domingo, 25 de março de 2018

Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo

O sobreiro é, desde 2011, a Árvore Nacional de Portugal.

Esta semana, um sobreiro de Águas de Moura venceu o concurso europeu de árvore do ano.
Classificado como  “Árvore de Interesse Público” desde 1988 e e inscrito no Livro de Recordes do Guinness como "o maior sobreiro do mundo", chamam-lhe o Assobiador, devido "ao som originado pelas inúmeras aves que pousam nos seus ramos".

Sobreiro de Águas de Moura - o Assobiador

Na mesma data da sua classificação, também o foi um sobreiro de Canha (Herdade Vale da Balça, concelho do Montijo), com cerca de 400 anos, um tronco de perímetro mais largo, uma maior altura  e um diâmetro médio da copa semelhante.
Será maior, parece, do que o primeiro. Mas isso não interessa para aqui.

Sobreiro de Canha (se a pesquisa na net não me enganou)

Em Póvoa e Meadas (Herdade de Pai Anes), concelho de Castelo de Vide, existia um outro sobreiro monumental, “Árvore de Interesse Público” desde 1993.
Esse seria o maior. E mais antigo, ainda. Morreu em 2013(?), já depois de ter sofrido a perda de algumas pernadas em 2007.
Dizem que, cortado, terá dado cerca de 86 toneladas de madeira.

Sobreiro de Póvoa e Meadas (fotografia antiga)


Mais importante para o futuro dos sobreiros, no entanto, será a notícia de que os industriais da cortiça pretendem fazer "crescer a área do montado de sobro nacional em mais 50 mil hectares (os dados actuais indicam que os sobreiros ocupam actualmente 737 mil hectares)".
Diz a notícia de o Público que "O gráfico das exportações da indústria corticeira na última década é uma monótona curva ascendente."

Aqui, não há nada como ser monótono.
E na cortiça, a indústria não pode estar longe do montado.

Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo.
Eugénio de Andrade


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