segunda-feira, 22 de julho de 2019

Salazar na capa da Time

22 de Julho de 1946 - a metáfora numa maçã: bonita por fora, podre por dentro.


«Portugal Salazar's: Dean of Dictators – How Bad is the Best?»
«(...) com duas décadas de ditadura, Portugal era uma terra melancólica de pessoas empobrecidas, confusas e assustadas.», escreveu no texto o correspondente da revista em Portugal.

Balanço:
- Salazar zangou-se.
- Este número da Time foi retirado do mercado nacional. Os exemplares por vender foram apreendidos e a PIDE recebeu ordens para confiscar as revistas que viessem a ser encontradas em domicílios privados.
- A venda da revista foi proibida em Portugal por um período de seis anos.
- Um despacho PIDE, ratificado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, deu ordem ao correspondente da Time para abandonar o país, o que se concretizou.

A ditadura aguentou-se mais 28 anos.


2 comentários:

  1. sem de modo algum fazer apologia do salazarismo, cada época tem os seus ismos,
    eu diria que parece estranho que naqueles anos os países mandavam no seu espaço! imaginemos agora que se proíba qualquer coisa que vem de fora, e devolver um "correspondente" à proveniência ?!

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    1. Mas há países que "devolvem" ou proíbem jornalistas. E também há os que os matam. E até matam "longe", como o jornalista saudita morto na embaixada da Arábia Saudita na Turquia. Regimes totalitários - geralmente, países com ismos ou istas - são incompatíveis com liberdade de imprensa. Essa é a questão de fundo. Ditadores mandam sempre. Lembro-me, por exemplo, da expulsão do coreógrafo Maurice Béjart, em 1968, porque no espectáculo no Coliseu pediu para se fazer um minuto de silêncio pela morte de Robert Kennedy, assassinado nesse dia, e se declarou contra todas as formas de violência e ditadura.

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