domingo, 17 de agosto de 2014

O Clube dos Poetas Vivos ou "carpe diem"

Há quem, surpreendentemente, morra.
Isso acontece com as pessoas que nos fazem falta (e que nós julgamos imortais).
Por outro lado, essas pessoas continuam vivas, exactamente porque não podem morrer.

Uma pessoa está uns tempinhos fora e... aproveitando a ausência, há quem faça essa surpresa.
Robin Williams, um dia destes...
O meu professor Keating.
Mas como os poetas não podem morrer de todo, porque os seus versos contribuem, ele continua vivo.

«As pessoas lêem poesia porque fazem parte da raça humana e a raça humana arde de paixão! Medicina, direito, a banca... Estas coisas são necessárias à vida. Mas poesia, romance, amor, beleza? São estas coisas que nos mantêm vivos. Deixem-me citar-vos um poema de Whitman:

Pobre de mim! Ó vida! E os constantes problemas que se me deparam,
Os infinitos cortejos de incrédulos, as cidades repletas de loucos...
Qual o valor de tudo isto, pobre de mim, ó vida?

Resposta
A tua presença - que a vida e a identidade existem,
Que o intenso espectáculo prossiga e que possas contribuir um verso.

Keating calou-se. A classe manteve-se em silêncio, digerindo a mensagem do poema. Keating olhou à sua volta uma vez mais e repetiu:
- Que o intenso espectáculo prossiga e que possas contribuir um verso.
O professor permaneceu em silêncio e depois, calmamente e com todos os olhos cravados em si, dirigiu-se ao quadro.
- Qual será o vosso verso? - perguntou.»
N. H. Kleinbaum, O Clube dos Poetas Mortos




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