«Canto desde pequeno, acho normal. Tenho uma canção em que falo: "Minha mãe é minha voz". Quando eu mais me identifico com a minha mãe é quando canto. Aquela sensação de doçura de viver, consigo sentir no canto. E sei que vem do jeito de minha mãe cantar. Tenho a impressão de que a coisa mais feminina em mim seja isso. Mas aquela felicidade suave, não tenho. Sou muito parecido com meu pai, que era um homem racional, com muito senso de justiça. Ele sempre parecia estar bem, mas era um homem angustiado. Tinha as responsabilidades de tocar o que acontecia na casa, tanto o andamento moral como o esteio económico. Tinha responsabilidades sobre as coisas do mundo, decidir suas opiniões políticas, ideológicas. Minha mãe não tinha nada disso. Minha mãe simplesmente gozava a existência.»
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