sábado, 30 de janeiro de 2016

O insuportável peso da desigualdade

«A credível e prestigiada organização não-governamental Oxfam publicou os últimos dados sobre a desigualdade social no mundo, imediatamente antes da realização do Fórum Económico Mundial de Davos.
Vale a pena sumariar alguns dos pontos do relatório:
- A riqueza acumulada por 1% da população mundial foi, em 2015, equivalente ao património dos 99% restantes. 
- As 62 pessoas mais ricas acumularam o equivalente à riqueza dos 50% mais pobres da população mundial (em 2010 eram 388 pessoas).
- Um em cada nove seres humanos não tem o suficiente para comer.
- Mais de mil milhões de pessoas ainda vivem com menos de 1,25 dólares (pouco mais de um euro) por dia.

Estes números e a sua evolução falam por si. A desigualdade na distribuição dos bens é avassaladora e tende ainda a ser mais cavada. A crise por que vem passando o mundo agudizou a situação, tornando os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. 
Os paraísos fiscais continuam inamovíveis e a corrupção alastra endemicamente. Vivemos perigosos tempos de "politeísmo" de dinheiro, poder, nacionalismos e integrismos.

Como há 70 anos já protestava Gandhi, "há riqueza suficiente no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição".
E o que nos legou Davos na sua conferência deste ano? Silêncio, tão-só.»
António Bagão Félix, Público, 29 de Janeiro de 2016

Como dizia alguém (citado ou copiado nas redes sociais), se o socialismo não deu certo, o capitalismo também não.
«(...) um sistema que leva ao esgotamento dos recursos naturais e desconexão com a natureza, a vidas infelizes com empregos de merda, à desigualdade de oportunidades e padronização de uma vida mecanizada e à valorização das pessoas erradas não pode ser considerado um sistema que deu certo.»


2 comentários:

  1. mas continuamos a tratar de tiranos os homens do passado

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    1. Parece que... Mudam-se os tempos, mudam-se as tiranias.
      Vão mudando de face.
      Gostaria de ver, daqui a uns bons anos, como é que a História vai tratar o período em que vivemos.

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