer celebração deve ser um momento de festa. E se os principais participantes são os jovens, ainda mais.
Desde tempos antigos que as peregrinações também têm a vertente das romarias. E com as romarias combinam a festa e a música popular (façam a pesquisa das imagens do Google associadas à palavra, se têm dúvidas).
A excepção será o drama de Frei Luís de Sousa, com o "Ninguém" como resposta a "Quem és tu, romeiro?"
E as peregrinações podem, desde sempre, proporcionar momentos para se conhecerem novos lugares e pessoas, viverem novas experiências. E se os principais participantes são os jovens...
Elas serão, provavelmente, uma das formas mais antigas de turismo. Mesmo considerando que o objetivo final é a celebração religiosa, não esqueçamos que os vários tipos de turismo que hoje são reconhecidos incluem o turismo religioso, o qual, segundo os dados oficiais, vale 14% de todo o turismo em Portugal (número que a JMJ fará aumentar).
Não me parece depreciativo que estas associações sejam feitas.
sábado, 5 de agosto de 2023
JMJ - O ("ignorado") discurso do Papa no CCB
«No oceano da história, estamos a navegar num momento tempestuoso e sente-se a falta de rotas corajosas de paz. (...) para onde navegas, [Europa], se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo? Que rota segues, Ocidente? A tua tecnologia, que marcou o progresso e globalizou o mundo, sozinha não basta; e muito menos bastam as armas mais sofisticadas, que não representam investimentos para o futuro, mas empobrecimento do verdadeiro capital humano que é a educação, a saúde, o estado social.»
«[Uma Europa]
que inclua povos e pessoas, sem correr atrás de teorias e colonizações
ideológicas (...)» e que seja capaz de abrir «percursos de diálogo e inclusão,
desenvolvendo uma diplomacia da paz que extinga os conflitos e acalme as
tensões.»
O Papa considerou como tarefa
prioritária «defender a vida humana, posta em risco por derivas utilitaristas
que a usam e descartam» e questionou «o descarte dos idosos, os muros de arame
farpado, as mortandades no mar e os berços vazios»
Referiu, ainda, «a triste fase
descendente na curva demográfica», destacando a necessidade de uma política
capaz de «corrigir os desequilíbrios económicos dum mercado que produz riquezas
mas não as distribui, empobrecendo de recursos e de certezas os ânimos».
Lembrou a assinatura do Tratado de
Lisboa pela União Europeia, com o «objetivo de promover a paz, os seus valores
e o bem-estar dos seus povos e de contribuir para a paz, a segurança, o
desenvolvimento sustentável do planeta, a solidariedade e o respeito mútuo
entre os povos, o comércio livre e equitativo, a erradicação da pobreza e a
proteção dos direitos humanos».
A este discurso a comunicação social... assobiou para o lado!
Mas alguém reparou... no discurso e no assobio!
Haja Deus!