sexta-feira, 13 de julho de 2018

Sucessos (e insucessos) educativos

A propósito das “Estatísticas da Educação 2016/2017”, publicadas no princípio deste mês, o Ministério da Educação destacou a “evolução muito positiva das taxas de transição e conclusão dos alunos”. “Há uma redução do insucesso escolar de 19%, 13% e 15% nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos de escolaridade, respectivamente, e de 4% no ensino secundário, face ao ano lectivo anterior.”

Motivos? O ministério lembra o que fez, associando, de alguma forma, a sua política aos bons resultados.

«A partir de 2016, o actual Governo colocou em marcha um conjunto de medidas educativas inovadoras e ambiciosas, tais como o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, o apoio tutorial específico ou o reforço da Acção Social Escolar, no sentido de permitir a todos os jovens as condições adequadas para uma escolaridade bem-sucedida, combatendo aliás um dos problemas estruturais que vinham sendo identificados em Portugal, em contraste com a grande maioria dos outros países europeus: as elevadas taxas de insucesso escolar.»

É que isto da educação é atar e pôr ao fumeiro - os resultados são imediatos!
Quanto à política de sucesso do Governo e às suas "medidas inovadoras e ambiciosas"... o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar parece que já foi... Um programa de sucesso e para o sucesso morreu ao fim de dois anos!
Que futuro para o sucesso? Medidas que não custem dinheiro.

Ontem, foram conhecidos os resultados dos exames do 12.º ano, 1.ª fase.
A comunicação social destacou, sobretudo, as descidas verificadas nos resultados de algumas disciplinas. Matemática foi referida pela negativa, embora abaixo tenha estado a História.
Por acaso, o número de disciplinas em que houve quebra nos resultados é igual ao das disciplinas que os melhoraram. E a percentagem de reprovações diminuiu.




Hoje, a notícia foi a quantidade de chumbos nas provas de Matemática do 9.º ano. Matemática, "eternamente"! Embora "chumbos nas provas" seja coisa que não existe - há negativas.
Em Português os resultados foram bem melhores - 87% de positivas, mas os títulos ignoram o que é melhor.

Dos piores resultados se dirá que a culpa foi do trabalho deficiente das escolas (dos professores, leiam-se muitos comentários nos jornais online).
Dos melhores, talvez se fale de facilitismo... ou das boas políticas.

Os sucessos e insucessos estão bem para as garrafas meio cheias e para as garrafas meio vazias.
Mas as análises muitas vezes ficam turvas.


Sem comentários:

Enviar um comentário