quarta-feira, 4 de julho de 2018

Uma luz qualquer que ainda não sabemos explicar

«É a minha música preferida da Sétima Legião. Quando toco aqueles três acordes de abertura e oiço o "Tem mil anos uma história" passa-se qualquer coisa cá dentro, é um daqueles momentos em que uma pessoa sente que vale a pena ser músico. É difícil expressá-lo em palavras, mas se quisesse ser piroso e pedisse para me cantarem uma canção sobre a campa, seria qualquer coisa deste género.»
(Ricardo Camacho, 2000)


No Coliseu dos Recreios, 2012, pelos 30 anos da Sétima Legião.
Eu estava lá!...

«O Ricardo ficou maluco quando a Sétima Legião o convidou para tocar com eles. E ficou mais maluco ainda quando o convidaram para fazer parte da Sétima Legião. Ficou eufórico. E disse-me assim, que nunca mais me esqueci: "Já viste, Miguel? Quem é que não sonha pertencer à banda de sonho?»
«Foi a maior alegria da vida dele ter sido convidado para fazer parte da Sétima Legião, que nós adorávamos. Ele que tinha sido sempre um músico solitário, um compositor, passaria a fazer concertos com a sua banda preferida...»
(Miguel Esteves Cardoso)



«Era um músico fantástico, apesar de se ter dedicado mais à medicina (...) Era ligeiramente mais velho do que nós, já era médico quando a Sétima Legião começou. Durante esses dez anos, fazia bancos durante a noite e depois íamos para os concertos.»
(Rodrigo Leão)



Causa admiração ler agora, nos jornais, o seu currículo (que antes passava despercebido, por só o ligar à música - produtor, compositor, instrumentista):
Trabalhou na unidade pediátrica de transplantes de medula do Instituto Português de Oncologia,  dedicou-se à investigação da sida no hospital Egas Moniz (Lisboa), onde dirigiu o laboratório de virologia. Investigador do Centro de Malária e outras Doenças Tropicais, foi também professor na Escola Superior de Ciências da Saúde e na Faculdade de Ciências Médicas, ambas em Lisboa, e na Universidade Católica no Porto. 
Mais recentemente, trabalhou como investigador convidado no Rega Institute for Medical Research em Lovaina, na Bélgica.


«Uma espécie de caixinha de surpresas» (David Ferreira)


«Penso que uma boa canção é uma boa canção (...) tivemos uma sorte enorme em fazer algo que acabou por penetrar mais facilmente na memória das pessoas e perdurar. Mas, fundamentalmente, elas continuam a ser ouvidas porque são boas canções. É a minha opinião.»

São boas canções!!
Obrigado, Ricardo Camacho.


P.S. - Quando o PÚBLICO lhe perguntou em 2000 o que tinha ficado da viagem da Sétima Legião, Ricardo Camacho respondeu com a inquietude de espírito e um certo tom místico: “Uma luz qualquer que ainda não sabemos explicar. Uma promessa que não promete nada.”


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