sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Joyeuse Entrée

O Museu Nacional de Arte Antiga mostra-nos Joyeuse Entrée, uma pintura que retrata a (futura) entrada triunfal de Filipe II em Lisboa, em 1619.
Futura porque a pintura é de 1613... mas descreve a primeira visita de Filipe II (Filipe III de Espanha) a Portugal, realizada 6 anos depois.

A pintura é apresentada pela 1.ª vez em Portugal, proveniente do Castelo de Weilburg (Alemanha)

O rei teve esta viagem prevista 5 vezes, antes de a concretizar em 1619.
Miguel Soromenho, historiador de arte, pensa que o quadro corresponde ao que de facto se fez quando da vinda do rei e que o mesmo terá sido levado a Madrid para apresentar a Filipe II aquilo que iria ser a sua entrada em Lisboa.
O rei chegaria pelo Tejo, entrando na cidade pela zona do actual Cais das Colunas.
A vista panorâmica da cidade engalanada é "tirada" do rio - como tantas vezes o foi - embora tenha uma perspectiva fora do comum. Quase diria que foi "tirada" do morro de Cacilhas.

Dá para lembrar o que Damião de Góis escreveu, em 1554:
«E assim a cidade abrange em semelhante espaço cinco colinas e outros tantos vales muito férteis e agradáveis (...).
Não considero, porém, que seja fácil delinear-lhe a configuração e descrevê-la, já que assenta em solo acidentado e desigual. Contudo, se alguém, com olhar firme e desanuviado, quiser atentar na sua implantação e forma, a partir da povoação de Almada, que, como assinalámos, se encontra na parte de além do estuário, verificará com certeza que, sobretudo na parte que se desenrola pela cidade, ela apresenta uma verdadeira configuração de bexiga de peixe.» 
Elogio da cidade de Lisboa


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