Antonio Tabucchi, Requiem
segunda-feira, 18 de junho de 2018
A narração dos sonhos
«Obedecendo ao meu instinto, peguei no meu caderninho e tentei reproduzir o sonho do modo como nos podemos recordar de um sonho. A dificuldade de formular os sonhos em termos narrativos é bem conhecida (...). adivinha-se a dificuldade daquele que sonhou em estruturar narrativamente, diegeticamente, o seu próprio sonho. Não apenas por virtude de certos saltos paralógicos, ou de transições braquilógicas, ou do problema do tempo vivido no inconsciente e impossível de restituir num tempo narrativo real, mas sobretudo porque cada sonho é uma emoção, uma sensação bem específica que encontra o seu "sentido" na medida em que pertence ao momento do próprio sonho, mas que é impossível definir no estado de vigília.»
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