sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Porto - Foz do Douro


Foz.
No Porto é obrigatório.
Tem uma luz e um encanto especiais, com traços arquitectónicos e sociais muito diferentes.

A Foz do Douro foi couto da ordem beneditina (Mosteiro de Santo Tirso) desde os tempos de D. Afonso Henriques.
Após a Guerra Civil de 1832-34 passou a integrar o concelho do Porto em 1836, sendo uma terra de pescadores e de mareantes. No areal que o Passeio Alegre viria a ocupar já no final do séc. XIX, os pescadores varavam os barcos e consertavam as redes.

São João da Foz (óleo de Marques Oliveira, 1881)

O verão passou a atrair à Foz, "por razões terapêuticas, devido aos bons ares e às águas iodadas, gentes do Porto e da sua influente colónia inglesa, e de mais longe, tornando-a cada vez mais cosmopolita."
Alberto Pimentel refere dois turnos de banhistas, a propósito das décadas de 1850 e 1860: o primeiro turno era o da "gente do Porto, famílias ricas, titulares, empregados públicos, etc."; o segundo era o da "gente de Cima-do-Douro, lavradores ricos, proprietários, pessoas abastadas, sem exclusão de gente menor, os feitores, os caseiros, os remediados e até os pobres." Esta segunda leva ocorria já depois das colheitas.

Ir às praias na Foz (fotografia de Aurélio Paz dos Reis, 1908)
As famílias com posses iam construindo as suas casas de férias, reduzindo-se o espaço da velha Foz piscatória e crescendo a "Foz endinheirada" e burguesa, com casas ao gosto dos ingleses e outras ao gosto dos chamados "brasileiros", os emigrantes que regressavam do Brasil com os bolsos cheios.

O eléctrico na Foz (fotografia de Aurélio Paz dos Reis, 1905)



No Porto, gosto de ficar nesta Foz popular e burguesa-aristocrática, com o rio e o mar ao fundo.

Foz do Douro

É outra vez abril
- e tão perfeito é o azul
que o estendo
ao longo do meu corpo.
Não sei de ninguém tão bem vestido!
Eugénio de Andrade, Escrita da Terra


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