domingo, 17 de abril de 2016

Janelas das Gares Marítimas

Ah, o Grande Cais donde partimos em Navios-Nações!
O Grande Cais Anterior, eterno e divino!
De que porto? Em que águas? E porque penso eu isto?
Grandes Cais como os outros cais, mas o Único.
Cheio como eles de silêncios rumorosos nas antemanhãs,
E desabrochando com as manhãs num ruído de guindastes
E chegadas de comboios de mercadorias,
E sob a nuvem negra e ocasional e leve
Do fundo das chaminés das fábricas próximas
Que lhe sombreia o chão preto de carvão pequenino que brilha.
Como se fosse a sombra duma nuvem que passasse sobre água sombria.
Álvaro de Campos, Ode Marítima








Gares marítimas de Alcântara e de Rocha do Conde d'Óbidos.


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