quinta-feira, 12 de novembro de 2015

As esganiçadas e o azeiteiro

A votação da moção de rejeição do programa do Governo, na Assembleia da República, voltou a aquecer os ânimos.
Quando os ânimos aquecem... o nível baixa.

"Aqui entre nós que ninguém nos ouve" - Afinal, foi ouvido!

A crónica de Ferreira Fernandes, no Diário de Notícias de hoje:

«Esganiçadas as do Bloco de Esquerda? Não me parece. Mas disse-o Pedro Arroja, economista, entrevistado no Porto Canal, sobre dirigentes e deputadas do BE... As que conheço de ouvido (que é a forma de captar o ganido) nenhuma esganiça. Mas também é verdade que só me lembro de ter ouvido três dirigentes bloquistas. A Catarina Martins - por sinal, a voz mais clara e harmónica da política portuguesa, ouve-se cada palavra que diz. É actriz, mas até essa experiência ela tem vencido e cada vez é menos teatral. Em todo o caso, não esganiça. Já ouvi também Marisa Matias, que tem até voz de baixa frequência , com aquela disfonia a que chamamos rouquidão, perigosamente (mas é lá com ela) perto do falar das tias de Cascais. E ouvi a Mariana Mortágua, sempre por televisão, o que é mau para quem quer ouvi-la, ela é daquelas pessoas que roubam as câmaras e prendem-nos o olhar. Mas fazendo esforço já a ouvi, um falar baixo, ciciado. Esganiçadas as do BE? Não me parece. Mas defendo o direito de Pedro Arroja achá-las esganiçadas e dizê-lo. Embora ele devesse ser prudente para não se enganar tanto em público. Por exemplo, todo o Pedro Arroja parece-me unhas e esse todo pode dar-lhe ar de azeiteiro. Eu não o diria. Porém, a seguir ele disse: "Eu não queria nenhuma daquelas mulheres, já tenho pensado, eu não queria nenhuma daquelas mulheres, nem dada. Nem dada!" Agora já posso dizê-lo: ele teve ar de azeiteiro.»

Foi uma boa análise económica.


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