domingo, 25 de janeiro de 2015

Michel Giacometti, a música e o cante

O etnomusicólogo nascido a 100 metros da casa de Napoleão, em Ajaccio, na Córsega, palmilhou Portugal - não digo de lés a lés porque não terá chegado a ir aos arquipélagos* - à descoberta do povo que canta, consciente de que "a música traduz não só o sentimento do Povo, mas também toda a complexidade da sua vivência".

*Corrijo: percorreu Portugal de lés a lés. O arquivo sonoro do Museu da Música Portuguesa contém documentação fonográfica com gravações feitas, também, nos Açores e na Madeira por Michael Giacometti e Veiga de Oliveira.





«Cheguei com 30 anos a Portugal, depois de ter viajado por dezenas de países, ter falado línguas e dialectos estrangeiros, ter vivido com camponeses da Europa, de África e e parte da Ásia. A certa altura senti a necessidade de fazer uma pausa, para a síntese. Podia ter ido para a minha terra, mas ela não me dizia nada, saí de lá com poucos meses de vida.»

A nossa sorte - a de quem se interessa pelo património - foi o seu enorme trabalho de recolha das tradições musicais e dos próprios instrumentos. 
Foi ter captado uma alma. 

E quando falhei (por descuido - atraso na compra dos bilhetes) o espectáculo de cante alentejano no CCB, encontrei esta pequena exposição no Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria (Monte Estoril) 



Pensando bem, no CCB, os grupos corais estão deslocados - o espectáculo devia ser numa adega (com direito a vinho tinto, a uns enchidos e a uns bons queijinhos)! 


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