«O futuro é a aurora do passado»
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
Livros
Quando decorre a Feira Internacional do Livro, em Guadalajara, tendo Portugal como convidado de honra e um aforismo de Pascoaes como lema.
Dia dos Livreiros e das Livrarias
Em Dia dos Livreiros e das Livrarias, uma boa notícia:
«Estimados clientes, fornecedores e amigos da Culsete,
É com muita alegria e entusiasmo que comunicamos que o projecto Culsete irá ter a sua merecida continuidade. A cidade de Setúbal continuará a ter uma livraria independente que procurará dignificar todo o seu legado histórico mas também ir ao encontro das novas tendências de consumo do mercado dos livros diversificando a sua oferta e tentando fazer do seu espaço, um lugar de partilha do gosto pela leitura, mas também pela arte, pela educação e pelo prazer de contribuir para a construção de uma agenda cultural de uma cidade tão bonita como Setúbal. Queremos fazer da Culsete um espaço interessante, acolhedor, onde apetece estar e partilhar ideias. Um espaço de contacto e de aprendizagem, onde as alianças entre arte, literatura, fotografia e escrita possam acontecer ao ritmo suave do folhear de um livro.
A reabertura da Culsete está prevista acontecer no início do próximo ano, a marcar o recomeço de um novo ciclo e conta com o apoio de todos aqueles que ao longo dos anos mantiveram o hábito de a visitar mas também de todos aqueles que gostam de livros e dos mais diversos conceitos a que estes nos podem levar. Até lá, estaremos a esboçar novas ideias!
“Pelo sonho é que vamos.”- Sebastião da Gama
Culsete- Livraria»
«Estimados clientes, fornecedores e amigos da Culsete,
É com muita alegria e entusiasmo que comunicamos que o projecto Culsete irá ter a sua merecida continuidade. A cidade de Setúbal continuará a ter uma livraria independente que procurará dignificar todo o seu legado histórico mas também ir ao encontro das novas tendências de consumo do mercado dos livros diversificando a sua oferta e tentando fazer do seu espaço, um lugar de partilha do gosto pela leitura, mas também pela arte, pela educação e pelo prazer de contribuir para a construção de uma agenda cultural de uma cidade tão bonita como Setúbal. Queremos fazer da Culsete um espaço interessante, acolhedor, onde apetece estar e partilhar ideias. Um espaço de contacto e de aprendizagem, onde as alianças entre arte, literatura, fotografia e escrita possam acontecer ao ritmo suave do folhear de um livro.
A reabertura da Culsete está prevista acontecer no início do próximo ano, a marcar o recomeço de um novo ciclo e conta com o apoio de todos aqueles que ao longo dos anos mantiveram o hábito de a visitar mas também de todos aqueles que gostam de livros e dos mais diversos conceitos a que estes nos podem levar. Até lá, estaremos a esboçar novas ideias!
“Pelo sonho é que vamos.”- Sebastião da Gama
Culsete- Livraria»
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terça-feira, 27 de novembro de 2018
Ao Som do Mar e do Vento
Vão-se comemorando os 70 anos de Fausto (feitos ontem) - é ouvir a Antena 1.
Parabéns, por toda a obra!
Parabéns, por toda a obra!
domingo, 25 de novembro de 2018
Eça, um artista
«Convenci-me de que um artista não pode trabalhar longe do meio em que está a sua matéria artística: Balzac (...) não poderia escrever a Comédia Humana em Manchester (...) Eu, não posso pintar Portugal em Newcastle. De modo que estou nesta crise intelectual: ou tenho de me recolher ao meio onde posso produzir, por processo experimental - isto é, ir para Portugal - ou tenho de me entregar à literatura puramente fantástica e humorística.»
Eça de Queirós nasceu a 25 de Novembro de 1845.
Carta a Ramalho Ortigão, 8 de Abril de 1878
Eça de Queirós nasceu a 25 de Novembro de 1845.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
The rock
Se a Espanha tiver sucesso com Gibraltar, Portugal deve seguir a mesma estratégia em relação a Olivença.
Black Friday - A ideologia do consumidor
José Saramago, entrevista à revista Visão, 6 de Novembro de 2008
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
You say you want a revolution
A 22 de Novembro de 1968 foi editado The Beatles, o duplo álbum como The White Album, de acordo com a sua capa.
Gravado após o regresso da “transcendental” viagem à Índia, durante a qual ocorreu, em Inglaterra, a morte por overdose do manager do grupo, Brian Epstein, o Álbum Branco foi o primeiro disco a ser editado pela Apple, criada pelos próprios Beatles.
White Album é um disco pleno de criatividade. Adjectivos não faltam para o classificar: anárquico, bem-humorado, melancólico, fragmentário, intenso, reconfortante, disperso, nostálgico, revolucionário, futurista, versátil, conservador, vanguardista…
Pode ser tudo!
Dizem ser um disco marcado pelas tensões que resultariam no fim do grupo. O que me parece evidente é a vontade de cada um dos criadores seguir o seu caminho. Tão natural como o elemento restante (Ringo) se sentir a mais e desaparecer durante alguns dias, por sentir que já não fazia falta nem ser querido pelos companheiros – se cada um dos outros ocupava um estúdio independente e trabalhava as canções em separado… Cada um estava na sua! No final, sobressaem as individualidades no seio do grupo.
Quando voltou, Ringo até foi recebido com flores a decorarem a sua bateria. Compôs Don't Pass Me By, a sua primeira canção a ser gravada pelos Beatles, e cantou Good Night, a última faixa do disco, escrita por John Lennon para seu filho, Julian, acompanhado em estúdio por uma orquestra.
Como alguém disse: “Em White Album cabe tudo, sem necessidade de se filtrar, ou de limitar para se definir.”
Se a tensão existiu, as canções gravadas enganam bem, porque soam bem felizes!
Pode ter havido turbulência, mas o resultado foi muito bom. Tem, para mim, muito do que os Beatles fizeram de melhor.
Como acontece com muitos outros discos, gozei-o bem mais tarde, 10 anos depois, nas primeiras noites de trabalho de grupo na faculdade. E continua a acompanhar-me, porque há discos de momentos felizes que assim se fixam na nossa memória.
Gravado após o regresso da “transcendental” viagem à Índia, durante a qual ocorreu, em Inglaterra, a morte por overdose do manager do grupo, Brian Epstein, o Álbum Branco foi o primeiro disco a ser editado pela Apple, criada pelos próprios Beatles.
White Album é um disco pleno de criatividade. Adjectivos não faltam para o classificar: anárquico, bem-humorado, melancólico, fragmentário, intenso, reconfortante, disperso, nostálgico, revolucionário, futurista, versátil, conservador, vanguardista…
Pode ser tudo!
Dizem ser um disco marcado pelas tensões que resultariam no fim do grupo. O que me parece evidente é a vontade de cada um dos criadores seguir o seu caminho. Tão natural como o elemento restante (Ringo) se sentir a mais e desaparecer durante alguns dias, por sentir que já não fazia falta nem ser querido pelos companheiros – se cada um dos outros ocupava um estúdio independente e trabalhava as canções em separado… Cada um estava na sua! No final, sobressaem as individualidades no seio do grupo.
Quando voltou, Ringo até foi recebido com flores a decorarem a sua bateria. Compôs Don't Pass Me By, a sua primeira canção a ser gravada pelos Beatles, e cantou Good Night, a última faixa do disco, escrita por John Lennon para seu filho, Julian, acompanhado em estúdio por uma orquestra.
Como alguém disse: “Em White Album cabe tudo, sem necessidade de se filtrar, ou de limitar para se definir.”
Se a tensão existiu, as canções gravadas enganam bem, porque soam bem felizes!
Pode ter havido turbulência, mas o resultado foi muito bom. Tem, para mim, muito do que os Beatles fizeram de melhor.
Como acontece com muitos outros discos, gozei-o bem mais tarde, 10 anos depois, nas primeiras noites de trabalho de grupo na faculdade. E continua a acompanhar-me, porque há discos de momentos felizes que assim se fixam na nossa memória.
You say it´s your birthday
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
As "gordas" do Estado da Educação 2017
Relatório da Comissão Nacional de Educação...
... através das gordas dos jornais (porque ainda agora foi dado a conhecer e tem mais de 400 páginas!)
... através das gordas dos jornais (porque ainda agora foi dado a conhecer e tem mais de 400 páginas!)
Conclui-se que o valor do chumbo está a acompanhar os valores do mercado imobiliário.*
A tendência da moda insere-se na corrente: Ao inscrever o seu filho no 1.º ano, oferecemos-lhe de imediato um diploma do 9.º ano!
Os ignorantes que, ao atingirem o 10.º ano, descobrirem que não vão ser capazes de continuar um percurso escolar "normal", serão mais baratos como mão-de-obra.
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Da violência das margens
Fala-se da estrada...
A estrada não saiu do local onde foi construída, as pedreiras é que se foram aproximando ao ponto do inimaginável, do irracional e do ilegal.
Percebemos quando se vêem as imagens aéreas.
"Aquilo tinha de acontecer. A pedreira foi até aos limites. A estrada nem berma tinha. A estrada por baixo não estava fundada em rocha, naquele maciço calcário, mas sim na terra. Portanto, a terra um dia havia de cair e deslizou com mais chuva. A chuva não tem culpa, só acelera processos que estão em desenvolvimento. O que houve ali foi um deslizamento de terras e a estrada a cair, infelizmente", analisa. "É de uma evidência que é trágica".
As pedreiras transformaram a estrada numa estreita passagem entre duas crateras.
Carlos Mineiro Alves, bastonário da Ordem dos Engenheiros, ao DN
Depois das tragédias acontecerem, todos os especialistas sabem que assim seria.
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
1.º Festival de Jazz de Cascais
20 e 21 de Novembro de 1971
Em plena primavera marcelista, depois do festival de Vilar de Mouros, o Cascais Jazz era o segundo grande evento musical que fugia ao enquadramento do regime do Estado Novo.
O programa do festival era representativo do jazz que se fazia na época: 4 grupos em cada noite – os mais modernos na noite de dia 20, os mais "tradicionais" na segunda noite.
O público era, essencialmente, constituído por jovens. O Cascais Jazz, no velho pavilhão do Dramático, seria não só a celebração de uma expressão musical, como um espaço de liberdade e de rebeldia, difíceis de viver à data.
A forte presença de público salvou financeiramente o festival, cujos principais patrocinadores retiraram o apoio quase em cima da hora. O entusiasmo superou a má acústica do pavilhão (que chegava a ter uma bancada atrás do palco) e os atrasos do programa.
A história mais conhecida deste festival, é a que envolve Charlie Haden, contrabaixista do quarteto de Ornette Coleman. Haden, que teria vindo tocar contrariado a Portugal, dedicou uma das composições do grupo – Song for Che – aos movimentos de libertação de Moçambique, Guiné e Angola.
Os espectadores aplaudiram e manifestaram-se ruidosamente, teria havido quem aproveitasse para espalhar panfletos contra a guerra colonial, e a polícia de choque, de prevenção no exterior, invadiu o recinto.
No final da noite, a PIDE aguardava Charlie Haden e Luís Vila-Boas, o mais conhecido dos organizadores.
Foram precisas várias horas de negociação para se conseguir autorização para a segunda noite do festival. Ficou a promessa que aquele seria o último festival de jazz de Cascais.
Charlie Haden, gozando da intervenção do adido cultural da embaixada americana, esteve poucas horas detido, sendo depois escoltado para o aeroporto da Portela. Só voltaria a Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Dizem que Luís Vilas-Boas deixou de gostar de ouvir o seu nome!
Em plena primavera marcelista, depois do festival de Vilar de Mouros, o Cascais Jazz era o segundo grande evento musical que fugia ao enquadramento do regime do Estado Novo.
O programa do festival era representativo do jazz que se fazia na época: 4 grupos em cada noite – os mais modernos na noite de dia 20, os mais "tradicionais" na segunda noite.
O público era, essencialmente, constituído por jovens. O Cascais Jazz, no velho pavilhão do Dramático, seria não só a celebração de uma expressão musical, como um espaço de liberdade e de rebeldia, difíceis de viver à data.
A forte presença de público salvou financeiramente o festival, cujos principais patrocinadores retiraram o apoio quase em cima da hora. O entusiasmo superou a má acústica do pavilhão (que chegava a ter uma bancada atrás do palco) e os atrasos do programa.
A história mais conhecida deste festival, é a que envolve Charlie Haden, contrabaixista do quarteto de Ornette Coleman. Haden, que teria vindo tocar contrariado a Portugal, dedicou uma das composições do grupo – Song for Che – aos movimentos de libertação de Moçambique, Guiné e Angola.
Os espectadores aplaudiram e manifestaram-se ruidosamente, teria havido quem aproveitasse para espalhar panfletos contra a guerra colonial, e a polícia de choque, de prevenção no exterior, invadiu o recinto.
No final da noite, a PIDE aguardava Charlie Haden e Luís Vila-Boas, o mais conhecido dos organizadores.
Foram precisas várias horas de negociação para se conseguir autorização para a segunda noite do festival. Ficou a promessa que aquele seria o último festival de jazz de Cascais.
Charlie Haden, gozando da intervenção do adido cultural da embaixada americana, esteve poucas horas detido, sendo depois escoltado para o aeroporto da Portela. Só voltaria a Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Dizem que Luís Vilas-Boas deixou de gostar de ouvir o seu nome!
Quando vejo o cartaz do 1.º Festival de Jazz de Cascais, penso no incrível programa: como se conseguiu, num primeiro ano, num país que vivia em ditadura, ter um conjunto de músicos daqueles?
20 e 21 de Novembro de 1971
Eu dormia tranquilo, frequentava o antigo 3.º ano de Liceu e não queria chumbar outra vez.
Ignorava o que se passava em Cascais, estava longe do jazz. Ouvia My Sweet Lord, já conhecia Procol Harum, Moody Blues, gostara do Submarino Amarelo... Em casa ouvia-se muita música no (na?) rádio.
Da guerra colonial já sabia e assustava-me...
sábado, 17 de novembro de 2018
Alexandre Vargas (1952 - 2018)
Morreu esta semana o poeta Alexandre Vargas, filho mais novo do também poeta José Gomes Ferreira. No mesmo ano que o seu irmão, o arquitecto Raúl Hestnes Ferreira.
O Alexandre entrou-me em casa nos diários do pai - Dias comuns - e, sem eu saber (só muito mais tarde), pela tradução da poesia de Peter Hammill - Camaleão na sombra da noite.
A música era elemento importante na sua poesia, e por lá passam, entre outros, os King Crimson e Syd Barrett.
A poesia e afinidades musicais...
O Alexandre entrou-me em casa nos diários do pai - Dias comuns - e, sem eu saber (só muito mais tarde), pela tradução da poesia de Peter Hammill - Camaleão na sombra da noite.
A música era elemento importante na sua poesia, e por lá passam, entre outros, os King Crimson e Syd Barrett.
A poesia e afinidades musicais...
Quando a minha boca se cansa
e não posso apelar para outra música,
deverei então olhar para trás e dizer
que fiz tudo
demasiado cedo?
(Peter Hammill traduzido,
de Chameleon in the shadow of the night)
A geração alienada e superficial
«(...) estamos perante uma geração cada vez mais alienada e superficial que pensa cada vez com menor profundidade e que, como consequência, relaciona ideias e conceitos de forma cada vez mais rudimentar.»
Carmo Machado, Visão, 13 de Novembro de 2018
E este estado de alienação cresce a um ritmo louco.
O virtual está a tomar conta da realidade, a realidade vai-se tornando virtual.
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
O IVA das touradas
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
O IVA das touradas...
Deve ser uma questão política importante!
domingo, 11 de novembro de 2018
A carruagem das capitulações
Celebra-se o centenário do Armistício que pôs fim à 1.ª Guerra Mundial na sua frente ocidental (a mais simbólica).
O Armistício foi assinado na carruagem 2419 D, utilizada pelo Marechal Foch, chefe do Estado-Maior do exército francês.
A ofensiva alemã sobre a França, a Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo tinha sido um êxito, em apenas 6 semanas.
O novo governo de França, liderado pelo marechal Pétain, comandante superior das tropas francesas na Primeira Guerra Mundial e já com 84 anos, pretendia um cessar-fogo.
Como a vingança se serve fria, Hitler quis que o acordo de paz fosse negociado na floresta de Compiègne, na mesma carruagem em que o general Foch ditara as condições da rendição alemã, em novembro de 1918.
O vagão, que se encontrava exposto em Réthondes, foi empurrado por soldados alemães até ao local onde tinha sido assinado o Armistício de 1918.
A 21 de junho, Hitler sentou-se no lugar do marechal Foch e Pétain foi obrigado a ocupar o lugar em que Erzberger assinara a capitulação alemã. O general Wilhelm Keitel leu as exigências alemãs.
Depois de negociações, às 18:55 h de 22 de Junho de 1940, foi assinado o cessar-fogo.
Três quintos do território francês (a zona Norte), incluindo as principais cidades industriais e a costa atlântica, passaram directamente ao controle da administração militar alemã. Para a Alsácia-Lorena, foi estabelecida uma administração civil. A região desocupada no Sul, com a capital em Vichy, ficou para o governo francês.
A França comprometeu-se a extraditar para a Alemanha todos os refugiados políticos. Os imigrantes foram proibidos de deixar o país.
A carruagem ficou exposta em Berlim, sendo destruída, por ordem de Hitler, em Abril de 1945, um mês antes da capitulação alemã.
Não fossem os franceses lembrar-se de…
Mas a 1.ª Guerra Mundial foi "uma guerra de passagem". Vinte anos depois da assinatura do tratado de paz, o mundo mergulhou numa guerra de ajustes de contas...
Na mesma carruagem em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Matthias Erzberger, assinara a capitulação da Alemanha, em 11 de Novembro de 1918, perante o marechal francês Ferdinand Foch, representantes franceses assinaram o cessar-fogo que submeteu a França, a 22 de junho de 1940.
Na mesma carruagem em que o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Matthias Erzberger, assinara a capitulação da Alemanha, em 11 de Novembro de 1918, perante o marechal francês Ferdinand Foch, representantes franceses assinaram o cessar-fogo que submeteu a França, a 22 de junho de 1940.
A ofensiva alemã sobre a França, a Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo tinha sido um êxito, em apenas 6 semanas.
O novo governo de França, liderado pelo marechal Pétain, comandante superior das tropas francesas na Primeira Guerra Mundial e já com 84 anos, pretendia um cessar-fogo.
Como a vingança se serve fria, Hitler quis que o acordo de paz fosse negociado na floresta de Compiègne, na mesma carruagem em que o general Foch ditara as condições da rendição alemã, em novembro de 1918.
O vagão, que se encontrava exposto em Réthondes, foi empurrado por soldados alemães até ao local onde tinha sido assinado o Armistício de 1918.
A 21 de junho, Hitler sentou-se no lugar do marechal Foch e Pétain foi obrigado a ocupar o lugar em que Erzberger assinara a capitulação alemã. O general Wilhelm Keitel leu as exigências alemãs.
Depois de negociações, às 18:55 h de 22 de Junho de 1940, foi assinado o cessar-fogo.
Três quintos do território francês (a zona Norte), incluindo as principais cidades industriais e a costa atlântica, passaram directamente ao controle da administração militar alemã. Para a Alsácia-Lorena, foi estabelecida uma administração civil. A região desocupada no Sul, com a capital em Vichy, ficou para o governo francês.
A França comprometeu-se a extraditar para a Alemanha todos os refugiados políticos. Os imigrantes foram proibidos de deixar o país.
A carruagem ficou exposta em Berlim, sendo destruída, por ordem de Hitler, em Abril de 1945, um mês antes da capitulação alemã.
Não fossem os franceses lembrar-se de…
Agora, brindemos à Paz!
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
De 9 para 10 de Novembro - sinais contrários na Alemanha
1938
«Circulavam jornais com caricaturas de judeus de monstruosos narizes em cavalete, olhos esbugalhados, cobiçosos, expressão brutal ou lasciva e mãos papudas, carregadas de anéis descomunais. Publicavam-se artigos aterradores sobre o culto religioso nas sinagogas e nas casas judaicas. Chegava a afirmar-se que os judeus matavam crianças na noite de Passah em que esperavam o Messias. Nos carros eléctricos e nos comboios viam-se os passageiros divertirem-se à custa de tais histórias e das gravuras repugnantes que as ilustravam. Talvez não acreditassem no que liam e viam, mas procuravam a excitação e até o arrepio que lhes havia de justificar o pôr a descoberto os seus maus instintos. A falta de trabalho inquietava-os. Jovens e velhos perdiam os empregos e esperavam em bichas nas repartições de trabalho, para o selo e o carimbo nos cartões do seguro social. Os desempregados enchiam as cervejarias e exaltavam Hitler, que lhes prometia trabalho e lhes afirmava serem os judeus os maiores culpados da desgraça económica do país. O nome "judeu" cada vez se tornava mais injurioso.»
1989
Noite de Cristal
«Circulavam jornais com caricaturas de judeus de monstruosos narizes em cavalete, olhos esbugalhados, cobiçosos, expressão brutal ou lasciva e mãos papudas, carregadas de anéis descomunais. Publicavam-se artigos aterradores sobre o culto religioso nas sinagogas e nas casas judaicas. Chegava a afirmar-se que os judeus matavam crianças na noite de Passah em que esperavam o Messias. Nos carros eléctricos e nos comboios viam-se os passageiros divertirem-se à custa de tais histórias e das gravuras repugnantes que as ilustravam. Talvez não acreditassem no que liam e viam, mas procuravam a excitação e até o arrepio que lhes havia de justificar o pôr a descoberto os seus maus instintos. A falta de trabalho inquietava-os. Jovens e velhos perdiam os empregos e esperavam em bichas nas repartições de trabalho, para o selo e o carimbo nos cartões do seguro social. Os desempregados enchiam as cervejarias e exaltavam Hitler, que lhes prometia trabalho e lhes afirmava serem os judeus os maiores culpados da desgraça económica do país. O nome "judeu" cada vez se tornava mais injurioso.»
Ilse Losa, O mundo em que vivi
Queda do Muro
«Só quem um dia o viu ao natural, eriçado de arame farpado e de metralhadoras, pode avaliar a vergonha e humilhação que ele representava para o espírito humano. Agora, pronto. Já se podem trocar as virtudes, os vícios e as ideias. E olhar livre e fraternalmente em todas as direcções.»
Miguel Torga, Diário XV
5 + 5 = 11
Ontem, no intervalo do Arsenal - Sporting, dizia um comentador desportivo:
«Jogo com poucas faltas, apenas onze: cinco para cada lado.»
«Jogo com poucas faltas, apenas onze: cinco para cada lado.»
Dois presidentes, dois destinos
«Como é público e notório não votei em Marcelo Rebelo de Sousa e fui dos primeiros a colocar dúvidas quanto ao seu estilo excessivamente intervencionista devo, no entanto, admitir que muitas das suas intervenções têm sido extremamente importantes no mundo de cobardes em que vivemos.
Ainda hoje li no jornal Público que Num texto enviado à TSF, para assinalar o Dia Internacional Contra o Fascismo e Antissemitismo, Marcelo usa os verbos "despertar" e "agir" para insistir na mensagem.
"É preciso despertar, também - despertar para os riscos, sempre presentes, dos chauvinismos, das xenofobias, dos racismos, dos chamados populismos, que hoje parecem, tantas vezes, ter substituído o nazismo e o fascismo de há cem anos.
Mas mais do que despertar, é preciso agir - agir enfrentando as crises económicas, as injustiças sociais, as fragilidades dos sistemas de partidos e dos parceiros sociais, a corrupção das pessoas e das instituições, que minam as democracias e fazem florescer os seus inimigos".
Enquanto isso o presidente francês Macron, apesar dos 360 ataques anti-semitas no país desde o início do ano intentou prestar homenagem a Pétain, o presidente da república colaboracionista, que entregou os judeus aos nazis e só foi dissuadido pela forte reacção que despertou. Seguramente, Macron pensara que isso o tiraria dos 20% de apoio que o coloca no caminho de Hollande e a França no de possíveis desgraças.»
Ainda hoje li no jornal Público que Num texto enviado à TSF, para assinalar o Dia Internacional Contra o Fascismo e Antissemitismo, Marcelo usa os verbos "despertar" e "agir" para insistir na mensagem.
"É preciso despertar, também - despertar para os riscos, sempre presentes, dos chauvinismos, das xenofobias, dos racismos, dos chamados populismos, que hoje parecem, tantas vezes, ter substituído o nazismo e o fascismo de há cem anos.
Mas mais do que despertar, é preciso agir - agir enfrentando as crises económicas, as injustiças sociais, as fragilidades dos sistemas de partidos e dos parceiros sociais, a corrupção das pessoas e das instituições, que minam as democracias e fazem florescer os seus inimigos".
Enquanto isso o presidente francês Macron, apesar dos 360 ataques anti-semitas no país desde o início do ano intentou prestar homenagem a Pétain, o presidente da república colaboracionista, que entregou os judeus aos nazis e só foi dissuadido pela forte reacção que despertou. Seguramente, Macron pensara que isso o tiraria dos 20% de apoio que o coloca no caminho de Hollande e a França no de possíveis desgraças.»
Eduardo Paz Ferreira
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
sábado, 3 de novembro de 2018
Maria Guinot (1945-2018)
Recordo que as Mães da Praça de Maio é o nome dado às mulheres que se reuniam na Praça de Maio, em Buenos Aires, para exigirem notícias dos seus filhos, desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983).
Horas extraordinárias
Nos últimos dias, falou-se dos valores pagos em horas extraordinárias pela Presidência da República.
Curioso que os valores mais elevados dos últimos anos correspondem à presidência de Cavaco Silva, numa fase em que os funcionários cumpriam 40 horas semanais e os apertos financeiros, sob a tutela da Troika, eram maiores.
«As horas extraordinárias também foi outro fator para o qual o Tribunal de Contas alertou a Presidência, não por terem aumentado — como chegou a ser noticiado por alguns órgãos de comunicação — mas por não ter um registo adequado ao que se pratica atualmente. O controlo de assiduidade e o trabalho extra ainda é anotado, num “livro de ponto”. (...)
E como recomendação, o TdC exorta a Presidência a “promover a implementação de um sistema de controlo de assiduidade que permita o controlo efetivo do trabalho realizado, incluindo o pagamento de horas de trabalho suplementar.” Houve de facto um aumento do custo das horas extraordinárias (para 523 mil euros, face aos 452 mil euros de 2016), mas esteve relacionado com o regresso às 35 horas semanais na função pública. Olhando para os números até havia mais horas extraordinárias no tempo de Cavaco Silva.»
Fazendo gala de que o desempenho de cargos públicos justifica a prestação pública de contas, duvido que Quinta Feira e outros dias preste essas contas. Essas e outras...
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
Um chorrilho de falsas promessas
Banha da cobra!
Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação, na Assembleia da República, 2 de Novembro de 2018
MENTIRA!
Os números são atirados para o ar sem qualquer base de verdade.
Nem é possível tanta progressão na carreira, com a actual legislação. É difícil ouvir tanta aldrabice em tão pouco tempo!Era mais fácil e mais barato, pela certa, contar todo o tempo de serviço - aquele que recusam contar.
As promessas do ministro fariam ultrapassar os ditos 600 milhões de euros que o Governo afirma não poder pagar.
Citando Aníbal Cavaco Silva, "é um verdadeiro artista!".
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
Plano para salvar Veneza
«A não ser que se tomem as devidas providências, dentro em breve será celebrada na catedral de S. Marcos a primeira missa submarina para alguns cardumes de peixes boquiabertos.»
Jorge Sousa Braga