quinta-feira, 25 de abril de 2019

Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos


Por iniciativa de um conjunto de cidadãos, durante um ano estará instalado na estação de Metro da Baixa-Chiado, em Lisboa, o Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos.
O objectivo é prestar homenagem aos milhares de homens e mulheres que se bateram pela liberdade, em Portugal e nas ex-colónias.
Lembra Alfredo Caldeira que, durante 48 anos, em Portugal, foram presas por motivos políticos, em média, duas pessoas por dia.

O Memorial "vai lembrar a vida de 30 mil portugueses, homens e mulheres, que durante 48 anos foram presos, muitos torturados, por dizerem o que pensavam e lutarem contra a falta de liberdades políticas, sindicais e sociais. (...) são três dezenas de milhar de pessoas de todas as idades, profissões, origens sociais e geográficas a quem devemos um Obrigada por podermos falar sem termos medo de ser torturados".



A sugestão da estação da Baixa-Chiado, prende-se com a densidade de pessoas que ali passam por dia. Mas há outra razão: como Helena Pato lembrou, "a estação está a uma distância equidistante tanto da sede da PIDE, na António Maria Cardoso, do largo do Carmo, onde Marcello Caetano foi capturado e também de outro local que não se fala tanto, a rua da Misericórdia, onde estava instalada a sede da censura".


É um um projecto que quer cumprir o “dever da memória” e ser uma memória para o futuro.
«Não queremos que o memorial tenha uma visão passadista, mas não há futuro sem memória. Não podemos construir o nosso futuro a esquecer o que se passou, tanto de bom como de mau. Temos que encarar a História como foi.» (Alfredo Caldeira)




O Memorial "físico" é completado por uma página da internet.
Aí pode ser encontrada a lista completa de mulheres e homens presos durante o Estado Novo, incluindo os que perderam a vida durante os períodos de cárcere. 
Pode também ser consultada uma série de biografias em destaque.



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